Capítulo 14

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No dia seguinte ele e Alfonso estavam em sua casa assistindo algum filme na TV para passar o tempo.

- Cara, você não vai acreditar no que houve ontem. - começou Alfonso.

- E o que foi?

- Levei Anahí para casa e ele ainda me agradeceu com um beijo, tudo bem que foi na bochecha, mas ela me beijou. - sorriu.

- Sério? Então ontem foi mesmo o dia das coisas inacreditáveis.

- Porque o que mais rolou ontem?

- Primeiro eu briguei com o Ícaro por causa da Dulce e depois... - puxou o ar e soltou devagar. - Depois eu beijei ela.

- Você beijou a Dulce? - arregalou os olhos sem acreditar.

- Aconteceu, não foi planejado, eu não esperava, quando vi já estava beijando ela... Eu não gosto dela, gosto da garota da carta, da Belinda... Não sei, estou confuso. Parece que desde que essas cartas entraram na minha vida, tudo esta confuso, essas cartas só vieram para me arruinar.

- Ei, ei, calma Ucker, também não é para tanto. Vamos dar uma volta encontrar a galera e esquecer esses problemas.

- Boa ideia, vamos sair um pouco. Preciso parar de pensar em tudo isso.

(***)

Dulce e Anahí haviam ido a pracinha tomar sorvete, Annie contou que tudo entre ela e Ícaro havia acabado, pois ela o encontrou beijando outra garota dentro da casa de Belinda. Dulce também contou sobre a briga que rolou depois dele ter ido embora. As duas estavam sentadas nas costas de um banco embaixo de uma arvore.

- A festa da Belinda vai render muito bochichos amanhã. - disse Anahí.

- Eu não estou interessada em saber de nenhum.

- Nem seu. - suspirou. - Ei olha ali, não é o Poncho? - apontou para dois garotos que andavam distraídos pelo gramado.

- É ele sim e o Ucker.

- Vou chamá-los. PONCHO! - acenou para eles que agora vinham ao encontro delas. - Poncho me ajudou bastante ontem. Ele é um cara legal. - comentou baixinho e Dulce apenas assentiu sorrindo. - Não pense besteira, quero ser amiga dele.

- Oi meninas. - os dois as cumprimentaram.

- Está melhor Annie?

- Estou sim Poncho. Sentem ai, o que fazem aqui?

- Viemos espairecer um pouco, estamos precisando. - Christopher respondeu.

- Ah entendi. Quer mais sorvete Dul?

- Não, não quero Annie. - lhe entregou o palito do sorvete para que ela jogasse no lixo.

- Ta bom eu quero, você pode vir comigo Poncho? - se levantou do banco.

- Posso claro, vamos. - os dois saíram caminhando até o carrinho de picolé que não ficava muito longe.

Restaram no banco apenas Dulce e Christopher. Os dois não sabiam como reagir depois do que havia acontecido no dia anterior. Ele se sentou ao lado dele e manteve os olhos fixos para frente. Ele não conseguia esquecer o beijo, e também não conseguia esquecer que ela era sua melhor amiga e não era certo pensar nela daquela maneira. Dulce também se sentia diferente, mas ela já esperava como aquilo iria acabar, ele pediria para esquecer e tudo voltaria ao normal, mas naquele momento o clima entre eles não estava muito bom.

- Dul/ Ucker. - os dois disseram ao mesmo tempo e depois sorriram.

- Pode falar primeiro. - disse ele.

- Não sei o que falar. - admitiu sorrindo.

- eu também não. - abaixou o olhar. - Ér... Dul, sobre ontem...

- Não foi nada demais não é? Fomos envolvidos pelo momento, não significou nada eu sei. - respondeu apressada.

- É isso mesmo, era isso que eu iria dizer. - disse um pouco decepcionado. - Ah escute, com a confusão de ontem me esqueci de te entregar.

- Entregar o que? - o olhou. Christopher tirou do bolso uma pequena caixinha e a abriu revelando o lindo colar que havia dentro. - É para mim?

- É sim, é um ancora. Deixa-me por em você. - se ofereceu e Dulce ficou de costas e segurou o cabelo para ele colocar o colar.

- Obrigada, é lindo. - olhou o pingente. - Porque uma ancora?

- Pensei na nossa amizade, a ancora sempre ajuda os navios em tempestades, ela simboliza segurança, igual nossa amizade, ela nos passa segurança e confiança também. É como um porto seguro. - ele a olhou. - Você é como um porto seguro para mim Dulce.

- Sou seu perto seguro? - ela estava surpresa e ele poderia jura que sentiu os olhos dela brilharem com aquela hipótese.

- Sim, você é meu porto seguro. Sempre que eu preciso de ajuda, conselho ou jogar o tempo fora, é atrás de você que eu vou. Você é a melhor pessoa que eu poderia ter ao meu lado. - Dulce quase explodiu de felicidade com aquelas palavras, e Christopher foi realmente sincero ao dizer isto, ela era muito importante para ele e a amizade dos dois era muito valiosa.

- Eu te amo. - deu-lhe um beijo na bochecha.

- Eu também te amo Dul, agora sempre que olhar o colar se lembrara de mim. - ela apenas assentiu.

Seu coração pulava como pipoca dentro do peito, ele havia se lembrado dela e ainda comprado algo que se lembrara dela. Não podia se sentir mais feliz, um beijo, um presente e uma nova esperança de que as coisas entre eles poderiam ainda dar certo. Ela tinha que continuar com as cartas, precisava continuar dando dicas a ele, em algum momento perceberia que só poderia ser ela, que ela era a única garota que o amava de verdade. Precisava ter esperanças.

Ele também se sentia diferente, mas agora estava um pouco mais relaxado. Sabia que o beijo que havia dado em Dulce, não significou nada para ela e aquilo era um alivio. Eles eram amigos e não deviam confundir as coisas, e ainda tinha as cartas, cada vez que ele lia aquelas cartas se sentia mais apaixonado por aquelas palavras e mais intrigado para saber quem era a garota por trás das palavras.

Admiradora Secreta.Onde histórias criam vida. Descubra agora