Capítulo 11

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- O que esta lendo? – A garota perguntou de repente o assustando.

- Você me assustou Belinda!

- Desculpa Ucker, você estava tão concentrado, também adoro ler. – sorriu sentando ao lado dele.

- É mesmo? Eu também curto, comecei porque minha mãe me obrigou, mas depois peguei paixão pelos livros.

- Jogador, adora livros, bonito... Você é um belo partido Christopher.

- Digo o mesmo sobre você Bel.

- Vi seu treino hoje, você arrebenta.

- Você me viu treinar?

A primeira suposição que passou pela cabeça de Christopher era que Belinda poderia ser a garota da carta, ela estava assistindo ao treino, sabia que lia embaixo da maior arvore da escola, e ele sempre tratou ela bem, sempre foram próximos estudam juntos há tantos anos. Talvez pudesse ser ela. Os dois passaram o resto da tarde conversando e perceberam que tinham muitas coisas em comum, passaram uma tarde agradável, e nem perceberam o tempo passar. No finzinho do dia Christopher se ofereceu para levar Belinda em casa. Os dois seguiram pelas ruas conversando alegremente.

E por uma péssima coincidência Dulce também saia aquela hora do trabalho e avistou ao longe Christopher e Belinda conversando bem próximos. Não tinha como evitar aquilo doeu seu coração, não havia como não doer. Ele nunca perceberia o que ela sentia e pior ela ainda tinha que vê-lo com outras. Seus olhos logo ficaram marejados e ela seguiu a direção contraria deles, não queria mais presenciar aquela cena.

Quando se gosta de uma pessoa e esse sentimento não é recíproco, você está arriscado a sofrer e se decepcionar. E era assim que Dulce se sentia decepcionada, com ele e com ela, por manter um sentimento errado e que ela deveria superar, mas não encontrava forças ou maneiras para esquecer esse amor que nunca será correspondido.

Assim que chegou em casa tratou de secar as lágrimas e evitar contato visual com sua mãe, mas as coisas não saíram como ela esperava. Tentou passar pela sala de cabeça baixa, mas era impossível não perceber o quão triste ela estava.

- Dul? Esta tudo bem querida? – sua mãe perguntou olhando atentamente para ela.

- Estou mamãe. – tentou ir para o quarto, mas sua mãe entrou na frente.

- Então porque está chorando?

- Não é nada mãe, caiu um cisco no meu olho. – continuou a olhar para o chão.

- Eu até acreditaria nessa sua mentirinha, mas minha certidão de Nascimento diz que eu não nasci ontem. – as duas deram uma leve risadinha da péssima ideia de piada. – Olhe para mim. – levantou o rosto de Dulce. – Foi algo na escola, alguém brigou com você? Foi mal em alguma prova? É o trabalho?

- Não é nada mãe, eu já disse.

- Ninguém chora por nada Dulce. Brigou com a Anahí ou com Christopher foi isso? Foi a prova de matemática, você foi mal? Sabe que pode contar tudo para mim querida. – segurou uma das mãos da filha e a encaminhou até o sofá.

- É que... – suspirou frustrada e voltou a olhar para o chão. – Não é nada.

- Pode contar para mim meu amor, você sabe que pode contar comigo. – as duas se olharam e Dulce sabia que precisava contar para alguém e dividir o que sentia.

- É um cara mamãe. Um cara. – desviou o olhar.

- Um garoto? Não me diga, pensei que você fosse demorar décadas para namorar de novo. Quem é ele, eu o conheço? É da sua escola?

- Não precisa ficar tão entusiasmada, ele não gosta de mim, gosta de todas menos de mim. – cruzou os braços emburrada e triste.

- Então ele sofre problemas de visão minha filha, ninguém seria louco de não gostar de você. Aposto que ele gosta, só ainda não percebeu. – a consolou e puxou-lhe para um abraço.

No dia seguinte era sábado e a tarde estava marcado a festa de Belinda. Christopher decidiu caprichar no presente, encomendou flores e saiu de manhã para encontrar algo mais. Andou por várias lojas do centro, até encontrar uma onde vendiam semi-jóias e decidiu entrar. Ali encontraria algo delicado e que agradasse Belinda, porém a primeira coisa que achou não lembrou em nada Belinda, mas sim Dulce. Era um colar com um pingente de âncora. Esse símbolo logo remeteu a Dulce, pois a amizade deles era uma âncora, ela era fincada no chão e sempre que os dois estivesses submersos ou se perdendo em meio as águas, a amizade entre eles e o companheirismo ajudava um ao outro a se estagnar novamente.

- Posso ajudá-lo? – uma vendedora ofereceu-lhe ajuda.

- Sim, quero levar esse colar. – apontou para o colar que refletia sobre o significado dele para a vida dos dois.

Mais tarde naquele dia Dulce foi se arrumar na casa de Anahí, já que a mesma insistiu muito. A mãe de Annie arrumou o cabelo das garotas, e ajudou-lhes com a maquiagem. As meninas estavam bem bonitas. Dulce resolveu ceder aos pedidos de Anahí e aceitou usar um dos vestidos dela. O vestido era um palmo acima do joelho de cor bege com detalhes em preto, era bem menininha e combinou perfeitamente com o all star branco e surrado de Dulce. No horário combinado as meninas foram para a casa de Belinda. A festa seria no jardim e estava lindamente decorado com algumas flores em tons rosas claros e branco, já havia várias pessoas quando chegaram e uma música ambiental não abafa as conversas animadas. Belinda estava muito bonita e radiante com sua festa, logo depois das garotas a cumprimentarem Anahí fez sinal para seguirem até onde estavam os meninos. Christopher já havia chegado junto com seus amigos, e Dulce não conseguiu evitar o suspiro de satisfação em vê-lo, estava lindo como sempre.

- Oi garotos, alguém viu o Ícaro? – pergunto Annie cumprimentando os meninos.

- Esta lá dentro. – respondeu Alfonso.

- Vou lá, fique aqui Dul. – Annie saiu ao encontro de Ícaro. Dulce finalmente olhou para Christopher e ele já a olhava com um lindo sorriso nos lábios.

- Uau, você está linda. – puxou o braço dela para que desse uma voltinha, deixando Dulce Vermelha de vergonha.

- Obrigada, foi tudo ideia da Anahí. – colocou o cabelo atrás da orelha.

- Mesmo assim, continua linda. – sorriu e Dulce retribuiu o sorriso. Belinda chegou como um furacão perto deles toda feliz e eufórica.

- Ucker essa é a minha música preferida, você precisa dançar comigo. – Puxou pela mão até onde todos dançavam.

Admiradora Secreta.Onde histórias criam vida. Descubra agora