Que a química mental pode ser propriamente aplicada aos negócios quotidianos do
mundo comercial e econômico é um fato demonstrável. Através da fusão de duas ou mais mentes, num espírito de perfeita harmonia, o
princípio da química mental pode ser organizado de modo a desenvolver poder suficiente para tornar possíveis, aos indivíduos cujas mentes estejam associadas, realizações verdadeiramente extraordinárias. O poder é a força com a qual o homem consegue êxito em qualquer empreendimento, e esse poder, em quantidade ilimitada, pode ser alcançado por qualquer grupo de pessoas de ambos os sexos que tenham o dom de saber como integrar a sua personalidade e os seus interesses pessoais imediatos, por meio da fusão ou associação das suas mentes, num espírito de perfeita harmonia. Observe-se, procurando tirar proveito disso, a frequência com que a palavra
“harmonia” aparece nesta introdução! Onde não existe a perfeita harmonia não pode haver desenvolvimento de associação mental. As unidades mentais de um indivíduo jamais se fundirão com as unidades mentais de outro indivíduo senão depois que as duas mentes forem despertadas e aquecidas pelo espírito da perfeita harmonia de propósitos. Desde o instante em que duas mentes trilham estradas diferentes de interesse, as unidades mentais de cada indivíduo operam separadamente, desintegrando-se o terceiro elemento, conhecido como Master Mind, que nasceu e cresceu dessa aliança amistosa ou harmoniosa. Estudemos agora alguns homens bem conhecidos, que acumularam grande poder e
também grandes fortunas por meio da aplicação da química mental. Comecemos por três homens, célebres pelas realizações que conseguiram nos seus
respectivos campos de ação, econômico, comercial e profissional. São eles Henry Ford, Thomas Alva Edison e Harvey S. Firestone. Dos três, Henry Ford é o mais poderoso, quanto ao poder econômico e financeiro,
Muitos que o têm estudado julgam-no o homem mais poderoso dos que já viveram. Tanto quanto se sabe, é ele o único homem que existe, ou já existiu, em todos os tempos, com poder suficiente para frustrar o truste do dinheiro nos Estados Unidos. Ford juntou milhões de dólares com muita facilidade, como uma criança enche seu baldezinho de areia quando brinca na praia. Os que estão bem-informados a esse respeito dizem que se ele tivesse necessidade poderia enviar pedidos de dinheiro, reunir 1 bilhão de dólares e fazer uso dele dentro de uma semana. Ninguém, dentre os que conhecem as realizações de Ford, pode duvidar disso. Todos os que o conhecem sabem muito bem que ele o faria com a mesma facilidade com que a média dos homens paga o aluguel de casa todos os meses. Podia obter aquela soma colossal, se tivesse necessidade, por meio da aplicação inteligente dos princípios sobre os quais é baseado este curso. Quando os automóveis Ford ainda estavam no processo de aperfeiçoamento, em 1927,
ele recebeu, segundo se sabe, encomendas de mais de 375 mil carros, com pagamento adiantado em dinheiro. Calculando-se o preço de 600 dólares por automóvel, isso importaria em 225 milhões de dólares. Ele recebeu essa quantia nababesca antes de entregar um só carro, a tal ponto chega a confiança na sua habilidade. Edison era, como todos sabem, filósofo, cientista e inventor. Foi talvez o mais
profundo estudante da bíblia, mas um estudante da bíblia da natureza, e não das miríades de bíblias feitas pelo homem. Tinha um conhecimento tão profundo da natureza que chegou a dominar e combinar, para o bem da humanidade, mais leis naturais do que qualquer outro homem no mundo inteiro. Foi ele quem conseguiu juntar uma ponta de agulha e uma peça de cera, de tal modo que a vibração da voz humana pode ser gravada e reproduzida nas modernas vitrolas. (Do mesmo modo que conseguiu gravar e reproduzir a voz humana em discos,
Edison talvez ainda realizasse a captação e interpretação corretas das vibrações do pensamento que palpitam no éter do universo.) Foi ele quem primeiro dominou a centelha, transformando-a em luz para o uso do
homem, por meio da lâmpada elétrica. Foi Edison quem deu ao mundo o cinema. Esses são apenas alguns dos seus feitos
notáveis, “milagres” modernos que realizou, não por meio de truques, sob qualquer pretenso poder sobre-humano, mas sim no meio da luz clara da ciência. Esses “milagres” ultrapassam a todos os narrados nos livros de ficção. Firestone é o espírito que movimenta a grande indústria de pneumáticos Firestone,
em Akron, Ohio. Suas realizações industriais são muito conhecidas em toda parte onde haja automóveis, para que seja necessário fazer aqui qualquer comentário especial a respeito. Esses três homens começaram sua vida comercial e profissional sem nenhum capital,
e com muito pouco tempo de escola, isto é, com muito pouco do que se chama habitualmente “educação”. Os três são hoje muito bem-educados, muito ricos e poderosíssimos. Pesquisemos
agora a fonte, a origem da sua opulência e do seu poder. Desse modo não cuidaremos apenas do efeito; o verdadeiro filósofo deseja compreender a “causa” de um dado efeito. Sabe-se geralmente que Ford, Edison e Firestone são amigos há longos anos, e que,
antigamente, tinham por hábito ir para o campo uma vez por ano, para um período de descanso, meditação e recuperação. Mas não se sabe bem — talvez nem eles próprios o saibam — que há entre os três um
laço de harmonia que os levou a uma fusão de espírito que é a fonte real de todo poder. Essa mente que surgiu do contato dos três homens facilitou-lhes uma combinação de
forças e fontes de conhecimento, com os quais a maioria dos homens não está ainda familiarizada. Se o leitor duvida do princípio ou dos efeitos aqui descritos, deve lembrar-se de que
mais da metade da teoria aqui abordada já é fato conhecido. Por exemplo, é mais que sabido que esses três homens gozam de grande poder e que são riquíssimos; que começaram sem capital e com muito pouco estudo, e que tinham contato mental periódico uns com os outros, que foram sempre amigos, vivendo em harmonia, e que as suas realizações são tão notáveis a ponto de ser impossível compará-las com as de outros homens nos seus respectivos campos de atividade. Esses “efeitos” são conhecidos praticamente por qualquer menino de escola no
mundo civilizado; assim não pode haver mais discussão a esse respeito. No que se refere à “causa” das realizações de Ford, Edison e Firestone, podemos estar
certos de uma coisa: elas não foram, de maneira alguma, conseguidas à custa de truques, de embustes, meios sobrenaturais, “revelações” ou qualquer outra forma de lei que não fosse natural. Esses homens não são prestidigitadores. Trabalham com as leis naturais, leis que, na maioria, são bem conhecidas de todos os economistas e líderes no campo da ciência, excetuando, possivelmente, a lei em que se baseia a química mental. Essa não está ainda suficientemente desenvolvida para ser classificada pelos homens de ciência no seu catálogo de leis conhecidas. Um Master Mind pode ser criado por qualquer grupo de pessoas que desejem
coordenar as suas mentes num espírito de perfeita harmonia. O grupo pode ser composto de qualquer número a partir de dois. Os melhores resultados são conseguidos quando se fundem seis ou sete mentes. Já se sugeriu que Jesus Cristo descobriu a maneira de empregar o princípio da
química mental e que os seus milagres nasceram do poder que ele desenvolveu através da fusão dos espíritos dos seus 12 apóstolos. Acentuou-se que, quando um dos discípulos (Judas Iscariotes) traiu o mestre, a associação mental desintegrou-se imediatamente, e Jesus enfrentou a catástrofe suprema da sua vida. Quando duas ou mais pessoas se harmonizam em espírito e produzem o efeito
conhecido por Master Mind, cada componente do grupo se torna investido de poder de entrar em contato e adquirir conhecimentos através do subconsciente de todos os outros membros. Esse poder se torna logo patente, tendo por efeito estimular a mente a um grau superior de vibração, evidenciando-se assim na forma de uma imaginação mais viva e a consciência de que parece ser um sexto sentido. É através desse sexto sentido que as novas ideias surgem na mente. Essas ideias assumem a natureza e a forma do assunto predominante no espírito do indivíduo. Se todo o grupo se reuniu com o propósito de discutir um dado assunto, as ideias relativas a esse assunto aparecerão no espírito de todos os presentes, como se uma influência externa as tivesse ditado. Os espíritos dos que participam dessa associação mental tornam-se magnetos, atraindo ideias e pensamentos de uma natureza superiormente organizada e prática; de onde, ninguém sabe.
OS HOMENS DEIXAM DE NOS INTERESSAR QUANDO DESCOBRIMOS SUAS LIMITAÇÕES. O ÚNICO PECADO É A LIMITAÇÃO. LOGO QUE SE DESCOBREM AS LIMITAÇÕES DE UM HOMEM, ELE ESTÁ ABANDONADO. EMERSON
Pode-se comparar o processo de fusão mental com o ato do indivíduo que liga muitas
baterias elétricas a um simples fio transmissor: assim, toda a força passa apenas por aí. Cada bateria aumenta o poder que passa por essa linha, por meio do acréscimo da quantidade de energia que conduz. O mesmo acontece no caso da associação mental para formar o Master Mind. Cada espírito, por meio do princípio da química mental, estimula todos os outros espíritos que compõem o grupo e, assim, a energia se torna tão intensa a ponto de penetrar a energia universal que se chama éter, a qual, por sua vez, toca em cada átomo do universo inteiro. O moderno aparelho de rádio substancia, em grande parte, a teoria aqui exposta. É
preciso construir poderosas estações transmissoras a fim de que a vibração do som possa ser controlada e, assim, captada pela energia muito mais vibrátil do éter, sendo finalmente conduzida em todas as direções. Uma associação mental composta de muitos espíritos, de maneira a produzir uma forte energia vibradora, constitui quase que a reprodução exata de uma estação de broadcasting. Não há orador que não tenha sentido a influência da química mental, pois é fato bem
conhecido que num auditório, logo que os espíritos entram en rapport, há um aumento de entusiasmo na mente do orador, que muitas vezes se dá a arroubos de oratória que causam surpresa a ele próprio. Geralmente, os primeiros cinco ou dez minutos de qualquer discurso são dedicados a
“aquecer” o auditório, isto é, ao processo por meio do qual a mente do orador e a dos assistentes se fundem num espírito de perfeita harmonia. Todos os oradores sabem o que acontece quando esse estado de perfeita harmonia
não se verifica numa parte do auditório. Os fenômenos de aparência sobrenatural que ocorrem nas reuniões espíritas são o
resultado da reação que os espíritos dos assistentes produzem uns sobre os outros. Esses fenômenos se verificam depois de dez ou 20 minutos, pelo simples motivo de que esse é o tempo exigido pelas mentes para se tornarem fundidas, associadas ou harmonizadas. As “mensagens” recebidas pelos membros das reuniões espíritas emanam,
provavelmente, de duas fontes, a saber: Dos vastos reservatórios do subconsciente de qualquer dos membros do grupo ou do
reservatório universal do éter, nos quais, é mais do que provável, toda vibração do pensamento é conservada.
Não há lei natural ou raciocínio humano que vá em apoio da teoria das comunicações
com pessoas que já morreram. Como é sabido, qualquer indivíduo pode explorar as reservas de conhecimentos do
espírito de outra pessoa mediante o princípio da química mental, e parece razoável supor que essa força pode ser estendida e entrar em contato com quaisquer vibrações que se encontrem no éter. A teoria segundo a qual todas as vibrações superiores e mais refinadas, como as que
nascem do pensamento, são conservadas no éter origina-se do fato bem conhecido de que nem a matéria, nem a energia (os dois elementos conhecidos do universo) podem ser criadas ou destruídas. É razoável supor que todas as vibrações transmitidas de maneira a poderem ser captadas e absorvidas no éter prosseguirão eternamente. As vibrações mais baixas, que não se misturam ou que não entram em contato com o éter, têm, provavelmente, uma vida natural e morrem. Todos os chamados gênios provavelmente adquiriram sua reputação porque, por
mera chance ou de outra maneira, formaram alianças com outros espíritos que lhes facilitaram emitir suas próprias vibrações mentais para um ponto onde pudessem entrar em contato com o grande templo do Conhecimento, registrado no éter do universo. Todos os grandes gênios, tanto quanto é possível deduzir dos fatos colhidos, eram pessoas de elevada sexualidade. O fato de ser o contato sexual o maior estimulante conhecido vem em apoio da teoria aqui apresentada. Investigando a fonte do poder econômico, tal como é manifestada pelas realizações de vários homens no domínio dos negócios, estudemos o caso do Grupo de Chicago, conhecido por “Big Six” (Seis Grandes), constituídos por William Wrigley Jr., proprietário do negócio de gomas de mascar que traz o seu nome e cuja renda individual se diz ser de mais de 15 milhões de dólares; John R. Thompson, dono de uma rede de restaurantes com o seu nome; Lasker, dono da Agência de Publicidade Lord & Thomas; MacCullogh, proprietário da Parmalee Express Company, a maior companhia de transportes da América, e, finalmente, Ritchie e Hertz, donos dos automóveis de praça conhecidos por Yellow Taxicab.
NINGUÉM PODE SE TORNAR UMA FORÇA NA COMUNIDADE EM QUE VIVE, NEM CONSEGUIR TRIUNFO DURADOURO EM QUALQUER EMPREENDIMENTO VALIOSO, ANTES DE SE TORNAR BASTANTE GRANDE PARA CULPAR-SE PELOS SEUS PRÓPRIOS ERROS E FRACASSOS.
Um relatório financeiro, digno de toda confiança, calculou a renda anual desses seis homens em mais de 25 milhões de dólares, ou seja, uma média de 4 milhões de dólares para cada um por ano. Uma análise do grupo formado por esses seis homens revela o fato de que nenhum
deles teve qualquer vantagem de educação, que todos começaram sem capital ou amplos créditos, que as suas realizações financeiras têm sido devidas aos seus próprios planos e não a um capricho qualquer da roda da fortuna. Há muitos anos esses homens formaram uma aliança, reunindo-se em períodos fixos,
com o objetivo de prestar assistência uns aos outros com ideias e sugestões nos seus vários ramos de negócios. De todo o grupo, Hertz e Ritchie eram os únicos ligados por sociedade comercial. As
reuniões eram efetuadas unicamente com o propósito de cooperação e de assistência mútua, com ideias e sugestões e, ocasionalmente, endosso de notas e outras garantias para auxiliar qualquer membro do grupo que estivesse diante de alguma emergência. Diz-se que, presentemente, cada um dos componentes do grupo Big Six é muitas vezes
milionário. Em regra, não merece comentário especial ou elogio um homem que nada fez além de acumular alguns milhões de dólares. Entretanto, relacionado com o sucesso financeiro desse grupo, há algo que é bem digno de comentário, estudo e análise e até mesmo de emulação. Esse “algo” é o fato de terem eles aprendido como coordenar as suas mentes, fundindo-as num espírito de perfeita harmonia, criando assim um Master Mind que forneceu a cada um dos componentes do grupo um meio de abrir portas que estão fechadas para a maioria da raça humana. A United States Steel Corporation é uma das mais fortes e poderosas organizações
industriais do mundo. A ideia que fez surgir essa gigantesca organização industrial nasceu na mente de Elbert H. Gary, advogado mais ou menos sem importância, nascido e criado numa cidadezinha de Illinois, perto de Chicago. Gary cercou-se de um grupo de homens cujas mentes estavam fundidas num espírito
de perfeita harmonia e, assim, conseguiu criar a associação mental, Master Mind, que é o espírito propulsor da grande United States Steel Corporation. Onde quer que se investigue, em toda parte onde se encontrem êxitos notáveis no
comércio, nas finanças, na indústria ou em qualquer profissão, pode-se ter a certeza de que a vitória foi conseguida por alguns indivíduos que aplicaram o princípio da química mental, criando assim um Master Mind. Esses triunfos notáveis muitas vezes se apresentam como sendo o trabalho de um só homem, mas, a uma pesquisa cuidadosa, encontrar-se-ão outros indivíduos cujas mentes foram coordenadas. Devemos estar lembrados de que duas ou mais pessoas podem operar o princípio da química mental e, assim, criar um Master Mind. O poder humano é o conhecimento organizado que se expressa por meio de esforços
inteligentes. Não se pode dizer que um esforço é organizado senão quando os indivíduos nele
empenhados coordenam os seus conhecimentos e energias num espírito de perfeita harmonia. A falta dessa harmoniosa coordenação de esforços é praticamente a causa principal de todos os fracassos comerciais. Uma vez realizamos uma interessante experiência, em colaboração com os alunos de
um grande colégio americano. Pediu-se a cada aluno para escrever um ligeiro ensaio sobre o seguinte tema: “Como e por que Henry Ford se tornou opulento.” A maioria dos alunos arranjou relatórios financeiros e balanços do ativo de Ford e
empregou esses dados como base para a estimativa sobre sua riqueza. Incluídos nessas “fontes de riqueza de Ford” estavam o dinheiro em bancos, as
matérias-primas e os produtos acabados em estoque, os imóveis e prédios, calculando-se de 10% a 20% sobre o valor dos bens materiais. Um dos alunos desse grupo, composto de várias centenas de rapazes, respondeu da
seguinte maneira:
Os bens de Henry Ford consistem, principalmente, em dois itens, a saber: 1) capital, trabalho, matérias-primas e produtos acabados; 2) o conhecimento adquirido pela experiência do próprio Henry Ford, com a cooperação de uma organização bem-treinada, que sabe como aplicar esse conhecimento com as melhores vantagens, dentro do ponto de vista de Ford. É difícil calcular, com possibilidade de correção, mesmo aproximada, o número de dólares e de centavos que constitui o valor de qualquer dessas duas espécies de ativo, mas, em minha opinião, os seus valores relativos são os seguintes: Conhecimento organizado da Empresa Ford: 75%. Valor em dinheiro e bens materiais de toda natureza, incluindo matériaprima e produtos acabados: 25%. É nossa opinião que o rapaz que assinava esse relatório não poderia tê-lo compilado
sem a assistência de outros espíritos mais analíticos e experimentados. Inquestionavelmente, o maior ativo de Henry Ford é o seu cérebro. Em seguida, virão
os cérebros do seu círculo imediato de auxiliares, pois é através da sua coordenação que foram acumulados os bens que ele controla. Se fossem destruídas todas as fábricas de Ford e todas as suas máquinas, todos os
átomos de matéria-prima, todos os automóveis já terminados e todos os seus depósitos nos bancos, ele seria ainda assim o homem mais poderoso da Terra, no que se refere a poder econômico. Os cérebros que realizaram as empresas Ford podiam duplicá-la novamente, em pouco tempo. Há sempre capital, em quantidade ilimitada, à disposição de cérebros como o de Ford. Ford é o homem mais poderoso do mundo, do ponto de vista econômico, porque
possui, tanto quanto sabemos, em grau mais elevado que qualquer outro homem, no mundo inteiro, a concepção prática do princípio do conhecimento organizado. Apesar do grande poder e do êxito financeiro de Ford, sabe-se que ele errou várias
vezes na aplicação dos princípios por meio dos quais conseguiu seu enorme poder. Quase não há dúvida de que os métodos de cooperação mental de Ford foram muitas vezes “crus”; mas, possivelmente, isso ocorreu nos primeiros tempos de sua atividade, antes que ele adquirisse a experiência que naturalmente chegaria com a maturidade. Não pode, porém, haver a menor dúvida de que a aplicação do princípio da química
mental por Ford, pelo menos no princípio, foi o resultado de uma aliança acidental com outros espíritos, particularmente com Edison. É mais do que provável que a notável visão de Ford, no que se refere às leis da natureza, tenha começado como resultado da aliança amistosa com sua esposa, muito antes do seu encontro com Edison ou Firestone. Muitas vezes acontece que um homem não descobre que a fonte real do seu êxito reside em sua esposa, como resultado da aplicação do princípio do Master Mind. A senhora Ford é uma mulher extremamente inteligente e temos razões para crer que foi o seu espírito fundido com o do marido que deu a ele o primeiro impulso em direção ao poder. Isso pode ser mencionado sem nenhum desdouro para Ford, pois nos primeiros
tempos da sua atividade ele teve que combater poderosos inimigos, como a ignorância e a falta de cultura, em grau muito maior que Edison ou Firestone, ambos dotados naturalmente de aptidões felizes para adquirir e aplicar os conhecimentos. Ford teve que se elevar por seu próprio esforço, acima das suas condições de nascimento. Em um período extraordinariamente curto, Ford dominou três dos mais pertinazes
inimigos da humanidade e transformou-os em ativo para a fundação do seu triunfo. Esses inimigos são: a ignorância, a falta de cultura e a pobreza. Qualquer homem capaz de dominar essas três forças selvagens e empregá-las com
proveito merece ser objeto de estudo de todas as pessoas menos afortunadas nesse domínio. Estamos numa era de poder industrial. A fonte de todo esse poder é o esforço
organizado. A direção das empresas industriais não somente organiza eficientemente os operários, como também, em muitos casos, a fusão de indústrias tem afetado o problema de tal maneira que tais combinações (como no caso da United States Steel Corporation) têm acumulado, praticamente, um poder ilimitado. Dificilmente se pode passar a vista sobre os acontecimentos do dia sem ter notícia de qualquer associação comercial, industrial ou financeira agindo sob uma direção única, tendo grandes lucros e criando assim enorme poder.
NUNCA, NA HISTÓRIA DO MUNDO, HOUVE TANTA ABUNDÂNCIA DE OPORTUNIDADES DE GANHAR DINHEIRO PARA AQUELES QUE ESTÃO CHEIOS DE BOA VONTADE PARA PRESTAR SERVIÇOS.
Um dia, é um grupo de bancos; no outro, uma rede de estradas de ferro; logo a
seguir, uma combinação de indústrias de aço, fundindo-se com o objetivo de desenvolver força, por meio de um esforço altamente coordenado e organizado. O conhecimento de natureza geral, desorganizado, não é poder, é apenas poder em
potencial — material do qual poderá desenvolver-se o poder real. Qualquer biblioteca moderna contém um fichário desorganizado de todos os conhecimentos de valor, dos quais a presente civilização é herdeira, mas esses conhecimentos não são poder, porque não são organizados. Todas as formas de energia e todas as espécies de vida animal ou vegetal, para
sobreviverem, precisam ser organizadas. Os fósseis dos imensos animais pré-históricos apresentam evidências positivas de que não organização significa aniquilamento. O elétron — a menor partícula da matéria —, bem como a maior estrela no universo, e
todas as coisas materiais que se acham entre esses dois extremos, oferecem uma prova positiva de que a primeira lei da natureza é a organização feliz daquele que reconhece a importância dessa lei e se esforça por familiarizar-se com os vários modos pelos quais ela pode ser aplicada vantajosamente. O astuto homem de negócios não somente reconhece a importância da lei do esforço
organizado, como também faz dessa lei a urdidura e a trama do seu poder. Mesmo sem qualquer conhecimento sobre o princípio da química mental, sem
mesmo saber de sua existência, muitos homens acumularam grande poder simplesmente organizando o conhecimento que possuíam. A maioria de todos os que descobriram o princípio da química mental e desenvolveram esse princípio no que chamamos de Master Mind conseguiu isso por mero acaso; muitas vezes, não reconheciam a natureza real da sua descoberta, nem compreendiam a origem da sua força. É nossa opinião que podem ser contadas a dedo as pessoas que, presentemente,
empregam, de maneira consciente, o princípio da química mental para conseguir poder através de fusão de espírito. Se esse cálculo for certo, mesmo aproximadamente, o leitor verá sem demora que é insignificante o risco de que o campo da prática da química mental venha a saturar-se.
É fato conhecido por todos que uma das mais difíceis tarefas que cabem a qualquer
homem de negócios consiste em induzir os seus associados à coordenação de esforços, num espírito de perfeita harmonia. Induzir à cooperação contínua um grupo de operários, em qualquer empreendimento, é coisa quase impossível. Apenas os líderes mais eficientes podem conseguir esse objetivo tão desejável, mas os dirigentes dessa espécie surgem raramente no campo da indústria, do comércio ou das finanças, e quando isso acontece, o mundo ouve falar num Henry Ford, Thomas A. Edison, John D. Rockefeller, E. H. Harriman ou James J. Hill. Poder e triunfo são sinônimos, praticamente. Um emana do outro; assim sendo,
qualquer pessoa que saiba aplicar o poder, com habilidade, por meio da harmoniosa coordenação de esforços, entre vários indivíduos, pode conseguir êxito em qualquer empreendimento razoável, possível de ser levado a cabo de modo feliz. Ninguém pense, porém, que uma feliz associação mental, um Master Mind, possa
surgir imediatamente, como um cogumelo, logo que se verifica a coordenação de mentes que pretendem unir-se num espírito de perfeita harmonia! A harmonia, no sentido real da palavra, é tão rara entre um grupo de pessoas como é
o verdadeiro cristianismo entre indivíduos que se dizem cristãos. A harmonia é o núcleo em torno do qual deve ser desenvolvido o estado de espírito
conhecido por associação mental perfeita ou Master Mind. Sem esse elemento de harmonia não pode haver a associação mental completa, ou o Master Mind. Trata-se de uma verdade que não precisa ser repetida. Woodrow Wilson tinha em mente a ideia de criar um Master Mind quando cuidou de
reunir um grupo de homens representando as nações civilizadas do mundo, ao propor a criação da Liga das Nações. A concepção de Wilson foi a ideia mais humanitária que já surgiu no cérebro do homem, pois parte de um princípio que envolve suficiente poder para estabelecer uma fraternidade humana na Terra. A Liga das Nações, ou qualquer fusão de mentes internacionais, num espírito de harmonia, pode vir a ser uma realidade. A época em que tal unidade mental possa ter lugar depende em grande medida do
tempo requerido pelas grandes universidades e instituições de ensino não sectárias para suplantar a ignorância e a superstição por meio da compreensão e da ciência.
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A lei do triunfo
De TodoA presente obra é disponibilizada pela equipe Le Livros e seus diversos parceiros, com o objetivo de oferecer conteúdo para uso parcial em pesquisas e estudos acadêmicos, bem como o simples teste da qualidade da obra, com o fim exclusivo de compra f...