Desde muito tempo que se estabeleceu uma concepção errada da palavra “educar”. Os
dicionários não têm contribuído para eliminar esse mal-entendido, pois continuam definindo “educar” como o ato de disseminar conhecimento. A palavra educar tem as suas raízes no vocábulo latino educo, que significa
desenvolver-se de dentro, projetar-se, crescer por meio da lei da prática. A natureza odeia a preguiça em todas as suas formas. Dá vida contínua apenas aos
elementos que estão em atividade. Amarre um braço ou outra parte do corpo tornando-o inativo e dentro em pouco a parte imobilizada se tornará atrofiada, ficando sem vida. Ao contrário, faça de um dos braços um uso maior do que o habitual, como acontece no caso do ferreiro que maneja um pesado martelo o dia inteiro, e esse braço se tornará mais vigoroso, mais forte e muito mais musculoso. O poder nasce do conhecimento organizado, mas não se deve esquecer que é por meio
da aplicação e do emprego que dele se faz. Um homem pode ser uma enciclopédia ambulante, sem possuir nenhuma força. O
conhecimento não se torna poder senão à medida que é organizado, classificado e posto em ação. Alguns dos homens mais bem-educados do mundo possuem menos conhecimento geral do que alguns dos que são conhecidos como ignorantes. A diferença é que os primeiros puseram em prática os seus conhecimentos, enquanto os últimos não fizeram nenhuma aplicação do que sabiam. A pessoa “educada” é aquela que sabe como adquirir tudo o de que necessita para
alcançar o seu objetivo principal na vida, sem violar os direitos dos seus semelhantes. Poderá ser uma surpresa para muitos homens “instruídos” saberem que estão muito longe de ser considerados “educados”. Será também uma grande surpresa para muitos que julgam ressentir-se de uma grande falta de “instrução” ter a certeza de que são homens “bem-educados”. O advogado que consegue mais êxito na sua carreira não é, necessariamente, o que
sabe de memória o maior número de artigos dos códigos. Ao contrário, o melhor advogado é aquele que sabe onde encontrar um princípio de lei, e mais uma variedade de opiniões apoiando o princípio que se adapta às necessidades imediatas de um determinado caso. Em outras palavras, o melhor advogado é o que sabe onde encontrar a lei que deseja
quando tiver necessidade. Esse princípio se aplica, com igual força, aos assuntos industriais e comerciais. Henry Ford teve muito pouco tempo de estudo, entretanto foi um dos homens mais
“bem-educados” do mundo, porque adquiriu a habilidade de combinar as leis econômicas com as leis naturais, alcançando assim o poder que lhe permitiu tirar o que precisava do material da natureza. Durante a Guerra Mundial, Ford moveu uma ação contra o jornal Chicago Tribune,
acusando-o de haver publicado um artigo com alusões ofensivas à sua pessoa, uma das quais dizia que ele era um pacifista ignorante etc. Quando a ação chegou ao tribunal, os advogados do Tribune pretenderam provar por
meio do próprio Ford o que havia sido escrito contra ele. Ford foi obrigado a apresentarse no tribunal. Os advogados disseram que ele realmente era um ignorante, e com esse objetivo o interrogaram sobre todos os assuntos. Uma das perguntas formuladas pelos advogados foi a seguinte: -Quantos soldados a Inglaterra mandou para vencer a rebelião das Colônias, em 1776?
Com ar de desprezo, sem se alterar, Ford respondeu: — Não sei exatamente o número enviado, mas ouvi dizer que foi enviado um número
muito maior do que o dos que voltaram. Uma gargalhada geral contagiou o juiz, o júri, os espectadores e até mesmo o
advogado frustrado. A série de perguntas prosseguiu por uma hora ou mais, e Ford manteve-se
perfeitamente calmo durante todo o tempo. Finalmente, cansado das brincadeiras dos “astutos” advogados, a uma pergunta particularmente insultuosa Ford levantou-se e,
apontando com o dedo para o advogado que o interrogava, replicou: — Se eu pretendesse responder à pergunta idiota que o senhor acaba de fazer, ou a
qualquer outra das que já fizeram, permitam-me lembrar-lhes que sobre a minha mesa de trabalho tenho uma série de botões elétricos, e, colocando um dedo sobre um determinado botão, chamaria homens que poderiam me dar uma resposta correta a todas as perguntas que me foram feitas, e a todas que os senhores não têm inteligência para formular, nem teriam para responder. Agora, tenham a bondade de me dizer: por que eu iria encher minha cabeça com uma série de detalhes inúteis a fim de responder a todas as perguntas idiotas que me fizerem, quando tenho em torno de mim homens capazes, que podem me apresentar todos os fatos de que necessito a um simples chamado meu? Esse trecho foi reconstruído com o auxílio da memória, mas relata substancialmente a
resposta de Ford. Houve um silêncio no tribunal. O promotor ficou de queixo caído e arregalou os
olhos, surpreso; o juiz endireitou-se em sua cadeira e olhou fixo para Ford; muitos jurados como que despertaram e olharam em torno de si, como se tivessem presenciado uma explosão, o que não deixa de ser verdade, num certo sentido. Um pároco eminente, que estava presente, disse mais tarde que a cena lhe fizera lembrar aquela em que Jesus Cristo compareceu diante de Pilatos, exatamente depois de haver dado a sua famosa resposta à pergunta: “O que é a verdade?” Assim também a resposta de Ford derrubou o que o interrogara. Até então, o advogado se divertira bastante à custa de Ford, segundo imaginava,
exibindo assim com habilidade os seus conhecimentos em comparação com o que julgava ser a ignorância de Ford a tantos assuntos. Mas a última resposta o deixou mesmo sem graça. Provou ao mesmo tempo, a todos que tinham inteligência para compreender, que a
verdadeira educação significa desenvolvimento de espírito, e não uma mera coleção e classificação de conhecimentos. Muito provavelmente, Ford não poderia citar o nome de todas as capitais dos estados
americanos, mas podia haver reunido, como de fato reuniu, o “capital” com o qual pôs em movimento muitas rodas, em todos os estados da União. Educação — não nos esqueçamos disso — consiste em poder obter tudo o que é
necessário para atender às próprias necessidades, sem violar os direitos alheios. Ford se ajusta maravilhosamente a essa definição, conforme tentamos mostrar narrando esse incidente relacionado com a simples filosofia do conhecido milionário. Há muitos homens “instruídos” que poderiam desnortear Ford, teoricamente, com
um labirinto de perguntas a que ele não saberia responder. Mas ele poderia voltar-se para o campo da indústria ou o das finanças e travar uma batalha na qual venceria em poucos minutos os seus adversários, apesar de todos os seus conhecimentos e de toda a sua instrução. Ford não poderia, num laboratório químico, separar os dois elementos componentes
da água, oxigênio e hidrogênio, e depois refazer a combinação atômica, mas sabe perfeitamente como cercar-se de homens competentes no assunto, que podem realizar isso todas as vezes que ele queira. O homem que sabe fazer uso inteligente dos conhecimentos dos outros é mais educado do que aquele que, tendo conhecimentos, não sabe como empregá-los.
QUANDO PERDER SEU SENSO DE HUMOR, EMPREGUE-SE COMO ASCENSORISTA, POIS ASSIM SUA VIDA SERÁ SEMPRE UMA SÉRIE DE “ALTOS” E “BAIXOS”.
O diretor de um conhecido colégio americano herdou uma grande porção de terra,
reputada por todos como muito pobre. As terras não tinham madeiras de valor comercial, nem minerais, nem qualquer outro produto vendável, tornando-se assim apenas uma fonte de despesas para o conhecido educador, pois ele tinha que pagar impostos territoriais. O Estado construiu uma estrada que cortava suas terras. Um homem ignorante que passava no seu carro por essa estrada observou que as terras se achavam situadas no alto de uma montanha, de onde se descortinava uma vista soberba, em todas as direções. Esse homem “ignorante” também observou que as terras estavam
cobertas por algumas árvores frondosas. Comprou logo 20 hectares da terra considerada “ordinária”, à razão de 10 dólares o hectare. Perto da estrada, construiu uma casa, onde instalou uma grande sala para refeições. Instalou ao lado uma bomba de gasolina, construiu mais 12 casas pequenas ao longo da estrada e começou a alugá-las aos turistas à razão de 3 dólares por noite cada uma. O restaurante, as casinhas e o posto de gasolina lhe deram uma renda de 15 mil dólares no primeiro ano. No ano seguinte, ampliou o plano e mandou construir mais 50 casas de madeira, com três quartos cada uma, que depois alugava para veraneio às pessoas das cidades mais próximas, cobrando nada menos que 150 dólares por estação. Os materiais de construção nada lhe custaram, pois ele retirou das próprias terras
compradas ao diretor do colégio que as julgara inteiramente sem valor. Além disso, a aparência única, fora do comum, dos bangalôs, servia como
propaganda do plano, pois muitos chegaram a considerar uma verdadeira infelicidade que ele fosse forçado a construir casas com materiais tão rudimentares. A menos de 8 quilômetros de distância desse local o mesmo homem comprou uma fazenda velha de 60 hectares, à razão de 25 dólares o hectare, preço que o vendedor achou bastante elevado. Construindo uma barragem de 30 metros de comprimento, o comprador da velha
fazenda transformou um córrego num lago que cobria 6 hectares, povoou-o com peixes e depois vendeu a fazenda em lotes às pessoas que desejavam possuir um bom local para veranear junto a um lago. O lucro obtido nessa operação foi de mais de 25 mil dólares, e o tempo gasto foi apenas um verão. Entretanto, esse homem de tanta visão e imaginação não era “educado” no significado
habitual do termo. Não esqueçamos o fato de que é por meio desses exemplos simples da prática do
conhecimento organizado que o indivíduo pode se tornar educado e poderoso. Falando sobre a transação que acabamos de descrever, o diretor do colégio que
vendera 20 hectares de terras sem valor por 500 dólares disse o seguinte: — Pensemos um pouco sobre isto: um homem que quase todos nós chamaríamos de
ignorante combinou essa ignorância com 20 hectares de terra sem valor e conseguiu assim ganhar em um ano mais do que eu ganho em cinco, com a aplicação do que se chama habitualmente “educação”. Há uma oportunidade, ou, antes, dezenas de oportunidades, no mundo inteiro, para
se pôr em prática a ideia aqui referida. De agora em diante, sempre que encontrar terras como a que foi descrita nesta lição,
vale a pena observá-las, e talvez elas ofereçam um local apropriado para se desenvolver uma empresa igualmente lucrativa. Isso se aplica particularmente às localidades onde há poucas praias propícias ao banho, pois naturalmente as pessoas gostam de encontrar tais vantagens. O automóvel foi a causa de que se construísse nos Estados Unidos um importante
sistema rodoviário. Em cada uma dessas estradas há um local apropriado para uma Cabin City**** para turistas, que pode se transformar numa verdadeira mina, bastando para isso que a pessoa que explora a oportunidade tenha imaginação e confiança em si mesma.
Por toda parte existem oportunidades para ganhar dinheiro. Este curso tem por
objetivo ajudar os seus leitores a ver tais oportunidades, e ensinar-lhes a maneira de tirar delas o maior proveito.
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A lei do triunfo
عشوائيA presente obra é disponibilizada pela equipe Le Livros e seus diversos parceiros, com o objetivo de oferecer conteúdo para uso parcial em pesquisas e estudos acadêmicos, bem como o simples teste da qualidade da obra, com o fim exclusivo de compra f...