Capítulo 9

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Então venha me encontrar

Eu estarei esperando por você

Eu estarei esperando por você esta noite  

Ready To Love Again - Lady Antebellum



Fechei a porta e encostei-me a mesma. Minha mão voou para os lábios, ainda era nítida pressão da boca de Álvaro sobre a minha. Eu sentia as batidas do meu coração, mais tranquilas, embora meu corpo continuasse a saborear as emoções conflitantes da confissão daquele cowboy impertinente.

Respirei fundo, caminhando devagar para o quarto. Nem o escuro dos cômodos era capaz de me despertar da minha alegria. Ele gosta de mim! Quis gritar, rir e chorar ao mesmo tempo, enquanto as recordações bombardeavam minha mente.... Seus olhos.... Suas mãos em minha cintura... Sua voz grave arrepiando minha pele... E aquela promessa discreta.

— Por que demorei tanto tempo para encontrar alguém como ele? — Questionei-me, sentando na cama e agarrando o travesseiro.

Parecia que eu havia ficado muito tempo trancafiada na escuridão e somente agora tinha a liberdade de ver a luz sem barreiras. Fechei os olhos sentindo as lágrimas deslizarem minha face.

Eu estava com medo. Muito medo!

As incertezas surgiam de todos os lados, tinha afastado Álvaro logo no início por causa de Rafael quando tudo o que existia eram feridas na alma. O príncipe de cabelos loiros que eu fantasiava havia me levado a conhecer o pior lado do ser humano, sugado todas as minhas forças e esperanças por um poucochinho de carinho. E nem isso ganhei!

Sorri diante as lágrimas pensando em Álvaro. Ele tinha me pedido confiança e a única coisa que recebera fora minha indiferença e insensatez.

— Maraísa, você chegou cedo — minha cunhada disse, entrando em meu quarto — Eu pensei que ficaria mais um pouco e que aproveitaria para conversar com Álvaro e.... — ela se interrompeu ao me encontrar em prantos. Fechou a porta e trancou-a, aproximando.

Deitei minha cabeça em seu colo, sentindo falta dos meus pais. Com certeza eles saberiam o que dizer nesse momento. Solucei, enquanto Paula acariciava minha cabeça, pedindo calma.

— O que foi, Mara? — Ela perguntou aflita — Aconteceu alguma coisa entre você e Álvaro?

Assenti, tossindo.

— Ele me beijou — respondi, passando a mão no rosto.

— Oh! Querida — ela riu — Não deve ter sido tão ruim assim.

— E não foi — concordei — Eu só me sinto uma vaca por ele ser um cara legal e ter sido sincero comigo, quando eu não mereço nenhum sentimento bom.

— Ei! — Ela ralhou, fazendo com que eu a fitasse — Você é uma mulher incrível Maraísa e se está falando daquele ordinário serei obrigada a dar a surra da sua vida.

Voltei a sentar na cama. Eu não compreendia a insistência de Paula em me inocentar, embora soubesse de toda a culpa que me corroía por dentro, eu não havia pensando em nada quando me submeti ao aborto.

— Álvaro disse que está interessado em mim.

— E qual o problema?

Rolei os olhos, limpando as lágrimas.

— Eu sou uma pessoa complicada, talvez egoísta e desumana que você conhece em toda a sua vida, Paula — disse passando as mãos no cabelo — Além disso, como isso poderia dar certo?

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