Parece que eu estive jogando no lado seguro amor
Construindo muros no coração para me salvar, oh
Mas é hora de deixar rolar
Ready To Love Again - Lady Antebellum
No caminho de volta para a fazenda, eu tentava diminuir nosso contato. Todavia, era só o cavalo ameaçar correr, agarrava-me a Álvaro como se minha vida dependesse disso, o que era totalmente verdade, pois me esborrachar no chão não estava nos planos.
Seu abdome contraiu, ele ria de mim. Pensei em dizer alguma coisa, mas o animal acelerou e sem intenção alguma finquei minhas unhas em sua barriga, fazendo-o exclamar de dor.
— Não precisa me machucar, dona! — Sua voz o denunciava ele estava irritado.
— Então mantenha seu cavalo quieto — esbravejei.
— Isso será impossível — respondeu em tom de deboche.
— Posso saber por quê? — Indaguei.
— Se ele ficar quieto, não sairá do lugar, estamos quase chegando ao seu destino, além disso, tenho outras coisas para fazer.
— Pare o cavalo — pedi, ele fingiu não me ouvir — Pare o cavalo — repeti entredentes.
Ele suspirou irritado, segurei em sua camisa, escorregando do cavalo, afastando-me rapidamente, não queria levar uma patada. Álvaro franziu o cenho me fitando incrédulo.
— Obrigada pela carona, continuo o caminho a pé.
Ele deu de ombros partindo com o cavalo, levantando um pouco de poeira. Eu estava perplexa, havia sido mesmo deixada para trás, ele não argumentou, parecia mais satisfeito. Bati o pé, começando a andar, enquanto o xingava mentalmente.
Aquele estúpido, ignorante, roceiro!
O sol estava se pondo quando alcancei a fazenda, meu rosto suado, a roupa suja de terra. Sentia-me cansada, e fiquei irritada quando o vi em frente à casa com o semblante divertido.
Puxei minha camiseta para baixo e passei por ele, com a cabeça erguida. Poderia ter perfeitamente me rebaixado e o ofendido, mas, observando-o não merecia que eu me depreciasse. Segui diretamente para meu quarto, tomando um banho demorado para retirar a essência daquele caipira.
Paula bateu na porta, perguntando se eu estava bem, já que não me viu a tarde toda. Respondi que sim, ignorando a vontade de contar sobre o tipo de gente que vive nesse lugar, me poderei. Terminei de escovar o cabelo fazendo um coque, calcei as rasteirinhas combinando com o vestido laranja.
Surpreendi ao vê-lo acomodado na mesa, dessa vez sem chapéu, com um sorriso maroto nos lábios.
— Não irá se sentar? — Meu irmão perguntou duvidoso.
— Claro — sorri, sentando no único lugar vago, ao lado do caipira.
— É um prazer revê-la, senhorita — ele disse sorrindo — Espero que a caminhada não a tenha fatigado, sabemos que vocês da cidade costumam ser fracos em relação à atividade física.
Puxei o guardanapo com raiva, assumindo uma expressão neutra diante da tentativa dele em me fazer colérica.
— Pois fique sabendo, senhor, que estou acostumada a andar mais de dois quilômetros por dia, não tenho uma vida sedentária nem monótona como a sua — retruquei vendo-o assumir uma careta.
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Em Um Click
RomansaA vida é marcada por pequenos momentos muitas vezes registrados com flash. O que se esperar de uma simples viagem de férias, para um lugar afastado de toda tecnologia, sem nenhum atrativo? Essa era a pergunta que Maraísa fazia até encontrar um Cowbo...