Capítulo 3

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Eu estou pronta para sentir agora

Já não estou mais com medo de cair

Deve ser hora de seguir em frente agora

Ready To Love Again - Lady Antebellum


Eu estava sonhando! Abri meus olhos, incomodada com o frio e as gotículas de água que caiam em meu rosto. Não me lembrava de adormecido ao relento, pensamentos confusos terminavam em um caminho desconhecido, como se os mesmos tivessem a obrigação de findarem no escuro.

Tentei me levantar, mas mãos fortes interromperam o movimento ao firmar meus ombros. Minha garganta estava seca e meus pulmões pareciam querer explodir, pequenos lapsos preencheram minha memória ou seriam sonhos.

— Como está se sentindo?

Foquei o dono da voz, nem um pouco surpresa ao perceber ser Álvaro, me lembrava dele próximo de mim, como se fossemos.... Beijar-nos. Arfei, esperando que tudo não passasse de um mal intendido e que ainda estivesse no quarto da fazenda; continuava deitada na margem do rio, rodeado por uma mata fechada.

— Maraísa.

— Eu estou bem — respondi, franzindo o cenho por minha voz soar rouca — O que aconteceu? — Olhei-o bem, Álvaro estava completamente vestindo e molhado. Oh! Então, não havia o beijado. Seria possível que meu rosto demonstrasse frustração? O meu Deus! O que estou pensando!

— Você estava se afogando — ele respondeu.

— Tem certeza? Eu estava conversando com você.

— Sim.

Sentei-me, tentando afastá-lo. Eu estava completamente confusa, talvez eu esteja começando a ficar maluca devido ao ar puro, esse verde, natureza, saudades de casa ou a culpa seja desse caipira.

— Consegue ficar de pé? — Assenti, aceitando sua ajuda.

— Obrigada — disse, passando as mãos no cabelo molhado — Eu vou voltar para a fazenda.

— Posso lhe dar uma carona, Maraísa.

Eu o fitei incrédula. Álvaro não tinha a obrigação de ser cavalheiro comigo, na verdade, eu preferia que ele agisse como no nosso primeiro encontro; um insensível. Ergui a cabeça, assumindo uma certeza que não existia, de fato.

— Não será necessário, eu consigo andar alguns metros, nem bati com a cabeça, foi um mero acidente.

Um barulho na mata chamou minha atenção e inevitavelmente dei dois passos para trás. Felizmente era somente o peão da fazenda acompanhado de Gabriel, que suspirou aliviado, vindo me abraçar. Retribui, sentindo segurança, sorri quando beijou minha testa.

— Ficamos preocupados contigo. Não deveria andar em terras desconhecidas, menina — segurou meu rosto entre as mãos — Não quero ser importuno, só tome cuidado, Mara.

— Entendi o recado,  eu não posso ficar trancada naquele quarto esperando o tempo passar — respirei fundo, olhando para Álvaro — Obrigada novamente — disse sem realmente lembrar o que havia acontecido.

Gabriel encarou Álvaro esperando alguma resposta plausível por suas roupas molhadas. Será que eu havia fantasiado e afogara? Não, isso era do meu feitio. Abandonei os devaneios, dirigindo-me a caminhonete que nos esperava. Provavelmente eu estava desabituada, era isso, saudades de casa.

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