Capítulo 8

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Deve ser hora de seguir em frente agora

Sem o medo de como isso pode acabar

Eu acho que estou pronta para amar de novo  

Ready To Love Again - Lady Antebellum



— Bom dia. — cumprimentei todos em volta da mesa, sentei e me servi de café, experimentando o pão de queijo quentinho.

Eu estava animada depois do meu passeio à noite, tinha refletido sobre Rafael e tive que concordar com Álvaro. Já não conseguia confiar em ninguém e mesmo estando ao lado do meu irmão, permanecia distante e sozinha.

Ali percebi que nos últimos anos distanciei de meus amigos e retornei ao cargo de colunista em uma revista virtual somente para não sentir a agonia que me abatia todas as vezes que perguntavam sobre planos para o futuro.

Como dizer que eu amava um homem comprometido que não tinha qualquer interesse de formar uma família comigo. Afirmar que deixei rapazes incríveis sair da minha vida por causa de um capricho.

Respirei fundo.

Eu realmente havia amado Rafael?

Depositei a xícara sobre a mesa, notando que todos me olhavam desconfiados. Sorri, quando Luís Henrique saiu da cadeira ao lado de Paula, circulou a mesa e puxou a cadeira ao meu lado. Acomodado, meu sobrinho retribuiu o sorriso.

— Nós vamos até a cidade para as mulheres fazerem compras, a senhora quer ir também, tia?

Passei a mão em sua cabeça e beijei sua testa. Como eu adorava a facilidade com que ele me incluía em sua vida, embora várias vezes o tivesse afastado, sobretudo quando desisti do meu bebê.

— Será um prazer passear com você — disse — Tomar sorvete em uma pracinha e ir aonde quiser — completei, ganhando plena satisfação em seu rostinho.

— O que aconteceu com você, Maraísa? — Gabriel perguntou se servindo de outra xícara de café.

Apoiei os cotovelos na mesa, cruzando as mãos. Eu sentia uma alegria sublime em observar meu irmão, conseguia me lembrar das noites de tempestades que ele ficava comigo, prometendo me proteger. Uma pena que eu não tenha honrado o juramente de fazê-lo sentir somente orgulho de mim.

— Não tenho passado muito tempo com meu sobrinho e as férias são para ser divertidas e divididas com a família — argumentei.

— Você está estranha — ele disse, dando de ombros e um sorriso rápido — Mas é bom ver esse brilho novamente em seu olhar desde que... — interrompeu-se, embora eu soubesse perfeitamente o complemento da frase.

— Bom... Margarida nos comunicou que hoje tem uma festa na cidade, por isso, vamos para lá depois do almoço — Paula falou, sorrindo — Voltaremos amanhã para a fazenda.

— Parece ser um belo passeio — disse para Luís Henrique que me abraçou.

Assim que terminamos o café, minha cunhada resolveu ajudar Margarida a embalar os doces que seriam vendidos durante a festa, enquanto meu irmão e sobrinho foram ao estábulo. Eles iriam aproveitar a manhã fresca para apreciar uma cachoeira próxima da propriedade. Meu sobrinho até me convidou para a pequena excursão, mas eu tinha feito um trato com Álvaro e Bianca e, pelo relógio da sala, estava atrasada.

Como esperado encontrei Bianca no galinheiro, aproximei com cuidado para não pisar em nenhum daqueles pintinhos barulhentos. Observei a menina com tranquilidade, sentada sobre os fenos.

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