Capítulo 10

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Deve ser hora de seguir em frente agora

Sem o medo de como isso pode acabar

Acho que estou pronta, pronta para amar de novo  

Ready To Love Again - Lady Antebellum


Demorei um tempo até reconhecer o lugar onde estava, deitei de barriga para cima encarando o teto de madeira. Aquele não era meu quarto, virei o rosto para o lado, enquanto minhas mãos tateavam o que deveria ser meu colchão. Ergui as mãos em punho com a sobrancelha arqueada ao ver o feno.

Sentei-me rapidamente, olhando para a camisa que não era minha. Meus olhos estavam ardendo, fazendo com que me lembrasse do choro compulsivo e do que havia induzido Álvaro a..... Mordi os lábios, sem notar sua presença no celeiro.

Talvez minha resposta deva tê-lo trazido a realidade. Idem? É tão difícil dizer "estou apaixonada também? ".

— Espero que tenha acordado de bom humor — respirei aliviada quando Álvaro surgiu em meu campo de visão. Agora eu sabia que a camisa pertencia a ele, embora eu pudesse ficar com ela — Como está se sentindo hoje? — Perguntou, sentando ao meu lado, seus dedos tocando levemente minha face.

— Acho que estou mais calma, mas não quero voltar para a casa principal — respondi, umedecendo os lábios — Não tenho coragem de encarar Gabriel depois daquele vexame.

Ele assentiu, beijando minha testa.

— Eu fui até a casa de Margarida avisar que tinha encontrado você — um pânico me invadiu e limitei a olhar para a entrada do celeiro — Eles não estão lá fora, sua cunhada conversou com Gabriel. Ele só mandou dizer que ama você.

— Eu também o amo — sussurrei com a voz embargada — Acha que estou sendo uma medrosa?

— Uai — ele disse, fazendo com que me sentasse entre suas pernas e descansasse minhas costas em seu peito — É natural querer se proteger, seu irmão te ama, Maraísa.

— Mas ele pode me odiar quando souber do que fiz com meu filho.

— Você era praticamente uma criança — argumentou, apertando seus braços em volta de meu corpo.

— Não tente me inocentar — implorei.

— Diacho, se martirizar pelo resto da sua vida é uma idiotice — ele disse sério — Não vai mudar o que você fez.

— Tem razão — concordei, — Me desculpe.

— Mudando de assunto — ele iniciou, beijando meu ombro — Podemos ir para minha casa e você toma um banho quente e descansa na minha imensa cama de palha.

— Você é um babaca — retruquei, sorrindo.

— Uai, fazer o quê!

— Obrigada por cuidar de mim — fui sincera, olhando em seus olhos.

— Homens apaixonados costumam agir como idiotas — argumentou, levantando-me no colo — Mas, espero que pense carinhosamente na minha alternativa e fique comigo. — Abri a boca para retrucar, no entanto seu olhar me silenciou.

Assim que chegamos à casa azul, meu cowboy deixou-me sozinha no quarto. Eu temia que após o ocorrido no celeiro, ele se afastasse. Verdadeiramente eu não conhecia a magia daquele sentimento, do qual tentei fugir a minha vida toda.

Tomei um longo banho e ao voltar para o quarto encontrei alguns pares de roupa, com certeza Paula havia arrumado, já sabendo do tempo que preciso para refletir. Sentei na cama, secando o cabelo, eu ainda experimentava o medo em cada célula do meu corpo.

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