Um Marido para Cristina - 2

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            Sábado acordei com um méti no aplicativo. Fiquei tão feliz que mandei mensagem no grupo. Dinho mandou áudio pedindo pra eu dar um "brinde" no perfil do moço, mas não tenho a mínima ideia do que seja isso. Também mandei Whatsapp pro Dani, mas lembrei que ele sempre dormia até tarde. Vi que tinha me mandado uma mensagem quando chegou do trabalho na noite anterior me pedindo pra ir na academia com ele. Eu sempre ia pra academia de manhã, mas aproveitei pra ficar com meu pai pra minha mãe sair com a minha tia. As duas estavam querendo comprar rasteirinhas novas desde o final do ano. E seria bom ficar um tempo a mais na academia, também. Daria pra queimar todas as calorias da semana, já que foi tão corrido no jornal que não consegui nenhuma folguinha na terça. Sábado e terça eram os dois dias que eu ia malhar.

Entrei no Tinder e combinei de me encontrar com o moço do méti no domingo a tarde, já que ele estava ocupado nos dois dias à noite. A manhã passou tão rápido que nem percebi. Logo Dani estava passando me pegar de carro na porta do condomínio. Contei pra ele do projeto da Cássia, que ia encerrar se não conseguisse que mais gente frequentasse. Ele respondeu vagamente que iria aparecer quando pudesse. Assim que a gente entrou na academia eu e Dani nos separamos. Ele gostava de fazer série de braço, perna, sei lá o quê, e eu tinha meus exercícios com o Dinho. Sei que às vezes odiava ele, mas era um dos melhores personal trainers da cidade. Sério mesmo, já tinha até recebido prêmio e tudo.

- E aí Cris, me diz desse novo boy... – Dinho perguntou enquanto me mandava fazer mais não sei quantos abdominais. Eu sempre perdia a conta.

- Nós não conversamos muito ainda, vamos nos encontrar amanhã. – Estava sem fôlego, então foi meio difícil dizer a frase toda.

Olhei pro outro lado da academia. Dani estava usando os aparelhos na maior facilidade. Rato de academia. Do meu lado percebi umas garotas cochichando e apontando pra ele discretamente. O Dinho olhou pra elas também e fez uma careta pra mim. Me puxou de canto.

- Aquelas garotas estão olhando pro Dani ou é impressão minha? – Perguntou enquanto me puxava pra perto dos aparelhos pra fazer uma série de perna.

Eu odiava os aparelhos, mas fazia mesmo assim. Tinha plena confiança no profissionalismo do Dinho. Em resposta a pergunta dele, dei de ombros. O fato era que Dani era meio que famosinho entre as menininhas da cidade. O que eu não entendia já que ele vivia cheirando a peixe (por causa do trabalho).

- Agora vamos fazer a mesma série da semana passada, Cris. – Dinho instruiu assim que sentei no aparelho. Era relativamente perto de onde Daniel estava e o trouxa apontou pra minha cara e riu. Não respondi nada, mas mostrei a língua pra ele.

Vi a recepcionista da academia vindo de longe pra falar com Dinho. Ela andou em uma linha tão reta que até parei de fazer a série. Recebi uma bronca do meu personal.

- Dinho, – A recepcionista disse baixo no ouvido dele, mas como eu estava perto consegui ouvir. – tem uma pessoa lá na recepção que tá pedindo um plano bizarro. Eu disse que a gente só oferece os planos pré-planejados, mas estão insistindo tanto... E ainda falaram seu nome...

- Eu vou lá ver isso. – Ele respondeu pra moça. – Cris, continua fazendo a série.

Dinho saiu me deixando sozinha, tentando contar cada vez que puxava o aparelho pesado. Juro que às vezes eu tinha vontade de espalhar pra todo mundo que o nome dele era Geraldo. Me concentrei na contagem. Tanto que nem percebi quando uma pessoa parou na minha frente no aparelho. Só fui olhar quando ele falou.

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