CAPÍTULO 11

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Hoje era segunda, bom é hora de voltar a realidade, levantei da cama e me arrumei para ir a escola. Peguei minha mochila e fui tomar café.

- Oi tia Emília.- Falei lhe dando um beijo.

- Oi minha filha, vai para a escola?

- Vou sim, tenho que tocar a minha vida pra frente.

- Ainda bem que temos uma menina responsável e estudiosa dentro desta casa.- Ela fala sorrindo.

- Ahh, a Emilly é uma boa menina.

- Eu sei.- Tia Emília fala sorrindo.

- Bom, já vou indo.- Falo levantando e dando um beijo na tia Emília.

- Vá com Deus meu bem.

- Amém.

Desço o morro e chego na entrada vendo o Alemão conversando com alguns vapores, passo sem olhar para ele e saio do morro. Idiota! Vou para o ponto de ônibus, pego meu celular e fico jogando quando vejo um carro parar bem na minha frente.

- Entra ai.- Alemão fala abaixando o vidro do carro, entrei sem falar nada e o mesmo deu partida.- Não vai falar nada?

- Não tenho nada pra falar.- Respondo seca olhando para frente, sinto a mão do Lo... Alemão! Na minha coxa, suspiro fundo.

- Eu sei que ontem fui meio seco com tu...

- Meio seco?- Pergunto arqueando a sobrancelha.

- Sim, não foi pra tanto morena. Ontem eu estava com a cabeça quente.

- E quando é que você não está, não é mesmo.- Falo irônica.

- Morena, Morena.- Alemão fala abrindo o porta luvas, e tira sua arma de lá, naquele momento fiquei sem ar e arregalei os olhos.- Calma, eu não vou fazer nada com você.- Ele guarda a arma e me puxa me dando um selinho.

- Presta atenção Alemão!- Falo referindo a estrada.

- Lorenzo.- Ele me corrige, chegamos em frente a escola e eu tento abrir a porta mais a mesma está travada.- Aonde pensa que vai.

- Vou pra escola.

- Não antes de me pagar a corrida.

- Não mandei você me trazer Lorenzo.- Falo revirando os olhos.

- Deixa de bancar a difícil.- Ele me puxa e me dar um beijo de tirar o fôlego.

- Calma Lorenzo.

- Quero você hoje na minha casa.- Ele fala mordiscando meus lábios.

- E se eu não quiser ir?- Pergunto provocando.

- Você não vai ter o papai aqui.

- Tenho escolha?

- Não, você não tem.- Ele ataca minha boca novamente, pego em seu membro e sinto ele ganhar vida.

- Agora eu tenho que ir.- Falo tentando empurrar Lorenzo.

- Espera.- Sinto o mesmo chupar o meu pescoço.

- Filho de uma mãe!- Falo e ele começa a rir, que lindo meu Deus.

Ele destrava o carro e eu abro a porta saindo do carro, antes que  fechasse a porta ele lança uma nota de 100 e me dar.

- Para o lanche e táxi.- Ele fala e fecha a porta do carro e sai dali em uma arrancada, fico pasma e guardo o dinheiro na bolsa, encaro a escola e solto um sorriso.

Entro na escola e os corredores estavam lotados, estava indo pra minha sala quando bato de frente com a diretora.

- Ana Júlia? - Ela fica surpresa com minha presença.

- Sim Senhora.

- O  que faz aqui?- Como assim?

- Eu estudo aqui.

- Não mais.- Como assim? Meu Deus o que está acontecendo?

- Como assim?

- Me acompanhe.

Fomos até sua sala e eu sentei em uma poltrona que tinha de frente á sua mesa.

- O que aconteceu?- Pergunto olhando para ela a procura de uma resposta.

- Pensei que você soubesse, sua tia veio aqui e cancelou sua bolsa de estudos.- Ao escutar aquilo meu mundo desabou, chorei como nunca tinha chorado antes, essa escola era a minha única chance de realizar o meu sonho.- Desculpa Júlia, ela falou que você ia se mudar, eu não tive culpa.

- Eu sei, não se preocupa, eu acredito na senhora, se me der licença.

Saio de sua sala limpando minhas lágrimas e acabo encontrando a Bih, abraço ela e choro em seus braços.

- O que aconteceu?- Ela pergunta preocupada.

- Acabou Bih, acabou!- Falo desesperada.

- Vem, me explica isso direito.- Ela me puxa para um banco que tinha ali perto.

- Minha tia cancelou minha bolsa.

- Como assim?- Ele fica sem entender, ai eu lembro que não falei nada a ela do que me aconteceu.

- Ela me expulsou de casa por eu ter ficado com o Alemão.- Falo e Bih fica pasma.

- Meu Deus, logo o Alemão?

- Eu não queria, ele me pegou a força, agora eu sou amante dele, eu não queria amiga. Mais agora eu quero ele como nunca quis ninguém, eu acho que estou gostando dele!- Falo chorando.

- Amiga, não fica assim, eu posso te ajudar, olha eu falo com meus pais e ele pode pagar a escola pra você.

- Não, não precisa Bih, obrigada.

- Tem certeza?

- Sim.

- Aonde você está ficando?

- Estou na casa de uma amiga minha lá no morro.

- Está precisando de dinheiro?

- Não, está tudo bem, agora eu tenho que ir.- Falo levantando.

- Tabom amiga, fica bem tá?

- Eu vou ficar bem.

- Me liga.

- Tá.

Saio da escola e pego um táxi, ainda estou sem acreditar no que minha tia fez. Primeiro me expulsa de casa e agora faz isso comigo, está tudo acabado, não ia conseguir cursar minha faculdade de medicina, foi tudo que eu sempre sonhei, começo a chorar descontroladamente.

- Está tudo bem moça?- O taxista pergunta me olhando pelo retrovisor.

- Está sim.- Minto e enxugo minhas lágrimas, fico olhando as pessoas pela janela, e choro só de pensar que meus planos de ter uma vida melhor foi por água abaixo.

- Moça Chegamos.- Ele para no pé do morro.

- Obrigada senhor.- Falo entregando a nota de cem, pego o troco e saio do carro. Encaro aquele morro e suspiro fundo, passo pela entrada e o Menor me surpreende.

- Estava chorando Morena?- Ele pergunta, me joguei nos braços dele e chorei mais ainda.- Calma Morena, o que aconteceu?- Eu não conseguia falar nada, apenas chorar.- Bora, vou te levar pra casa.- Ele me puxa e eu subo em sua moto, Menor me leva até a casa da Emilly e me abraça.- Calma, seja lá o que for, tudo isso vai passar.- Ele fala e eu balanço a cabeça positivamente.

Ele sai com sua moto e eu entro em casa, não tinha ninguém em casa, entro no quarto e me jogo na cama e choro descontroladamente, o sono me venceu e eu dormi.

 

 

AlemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora