Andrew voltou.
Sim, eu estava muito feliz.
Era meu aniversário.
Daniel insistiu em esconder o que estava tramando e eu estava ficando cada vez mais ansiosa e nervosa.
Eu havia acabado de acordar quando ouvi leves batidas na porta, disse um sonoro "entre" e sentei na cama. Daniel entrou carregando uma bandeja cheia das minhas comidas preferidas.
-Feliz aniversário, meu amor. - disse ele logo após colocar a bandeja em cima da cama e me dar um beijo.
-Esse é meu presente? - perguntei, aliviada - É maravilhoso.
Ele riu.
-Na verdade, é o primeiro do dia. - ele colocou café na xícara - O primeiro de muitos. Mas posso adiantar que você não vai precisar fazer nada hoje.
-Daniel, eu estou ficando mais velha, não inválida.
-Estamos treinando.
Dei um leve tapa nele que riu, mas parou de repente ao notar a seringa em cima da mesinha.
-Eu... - comecei
-Ainda não se livrou disso? - perguntou
-Eu vou. - respondi. - Não agora.
-Quando, Rosy? - ele perguntou olhando para mim novamente, sério. - Vou jogar isso fora.
-Não. - eu disse, segurando sua mão que já estava quase na seringa - Eu faço isso. Agora esquece.
-Não está pensando em aplicar isso em você, está?
-Claro que não. - eu disse e beijei sua mão - Me diga quais são os outros presentes. - tentei distraí-lo mudando para o assunto que eu menos queria falar no mundo, ele hesitou por um instante, olhando a seringa, mas logo riu.
-O próximo deve estar chegando em 3... 2... 1.
Assim que ele fechou a boca, Milly, Andrew, Joe, Ursulla e a diretora Helena entraram no quarto com balões e cada um segurando uma caixa com laço em cima. Não acreditei no que vi.
-SURPRESA. - disseram juntos.
Daniel foi rápido o suficiente para tirar a bandeja de cima da cama como se antecipasse o ataque de Milly e Ursulla, que pularam quase em cima de mim e me abraçaram.
-Gente. - comecei - O que eu falei sobre presentes e surpresas?
-Entrou por um ouvido e saiu por outro. - disse Milly
-Acha mesmo que deixaríamos seu aniversário passar em branco? - disse Ursulla
-Você teve sorte. - Andrew andou até a cama e me entregou uma caixa, dando um leve beijo no topo da minha cabeça - Feliz aniversário. - sussurrou, mas em seguida falou mais alto - Milly queria chamar toda a escola pra fazer essa mesma surpresa, só que lá fora.
Arregalei os olhos.
-Me digam que não fizeram isso.
Todos riram.
-Minha mãe não deixou. - disse Daniel, que havia se livrado da bandeja.
-Claro que não. - disse a diretora andando até mim - Além da bagunça que seria, eu sabia que Rosy não iria gostar. Feliz aniversario, querida.
-Obrigada. - eu disse e ri. - Por tudo.
-Parabéns, menina importante e sem graça. - disse Joe, se aproximando. - É só uma lembrancinha.
-Não precisava. - eu disse - Mas obrigada.
-Tenho que cuidar dos afazeres. - disse a diretora andando até a porta - Tenham um bom dia, ou noite, você vai precisar, Rosy. - e então saiu.
-O que estão tramando? - perguntei, receosa.
Todos riram.
-O dia é seu. - disse Milly - O que vai querer fazer?
-Primeiro, trocar de roupa. - respondi - E tomar um banho, tomar meu maravilhoso café também. O resto decido depois.
Milly olhou para Ursulla.
-Ela está nos expulsando?
-Sim, ela está. - E então as duas riram.
-Não. - eu disse e ri também. - Vamos passar o dia juntas.
Elas me abraçaram de novo e se levantaram.
-Estávamos brincando com você. - falou Ursulla.
E então após me darem um abraço, os meninos também saíram do quarto, me deixando sozinha com todos aqueles presentes.
Tomei um banho, encontrei a badeja na escrivaninha do outro lado do quarto e não comi metade do que tinha. Só então olhei para a seringa. Estava na hora de jogar ela fora.
Andei até ela, mas antes de pegá-la, Daniel abriu a porta.
-Está arrumada? - perguntou
-Eu poderia estar nua. - respondi - Enlouqueceu?
-Eu não teria reclamado. - então ele me agarrou e começou a me beijar, me segurando firme e desesperado. Um sentimento ruim passou por mim, mas ignorei. Nada de ruim poderia acontecer naquele dia.
Foi quando aconteceu.
Daniel estava me apertando tanto que dei um passo para trás e não percebi quando a seringa se infiltrou por trás da minha coxa. Não sei como, mas Daniel se desequilibrou e caiu por cima de mim fazendo todo o conteúdo transparente entrar na minha corrente sanguínea. Foi quando senti uma picada e gritei.
Daniel se levantou e me ajudou a levantar, seu olhar estava alarmado.
Só consegui pensar que algo havia acontecido, só não sabia o que.
-Você está... - ele começou, mas se conteve quando tirei a seringa do meu corpo.
E então tudo ficou escuro.
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Escola de Vampiros - Curada
Vampire1 ano depois de todos os acontecimentos do último livro, Rosy se vê perseguida por gente que nunca havia sido uma ameaça, até agora: os humanos.. Quando acidentalmente toma um antídoto que lhe dá "a cura", Rosy se vê em perigo e conhece uma humana n...