Elisa bateu na porta do apartamento bem cedo, como ela tinha dito que faria e Andrew não gostou nada daquilo, estava mais que na hora de aceitar que eles não se deram bem, eu só não sabia o motivo.
Eu sabia que precisava dormir ou não aguentaria a viagem acordada, coisa que eu queria fazer. O problema era que eu conseguia pregar o olho de jeito nenhum, em parte preocupada com a viagem e em parte preocupada com meus amigos que poderiam ser perseguidos e pegos, ainda tinha o fato ter vampiros inimigos atrás de mim. Quando minha vida se tornara esse desastre?
Precisávamos viajar a noite ou meus amigos queimariam no sol. Isso era um problema, precisávamos pensar em algo para que eles pudessem andar livremente durante o dia.
Elisa estava dormindo no sofá quando levantei para pegar um copo de água. Nenhum sinal de Andrew.
O que eu precisava fazer era tirar todas as preocupações da minha cabeça e imaginar que tudo que estava acontecendo não passava de um pesadelo terrível do qual eu logo acordaria e então deixei meu corpo vencer a mente pelo cansaço.
Acordei algumas horas depois com batidas na porta do quarto.
-Entre. - eu disse, rouca.
-Eles chegaram. - disse Elisa ao abrir a porta.
Meus olhos se arregalaram e olhei para o relógio pouco acima da porta. Eu tinha dormido o dia todo e estava na hora de ir.
Levantei da cama correndo e observei as malas feitas no chão. Estava tudo pronto e Daniel estava ali.
Assim que o vi seus olhos iluminaram e seus braços me apertaram firme. Milly, Joe e Ursulla também estavam ali. Eu não sabia se era realmente uma boa ideia todos eles irem, mas com certeza não adiantaria nada convencê-los do contrário. Abracei cada um deles e os apresentei para Elisa, que logo simpatizou com as meninas.
Os meninos que não gostaram nada de ter mais uma humana indo conosco.
-Ela sabe tudo sobre nós. - eu disse quando Daniel me puxou para a cozinha - Não vai adiantar tentar convencê-la a não ir.
-E se não pudermos protegê-la? - Daniel perguntou.
-Deixe ela comigo, está bem? - eu disse.
Ele suspirou, insatisfeito, mas não insistiu no assunto. Precisávamos pegar um avião para Albuquerque em Novo México e em seguida para Dallas no Texas e ir dirigindo a Houston por 3 horas e 20 minutos onde um maluco em uma clínica psiquiátrica nos esperava. A viagem até Dallas levou uma noite e um dia inteiro e foi bem tranquila, nenhum imprevisto, ninguém parecia saber quem éramos e nenhum vampiro por perto, pelo menos era o que parecia.
-Vamos comer antes de ir. - disse Andrew depois que alugamos dois carros em Dallas.
-Não é estranho? - Ursulla comentou comigo dentro do carro, íamos ela, Elisa e eu no banco de passageiros, Andrew no banco do carona e Daniel ao volante. Milly e Joe vinham no carro de trás - Tá tudo muito tranquilo.
Paramos em uma lanchonete quase na saída de Dallas. Pedimos lanches para a viagem e enquanto esperávamos avistei o loiro entrando. Droga. Como nos acharam?
Peguei Elisa e Andrew pela mão e corri para o banheiro antes que me vissem.
-Esse é o banheiro feminino, Rosalie. - disse Andrew assim que fechei a porta.
-Eles estão lá fora. - eu disse - Os humanos.
-Agora eles vão ver. - Andrew já estava abrindo a porta quando puxei seu braço.
-Tem outros humanos lá fora que não tem nada com essa história. - eu disse e me virei para encarar Elisa, que parecia assustada. - Você precisa avisar aos outros onde estamos e volte para o carro, não quero que se machuque.
-Mas eu quero ajudar. - ela disse - Posso distraí-los.
-Já vai ajudar muito fazendo o que eu disse. - falei - O pessoal vai saber o que fazer.
Então Elisa saiu do banheiro e aguardamos alguns minutos. Andrew já estava impaciente quando ouvimos gritos lá fora e uma Ursulla entrou apressada pela porta.
-Vamos.
A acompanhamos e passando pelo salão da lanchonete avistei Milly e Joe em uma briga onde eram o centro das atenções. Os três homens pareceram ter se distraído e... Mas não eram três, eram quatro.
Assim que alcançamos a porta de saída ouvimos um disparo.
-Abaixa. - disse Andrew que jogou seu corpo protetoramente sobre o meu e caímos no chão.
-Não tente fugir. - era o ruivo. - Não queremos machucar ninguém.
-Os outros estão vindo. - disse Andrew me ajudando a levantar.
Procurei Daniel, mas não o encontrei em lugar nenhum. Ursulla estava no chão.
-Fui atingida. - ela disse, seu braço estava sangrando. - Fujam.
E então três armas estavam apontadas para nós e as pessoas estavam desesperadas dentro da lanchonete.
-Está brincando se acha que vamos te deixar aqui. - eu disse para ela, a ajudando a levantar devagar.
-Se renda, vampira curada. - disse o loiro atrás de nós. Ele era o único que não segurava uma arma.
-Foram vocês? - perguntei - Como? Por que?
-Nosso chefe precisa ver você para responder essas perguntas. - ele respondeu - Meu nome é Richard e não vamos matar você. Ainda.
Foi uma questão de segundos. Daniel saiu de seu esconderijo em uma velocidade impressionante e avançou no homem que havia atirado em Ursulla, o imobilizando.
Milly e Joe fizeram a mesma coisa com os morenos que estavam armados. Richard pareceu indefeso.
-Não os matem. - eu disse aos meus amigos - São humanos. Não queremos a polícia atrás de nós também. Ursulla, pro carro. Andrew, ajude-a. Eu cuido do Richard.
Andrew hesitou por um instante, mas me obedeceu. Richard riu.
-Pedro foi muito idiota em escolher a vítima. - disse ele - Ele podia ter escolhido alguém mais fraco e com menos amigos. Teríamos evitado toda essa situação.
-Quem é Pedro? - perguntei.
-Você o conheceria se viesse conosco. - ele disse - Só posso adiantar que nada seria possível sem ele, mas tudo bem, você irá implorar para vir comigo.
-Nunca - eu disse, desafiando-o.
-Veremos. - falou.
De longe ouvimos sirenes de polícia. Alguém de dentro da lanchonete deve ter ligado.
Milly, Daniel e Joe pegaram as armas dos humanos, os deixaram desacordados e Richard não mexeu sequer um músculo enquanto entrávamos no carro e saíamos.
-Você está bem? - perguntei a Elisa, que havia feito exatamente o que mandei. Ela apenas assentiu, assustada.
Andrew fez um curativo no braço de Ursulla que estava exausta por conta do sangue que perdeu e no calor da confusão esquecemos os lanches.
E antes da polícia chegar, pegamos a estrada. Nenhum carro nos seguiu e faltava apenas 2 horas para encontrarmos Mark Salazar. O louco.
Pelo menos era o que eu achava.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Escola de Vampiros - Curada
Vampiros1 ano depois de todos os acontecimentos do último livro, Rosy se vê perseguida por gente que nunca havia sido uma ameaça, até agora: os humanos.. Quando acidentalmente toma um antídoto que lhe dá "a cura", Rosy se vê em perigo e conhece uma humana n...