Capítulo XIII - Sem saída?

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-Você é Mark Salazar, certo? - perguntei ao homem que me encarava, totalmente sério. Sentei na cadeira a sua frente e uma mesa branca nos separava, o resto da sala era totalmente vazio.

   Ele era careca, magro e alto, usava uma camisa de força, mas incrivelmente aquilo não me intimidou nem um pouco.

-Depende de quem quer saber. - ele disse, não parecia louco - O que você quer? Diga logo que eu tenho que me encontrar com Angelina Jolie. - retiro o que disse.

-Só quero perguntar o que você sabe da cura do vampirismo. - perguntei, ele me olhou por um instante e então focou em algo atrás de mim, completamente imóvel.

  Esperei até que ele focasse sua atenção em mim de novo. Parecia perdido em um mundo só dele.

-A cura. - ele disse, devagar - Eu sabia. Eu sempre soube e ninguém me ouviu. Aconteceu, não foi? Esse dia não iria demorar. Esse dia não iria demorar.

   Ele estava repetindo isso para si mesmo baixinho, quase sussurrando.

-Pode ser reversível? - perguntei - O que sabe sobre isso?

   Então ele ficou mudo e me olhou como se estivesse me vendo pela primeira vez.

-Quem é você? - ele perguntou - O que quer?

-Eu preciso de ajuda. - comecei novamente - Não sei pra onde correr. Você é minha última esperança e eu preciso saber sobre a cura.

  Ele ficou se balançando lentamente, para frente, para trás repetidas vezes. Esperei.

-Profecia. Fadas. Humanos. Sangue. Parentes de fada. Cura. - ele disse e repetiu a mesma coisa mais duas vezes antes de focar os olhos em mim, imóvel. - Você não deveria estar aqui. Não deveria ter vindo até aqui. Esse lugar pode ser perigoso para algumas pessoas. Vá embora.

-Mas eu preciso saber o que... - comecei

-VÁ EMBORA. - ele se levantou de repente e se jogou na mesa, pulei da cadeira e dei alguns passos para trás, assustada.

-Só quero saber se tem volta pra isso. - eu disse, devagar.

-Eu já disse tudo que você precisa saber. - ele disse, mais calmo.

-O que você disse não faz sentido. - eu disse, confusa.

-Em breve fará. - ele disse. - Agora precisa ir. Humana.

-O que? - fiquei paralisada. Droga! Ele sabia!

-Eu sou louco, mas não sou burro. - ele riu para si mesmo - Vou ter que te mandar ir embora de novo. Tenho um encontro.

  Derrotada, me virei para sair, assim que coloquei a mão na maçaneta da porta, ele me chamou.

-Qualquer coisa pode ter volta, jovem. - ele disse e então olhou para cima, onde tinha uma janela em vidro fumê que eu não tinha reparado. - Essa janela é ótima para fuga, vai direto para um dos quartos do casarão.

   Olhei para ele por mais alguns instantes, ciente de que ele não diria mais uma palavra sequer e imaginando que ele já não estava mais falando comigo e saí.

   Cheguei á sala de espera com os olhares atentos dos seguranças em mim a cada passo. A convivência com meus amigos vampiros devia estar disfarçando bem meu cheiro humana. Se eu estava com um pouco de medo, nem imaginei como Elisa estava.

    Cheguei na sala de espera e todos levantaram-se assim que me viram.

-E então? - Daniel perguntou.

-Conto quando estivermos longe daqui. - eu disse, já andando em direção á saída, mas fui impedida por Charles.

-Tem algo errado. - ele disse - E só vão sair daqui quando me contarem. - Droga! Salazar estava certo.

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