A distância necessária - capítulo dividido

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Sim, eu acredito

Que um dia estarei onde estava

Bem aqui, bem perto de você

E é difícil, os dias parecem tão escuros

A lua, as estrelas, não são nada sem você

Seu toque, sua pele, por onde começo?

Nenhuma palavra pode explicar o jeito que estou sentindo sua falta

A noite, esse vazio, esse buraco em que eu estou

Essas lágrimas, contarão suas próprias histórias

(Lay me down, Sam Smith)

Ludovico já havia tomado seu café no bar da boate, então decidido se encaminhou ao elevador dos convidados e visitantes e quando viu Andrew sair do elevador transtornado e com as mãos cobertas de sangue prendeu a respiração horrorizado.

– Deus tenha piedade.

Suplicou cobrindo a boca, entrou rapidamente no elevador e acionou o andar que especificava ser o da diretoria, apertou vezes seguidas respirando audivelmente e suspirou quando as portas se fecharam. Os minutos pareciam se arrastar até que, finalmente, as mesmas se abriram e ele se apressou para a sala de reuniões.

– Leva ele daqui, os ânimos já estão exaltados.

Hiorran lhe aconselhou batendo em seu ombro e o gaúcho assentiu aproximando da porta e a abrindo, o que encontrou o surpreendeu.

– Patrão?

Chamou observando os papeis na mesa completamente bagunçados, os óculos escuros do Backar jogados longe e gotas de sangue no chão. Não obteve resposta imediata e se aproximou o tocando no braço.

– Senhor Backar?

– Eu sou um monstro, Ludovico.

Herval sussurrou consternado e o funcionário o ajudou a sentar na cadeira observando o mesmo arfar de dor e notou que ele tinha um braço ao redor do torço, um dos olhos estava inchado e o nariz sangrava além de um canto dos lábios.

– O senhor precisa ir no hospital.

– O que eu deveria fazer era sumir da vida de todos eles. – apertou o braço sobre as costelas e grunhiu – Me dê os óculos, Ludovico.

O segurança se afastou e buscou o objeto o entregando em mãos e assistiu o loiro colocar o mesmo com a mão livre e com as costas da mesma limpar o sangue da boca.

– Sumir nunca é solução, patrão.

– Eu sei, porém no meu caso seria o melhor, que espécie de homem deixa a vida e a integridade do filho de quatro anos nas mãos do irmão sádico? Sabe o que é pior? Eu sempre fingi acreditar que não era nada demais, só hoje descobri que minha negligência e egoísmo quase o mudaram completamente. Ele era tão sensível e doce, Ludovico e eu o tornei uma vítima apenas para tirar Louis do meu pé, ele está certo em me odiar.

– Se me permite, patrão, seu irmão não parece humano. Não estou dizendo de forma alguma que tudo o que aconteceu com seu filho foi apenas culpa dele, porque sabemos que sua parcela talvez tenha sido maior, mas agir de má fé com uma criança de quatro anos?

– Ele agiu porque eu dei espaço, não adianta mais colocar panos quentes sobre isso, eu sempre soube o quanto ele me odeia, deveria saber que agiria contra meus filhos. Eu permiti que ele me afastasse do meu mais velho, o que mais ele fez que eu não sei, Ludovico?

Série Os irmãos Backar- Amor sentido (Milady) -livro EXTRAOnde histórias criam vida. Descubra agora