Série Os irmãos Backar- Amor sentido (Milady) -livro EXTRA

O que?

"Eu já estive aqui antes

Mas eu sempre acabei no chão

Mas eu sinto que uma tempestade está chegando

Se eu conseguir sobreviver a este dia

Então não há mais motivos para correr

Isto é algo que tenho que encarar

Como viver? Como posso respirar?

Quando você não está aqui, eu sufoco

Quero sentir o amor correr pelo meu sangue

Me diga, é agora que desisto de tudo?"

(Writing's On The Wall, Sam Smith)

Uma vez, há um tempo realmente longo, sua mãe lhe disse que nuvens são feitas de sonhos felizes e para cada lágrima que alguém derramar haverão dez sorrisos em seu lugar. Ela também lhe disse que ainda que a princesa sofra muito por amor, seu príncipe sempre estará a esperando em seu lindo cavalo branco.

Enquanto aquele taxi acelerava em meio a uma forte chuva, apenas um carro em meio a centenas de outros, Catarina lembrou-se dessas palavras, um sorriso miúdo se formou em seus lábios enquanto as lágrimas seguiam seu destino.

– Não existem finais felizes, não é? Príncipes são verdadeiros sapos e nunca esperará por sua princesa em um lindo cavalo.

Comentou dolorosamente e o taxista fingiu não a escutar enquanto seguiam viagem.

Voltando-se para a janela ela permitiu que suas lágrimas corressem enquanto sentia tudo doer por dentro, seu coração? Esse estava minúsculo em seu peito e ela gostaria de não sentir como se o mundo estivesse girando em sentido contrário ao seu curso, parecia uma expectadora enquanto todos a sua volta seguiam sua rotina sem interrupções.

Os motoristas estressados já nas primeiras horas da manhã, o engarrafamento assustador que se seguia por toda a avenida enquanto a chuva torrencial seguia caindo com toda a sua força. As pessoas se cruzando apressadas com seus guarda-chuvas e suas capas, algumas usando suas bolsas ou pastas sobre a cabeça enquanto corriam absortas em seus mundos particulares. Independente do dilúvio que caía sobre a cidade naquela hora da madrugada, as pessoas seguiam seu ritmo sem grandes mudanças.

Catarina dormira bem noite passada. Apesar de se sentir mal pelos sentimentos que Paulo lhe confessou sentir, a festa fora agradável, beberam drinks e conversaram até quase meia noite, quando ele a levou em casa e entrou para tomar um café. Ele precisou ir para casa e ela tomou seu banho, leu um pouco e adormeceu com seus óculos de leitura e um romance em mãos, dormia o sono dos justos esperando pela manhã ansiosamente e com ela a vinda da nova fase da sua vida.

Porém, as 4h30 da manhã um telefonema fizera todo seu mundo ruir, toda a alegria que sentira durante a noite, a expectativa para seu novo emprego, tudo deu lugar a uma agonia latente.

– Ele... eu sinto muito de verdade, eu não sou a pessoa favorita dele e há vinte e dois anos não tenho qualquer sentimento por esse cara mas eu não queria que algo assim acontecesse. – Hiorran soltara afoito naquela madrugada e Catarina soube que tudo estava prestes a desabar. – Ele me ligou, eu não escutei direito o que disse, chovia muito e depois... o telefone não desligou mama e eu... eu escutei tudo, eu fui a última pessoa com quem ele falou.