4 - E L A H

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HALE
ELAH
HALE

Acordamos e não falamos nada, desfizemos o acampamento e começamos a andar pela floresta.
Eu ainda me sentia tocado pelas palavras do Thomas, desde a morte dos meus pais que passou a ser só eu e o mundo. Eu agradecia por não ter sido uma criança idiota, assim que fugi daqui consegui me estabelecer em um orfanato. Logo após completar 17 anos eu fugi, eu não podia ficar ali me escondendo sabendo que tinha coisa mais importantes para fazer.

Lembro da primeira vez que usei a magia, eu não sabia como estava fazendo aquilo mas achei legal, e então minha mãe me explicou tudo, me ensinou a me controlar, usar certos feitiços e assim foi.

As vezes eu acho meio impossível só ter apenas UM bruxo no mundo, isso não faz sentido, oque aconteceu com os outros?

- Já estamos chegando! - ouvi a voz de Thomas

- Já não era sem tempo... - resmunguei retirando aquele graveto do meu bolso

Aquilo não poderia ser um graveto, quer dizer... porque meus pais guardariam isso?
Apenas por brincadeira apontei para uma árvore próxima e mumurei: - Lectus!

O raio que voou daquilo foi tão forte que a árvore explodiu, não foi como no caso do lobo, foi muito mais forte, eu me senti poderoso usando aquilo.

- Achou algo pra canalizar sua energia?

- Sim, acho que foi da minha mãe - falei rodando aquele objeto nos dedos - eu nunca tinha sentido isso antes, foi como se nada nesse mundo pudesse me deter...

- Só toma cuidado da próxima vez - falou tomando a varinha da minha mão e colocando no meu bolso - vamos logo que já chamamos muita atenção.

Conseguimos chegar em uma parte da floresta que parecia uma divisa, uma area reta toda tinha sido devastada, como se fosse ponto de encontro de alguma coisa.

- Porque essa parte não tem árvores?

- Porque aqui é o lugar onde separa o território de cada clã - agora vamos adiantar!

Voltamos a andar, ele seguiu caminho por dentro de uma trilha de chão batido que nos levou ao centro de uma cidadezinha. Aquele lugar era muito aconchegante, era lindo também.

Quando nós chegamos em frente a uma casa o Thomas parou, e começou a farejar, eu apenas passei na frente dele e entrei no lugar que parecia abandonado.

Lá dentro tinham três pessoas sentadas em um sofá que se viraram assustadas pra mim, eu apenas levantei a varinha e prendi todas na parede.

- O que você está fazendo? - sibilou Thomas, e ele parecia furioso - Solte eles!

- A culpa não é minha - falei librerando os três que cairam no chão - Você fez tanto suspense... achei que fossem inimigos - falei olhando pra ele que fechou a cara

- Thomas! - gritou um homem correndo até ele - Meus deus... achavamos que tivesse morto!

- Por pouco eu não estive! - falou me olhando - Esse é...

- Eu sei quem ele é... - o homem que era uma versão mais velha de Thomas começou a me encarar - Louis, prazer Richard, pai do Thomas, fui muito amigo dos seus pais.

- Então você sabe onde está o meu tio? - perguntei esperançoso
- Infelizmente não - falou me abraçando, e por incrível que pareça eu me sentia bem naquele Abraço - Sei oque passou, desde a morte dos seus pais tentei te localizar... esses são Jason e Brian.

Fui abraçado pelos outros dois que tinham um sorriso imenso no rosto.

Thomas me arrastou por um corredor cheio de portas, você vai ficar no meu quarto, já que não temos outro disponível - falou entrando na frente, era um lugar imenso, parecia a suíte master de algum hotel, era todo em tons escuros - Se quiser tomar banho... eu posso conseguir outra roupa pra você!

- Eu quero sim, obrigado! - respondi entrando no banheiro

Me despi e deixei minhas roupas em cima do vaso sanitário, entrei no chuveiro e deixei que a água morna lavasse o meu corpo, eu me sentia relaxado, minha mente parecia processar as coisas com mais clareza.

Minutos depois o Thomas entrou no banheiro e se assustou ao me ver pelado

- Des..desculpa, eu não...

- Tudo bem - falei fechando o boxe e rezando para que aquilo escondesse a minha nudez - Conseguiu as roupas?

- Sim, vai dá pra você usar enquanto as suas são lavadas!

Eu me vesti e sai do banheiro, não encontrei Thomas no quarto. Caminhei até a minha mochila e retirei o papel que tinha encontrado junto com a varinha.

Eu não entendia oque estava escrito, parecia um pedaço de uma página de um livro muito velho. O texto estava em latim, mas consegui decifrar apenas duas palavras: Lobisomem e fortalecimento.

Amores Impossíveis (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora