CAPÍTULO II

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 O telefone de Victoria tocava insistentemente quando ela despertou de seu sono. Assustada, correu para atender. – Quem estaria ligando tão cedo, eram pouco mais de 08h00min.  Ela pretendia dormir até mais tarde naquele dia.

- Alô! – Disse ao pegar o fone com a respiração ofegante.

- Bom dia! Gostaria de falar com Victoria. – Falou uma mulher com voz educada.

- É ela quem está falando. – Respondeu também educadamente.

- Solicitamos que compareça ao grupo Torres Abreu, para tratarmos sobre o cargo que concorreu à vaga de modelo de publicidade ontem. – Victoria não acreditou no que ouviu.

- Eu fui a selecionada? – Perguntou tentando disfarçar a alegria e o frio que sentiu na barriga.

- Sim, você foi à escolhida. Estaremos aguardando-a ás 14h, na recepção do mesmo endereço onde participou das avaliações.

- Eu estarei lá, obrigada. – Victoria desligou o telefone ainda ofegante, mas feliz. Não era o cargo que pretendia ou o patrão que sonhara, mas certamente seria o suficiente para pagar suas contas por algum tempo.

A escolha da roupa que usaria, foi sem dúvida, a grande questão para Victoria. Sua intenção era ser sóbria e discreta, mas poderia dar a impressão de que era muito retraída e isso não ajudaria na campanha. O vestido básico e justo que tanto adorava, também não lhe parecia apropriado. Sem saber o que usar, Victoria optou em vestir uma blusa discreta na cor creme, e uma calça de linho na cor café, um scarpin de salto 12 cm preto e poucos acessórios para não se parecer com uma árvore de Natal.

Olhando-se no espelho, ela gostou do que vira - elegante e ereta, parecia, sem dúvida, uma mulher moderna, consciente e básica, são três itens, certamente, deixam qualquer mulher bela.

Victoria saiu de casa deixando seus filhotes eufóricos, pareciam torcer por ela o que lhe deu mais coragem para ir ao encontro do mundo da publicidade e propaganda, na frente das câmeras.

Victoria chegou 10 minutos de antecedência e fora muito bem recebida pela secretária que a encaminhou à senhora que lá estava no dia anterior.

- Como vai minha querida? – Falou a senhora cumprimentando Victoria. – Sou Márcia, secretária particular do senhor Ricardo.

- Estou bem obrigada. - Respondeu ela. “Então ela era secretária dele. Certamente estava com o chefe há anos pela forma confiante e segura que falara.” – pensou.

- Haviam boas candidatas ao cargo e acredito que tenham escolhido a pessoa certa.

- Obrigada . – Agradeceu sorridente.

- Teremos uma breve reunião com você em alguns minutos, para tratarmos do contrato e explicar detalhadamente, qual será seu trabalho com a empresa. – Adiantou a senhora.

- Tudo bem. Falou Victoria.

- Você mora sozinha ou com seus pais? – Perguntou Márcia.

- Sozinha. Meus pais vivem em outra cidade. – Respondeu ela.

- E quais são seus projetos futuros, retornar para sua cidade ou não?

- Eu pretendo fixar moradia aqui.

- ótimo. – Falou a secretária.

- Márcia a sala já esta pronta. – Falou uma mulher entrando na sala. Victoria que até então estava calma, sentiu um leve tremor nas pernas ao imaginar que iria ficar frente a frente com aquele homem. Por que o medo de reencontrá-lo a estava amedrontando até mais que sua nova função? Talvez porque ela o impedirá de ler suas notícias diárias naquele dia.

AMOR, INDECISO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora