Capítulo XI

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Victoria entrou na empresa, tensa, imaginando o que a aguardaria. A incerteza de qual seria a reação de Ricardo, estava matando-a. Ele provavelmente pensaria como ela previa, que o trocara por Lucas.

- Bom dia Márcia! – Cumprimentou a amiga carinhosamente.

- Bom dia querida. Com está hoje? – Perguntou a simpática senhora.

- Estou bem, e aqui, como estão as coisas? – Quis saber ela.

- Muito trabalho. Falando em trabalho, seu colega Lucas teve de fazer uma viagem, me parece que por motivo de problemas de saúde de sua mãe e retornará no final da semana, então a senhorita está liberada das gravações e Ruth irá usar seu tempo livre para lhe preparar para um evento que você participará. – Victoria ouvia calada. – Mas antes, querida, Ricardo me pediu para avisá-la que precisa falar com você antes de dar-lhe a liberdade por alguns dias. – Ela dizia sorridente não sabendo que causara uma grande preocupação à amiga com seu comunicado.

- Você irá comigo até a sala dele? – Perguntou Victoria tentando disfarçar sua apreensão.

- Não posso Victoria. Estou muito ocupada, e mesmo que não estivesse, não acredito que seria boa idéia. – Argumentou a senhora.

- Tem razão, me desculpe. Ele já chegou? – Perguntou ela.

- Sim, mais cedo do que de costume. Pode ir até lá. Nem preciso anunciar você. – Victoria sorriu timidamente para a amiga e foi ao encontro do seu destino.

- Entre. – Ela ouviu a voz dele assim que bateu na porta. – Victoria ergueu o corpo e entrou com expressão segura, embora por dentro ela se desmoronasse.

- Bom dia! Você deseja falar comigo? – Perguntou ela.

- Sim, sente-se Victoria. – Ele estava com expressão gelada e seu rosto estava mais sério que o normal. – Márcia já te adiantou que devido a um problema pessoal o seu colega teve de se ausentar. – Comentou ele.

- Sim, ela me informou. – Respondeu polidamente. – Ficaram em silêncio por alguns segundos observando um ao outro.

- Ele não entrou em contato com você, para lhe dar esta informação? – Perguntou ele com voz áspera.

- Não! Por que ele deveria? – Perguntou seca.

- Imaginei que o fizesse, já que parecem mais íntimos que a maioria dos colegas o são. – A batalha começara, pensou ela. Não iria entrar em detalhe com ele, preferiu ficar calada.

- Está tendo um caso com ele, Victoria? – Perguntou com disfarçada calma.

- O que você acha? – Perguntou ela.

- Se pergunto é porque não sei. – Rebateu ele.

- Não. – Foi a resposta dela.

- Não foi o que me pareceu quando a vi naquele restaurante aos risos com ele. – Criticou Ricardo.

- Boas companhias normalmente nos fazem sorrir, mas isso não quer dizer que somos amantes. – Ela levaria a conversa com a maior naturalidade possível. E não esclareceria o assunto, deixaria ele acreditar no que quisesse.

- Fico feliz que ele seja uma boa companhia para você. Desejo-lhe tudo de bom. – Finalizou ele.

- Obrigada. Era o que tinha para me falar? – Ela perguntou.

- Sim, era. – Victoria se levantou e quando se virou para sair, ele pegou em seu braço e a impediu.

- Me trocou por ele? – Perguntou com aspereza.

AMOR, INDECISO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora