Chegada

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Nove horas da manhã. Lá estava eu abrindo a janela e olhando o movimento das pessoas, dos carros, da vida... Via um casal e lembrava da gente automaticamente. Lembrava de como você me olhava quando eu acordava e de como seus olhos ficavam pequenininhos quando ria. De como você fazia carinho em mim e como mexia em meus cabelos. Aonde foi parar tudo isso? O que a gente fez para isso ir acabando aos poucos?

Enquanto pensava nisso, avistei de longe um moço que parecia muito com você. O jeito de usar o boné era o mesmo e ele estava com uma camiseta roxa igual a sua que eu tanto amava. Como sou míope, apertei meus olhinhos – e torcia – para que fosse você. Mas infelizmente não era. Confesso que dei um suspiro profundo e ficava torcendo que por um milagre da vida, do destino, você passasse na minha rua.

Os carros passavam, as pessoas andavam apressadas para chegar a seus destinos, mas nada de você chegar. Pra falar a verdade, abria minha janela todos os dias com a esperança de te ver. Chegava a hora de acordar, de jantar e de dormir. Mas nada de você chegar.

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