Animal LM-27

● Clara Jauregui. ●

não fiquem brabas comigo ok? são 01 da manhã e eu estou aqui começando a escrever! estou há exatos oito dias limpa! yaaay... hoje eu bati minha cabeça na parede algumas vezes para não sair de casa, mas firme e forte aqui!

capítulo com as respostas que vocês estão esperando!

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Inverno de 1982 - Camila Cabello

Nos primeiros dias após ser retirada do tanque eu não conseguia me mover sozinha, male mal tinha forças para erguer os braços ou rosto. Fui deixada em uma cama macia, vestida com roupas brancas das quais eu conseguia me sentir confortável apesar dos pesares. Cochilei por algumas horas e acordei com o som metálico da porta sendo aberta. O quarto era uma espécie de presídio, com muito mais luxo do que eu tinha experimentado minha vida toda. A mulher vestia jaleco quando entrou no quarto, todas as suas roupas brancas, eu queria poder me sentar, mas não tinha forças para isso ainda. Ela deixou uma bandeja com comida e água no criado mudo de ferro.

- Você provavelmente não consegue se mover agora, é efeito colateral, peço licença para poder te alimentar. - soou formal e preocupada de alguma forma.

Eu assenti e deixei que ela me ajudasse a erguer a coluna, minha cabeça girou e eu senti náuseas, acabei tombando contra o ombro dela, meus olhos quase fechando de cansaço. Ela não pareceu se abalar com isso, me segurou pela cintura e mexeu nos travesseiros, me colocando recostada e sentada momentos depois. Me lançou um sorriso que eu não consegui entender, buscou a bandeja novamente e colocou um guardanapo de tecido na gola da camisa que me vestia.

- Onde... onde eu estou... - me esforcei para jogar as palavras para fora, assistindo ela testar a temperatura de uma sopa verde que estava no prato.

- Ah querida, creio que não posso te fornecer essa resposta no momento. - ainda sorria, seu cabelo castanho não muito grande preso em um rabo de cavalo. - Abre a boca. - ergueu a colher com sopa em frente minha boca, abri ela parcialmente, recebendo o líquido na boca.

O sabor era simples, pouco temperado, mas eu poderia ter tomado toda aquela sopa em um gole, tamanha a minha fome, mas muito fraca para poder pegar o prato.

- O que vocês fizeram comigo? - minha voz era um sussurro fraco, quase um murmurio.

Ela suspirou profundamente, talvez não muito feliz com minhas perguntas, me entregou mais uma colher de sopa, que eu recebi de bom grado.

- Acho que essa também não cabe a mim te responder, querida. - mais um pouco de sopa. - Mas garanto que... - pareceu um pouco receosa antes de sussurrar com um sorriso estranho. - Você será muito mais feliz com o que é agora.

- O que? - mal terminei de perguntar e ela já colocou mais sopa na minha boca.

- Apenas coma. - mais sopa.

Terminei de comer em silêncio, trabalhando o pouco de informação com meus botões enquanto aquela mulher me servia daquela sopa insossa. Fizeram alguma coisa comigo, as mesmas pessoas que criaram Lauren... Se eles foram capazes de criar algo, transformar seria apenas metade do caminho.

- Onde está Lauren. - perguntei por fim, quando ela já tinha me servido de água e me deitado novamente, completamente confortável entre os travesseiros.