DOCTOR TALK ➶ bbyn

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[ Doctor Talk ]
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A garota saiu do carro apressadamente, tinha em mente que lhe restara apenas alguns minutos antes que sua tia notasse que Minseok havia chegado.
Todos os dias por volta das vinte três horas, a mulher visitava o quarto de Jisoo para garantir que a mesma não saísse, era considerado o pote de ouro da sr.kim.

Minsek rapidamente pegou a chave da porta e a encaixou na entrada da fechadura. A morena encontrava-se tensa e fazia gestos para que o ruivo fosse mais rápido.
Assim que a porta foi aberta, até as escadas que ficavam a poucos metros da entrada, e subiu tentando fazer o mínimo de barulho possível. Ao destrancar a porta de seu quarto a menor poderia soltar um suspiro de alívio, mas foi surpreendida pela voz que mais odiava.

— Sair escondida, achou que eu não iria notar?

Ficou estática ao se deparar com sua tia sentada sobre sua cama. A mais velha carregava uma feição séria e extremamente pesada. Os olhos de Jisoo focaram no chão amadeirado enquanto sentia seu corpo endurecer, não conseguia encara-la mas pressentia a aproximação de sua tia caminhando pelo quarto.

—Desculpe.— murmurou.

Sabia que seria repreendida por sair sem permissão, e que aquela básica palavra " desculpa " não iria evitar o que sempre acontecia.

— Sabe quantos são não é?— Jisoo apenas afirmou com a cabeça. Mas sua " tia" não parecia satisfeita. Andou até a garota e segurou-lhe seu maxilar fazendo que com que a encarasse.— Eu quero que fale em voz alta!

— Vinte e cinco.

— Quantas chicotadas irá receber? Repita!

— Vinte e cinco senhora!— Retrucou tremula.

Os olhos marejados eram impossíveis de ser contidos.

— Engula esse choro.— Reclamou soltando o maxilar da morena.— Agora tire sua blusa e fique de costas, eu irei pegar a corda.

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D o c t o r t a l k

Da sala podia-se ouvir os barulhos da corda grossa batendo contra as costas de Jisoo. A cada acerto ouvido Minseok fechava seus olhos e cerrava o punho tentando amenizar a raiva que sentia por não poder fazer nada.

Todas as vezes que essa cena se repetia, Minseok contava até 20 e reiniciava o exercício, porque sabia que se entrasse naquele quarto e desafiase sua tia, ele seria mandado de volta aos Estados Unidos, deixando Jisoo sozinha nas mãos de quem ele mais odiava pelos seus atos.

Havia se passado sete minutos quando a sr. Kim saiu do quarto segurando a corda em sua mão direita. Ela espiou Minseok por cima da escada e pediu que o garoto sentado, fosse cuidar dos hematomas provocados por ela mesma.

Minseok apenas assentiu com um " sim " enquanto tirava uma caixa esbranquiçada de curativos de baixo da mesa de centro da sala. Não demorou muito para que subisse os degraus e chegasse até o quarto da menor.

Suspirou fundo antes de colocar um pé dentro do local. Seus olho se moveram pelo lugar escuro se deparando com o frágil corpo encolhido da jovem no fundo do quarto, ao lado da cama.

Jisoo estava sentada no chão frio, com os cabelos negros tampando parte de seu belo rosto, com a cabeça a baixada. Seu olhar inerte e sem emoção se destacavam sobre a luz do pequeno abajur que ficava a cima da escrivaninha.

Minseok não consegui conter seus sentimentos de proteção ao encontrar a garota naquele estado deplorável. Ele apenas apressou seus passos e se abaixou apoiando seu joelho sobre o piso enquanto levava as duas mãos a face.

— Jisoo?— Chamou em um sussurro.

A menor nem se quer conseguia encara-lo.

— Meu deus, Jisoo. Me perdoe.— Murmurou angustiado ao notar o  início das marcas profundas no início das costas da morena.

Minseok rapidamente deslizou suas mãos do rosto e passou cuidadosamente o braço esquerdo de Jisoo sobre o seu ombro. O ruivo vagarosamente a levantou fazendo-a dar passos fracos até o banheiro da suíte, precisava lavar  as queimaduras provocadas  pelo material áspero da corda.
Com cuidado Minseok sentou a garota na beirada da grande banheira de porcelanato, acomodando-a para que suas costas não tocassem no azulejo.

Jisoo estava fora de si, tudo o que Minseok dizia simplesmente não era captado pela sua mente. Entre aqueles 3 minutos as únicas coisas que podia sentir era a água gelada da banheira escorrer entre os ferimentos dolorosos, e a pontas dos dedos de seu " primo " tocar-lhe as costas enquanto aplicava os curativos.

Um " tudo bem ", " estou aqui " e milhões de desculpas eram transmitidos pelos lábios do ruivo que não podia conter suas frustações por não conseguir impedir que aqueles eventos rotineiros acontecessem. Jisoo não queria permanecer sofrendo, aquele lado era o lado obscuro, o lado que a mídia não conseguia captar.

Era 3 da madrugada quando Jisoo levantou-se da cama com dificuldade e ligou a luz amarelada do abajur. Quando ela pegou as roupas de seu armário com cuidado e as retirou, colocando-as dentro de uma mala de mão. Quando desceu as escadas rumo a porta de entrada da sala captando o último suspiro que deixaria junto com suas lembranças naquele lugar ruim.
Jisoo só tinha uma única chance quando saiu pelos portões daquela mansão.

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Me lembrem de que eu tenho preguiça de passar capítulos a limpo.
Quero dizer que doctor talk é uma sad fic, então comprem lenços pro final.

Até logo ✋