☆ Capítulo 15 ☆

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Não ouço nada.

Não ouço os burburinhos dos meninos, não vejo as meninas olhando pra nós, não sinto mais nada.

Nada a não ser ele.

Eu continuo totalmente estática enquanto ele me agarra com força e me beija lentamente. Sinto o sangue correr com fúria por todo meu corpo e minha mente processar mil coisas, tudo ao mesmo tempo.

Ele afasta o rosto e respira. Eu não sei se ele já abriu os olhos pois os meus estão fechados. Eu não consigo ter nenhuma reação sequer.

Aos poucos ele vai me soltando, e quando abro os olhos, não o vejo mais. A escola toda parou pra nos assistir, e os meninos estão mais estáticos que estátua. Olho pro lado e vejo Luhan me encarando juntamente com Tao e Kris. Sinto dor por ele, pois eu sei que ele tem sentimentos por mim, mas eu não posso evitar sentir o que sinto pelo Kai.

- Noona - Sehun me chama - É melhor entrarmos, estão todos te olhando.

Ele me puxa, pois meu corpo não responde mais ao meu comando. Entramos em uma sala e meu maknae me senta em uma cadeira.

- Anni, você está bem? - Sehun pergunta, preocupado.

Finalmente consigo dizer algo:

- Não sei - sussurro, sem ter forças pra gastar minha voz. Acho que esse beijo conseguiu roubar toda minha força.

- Você sabe que pode falar comigo, não tem ninguém aqui além de nós dois.

Passo uns 5 minutos paralisada. Eu não sei porque estou assim.

- Noona, você está me preocupando, por favor, fala alguma coisa - ele pede.
Parece que com isso, minha mente finalmente começa a funcionar.

- O que aconteceu? Ele estava louco quando fez aquilo? Meu Deus! A escola inteira viu, Sehun! Droga, droga.. Isso não devia ter acontecido. No que ele estava pensando? - começo a falar sem parar.

- CALMA! Meu pai! Quando você não fala de menos, fala demais - ele me pára - A culpa é do D.O, porque eu tenho certeza que o Kai não iria fazer aquilo se não tivesse sido provocado.
Acabamos de voltar a nos falar e acontece essa cagada.

Definitivamente, a sorte não tá de bem comigo.

- Noona, por que você está tão desesperada? Você não gostou?

Paro e penso.

O Kai me beijou.

Depois de anos sem ele me reparar, ele me beijou.

O garoto que eu gosto me beijou.

- Claro que sim - suspiro e um sorriso automático surge - Ninguém sabe o quanto eu queria isso, mas.. Foi algo que ele fez sem ter consciência. Algo repentino. Não com sentimentos, pelo menos não da parte dele.

Ele sorri.

- Eu adorei o que ele fez. Nunca senti tanto orgulho do Kai - bato nele.

- Isso é legal pro meu ego mas não pro meu coração.. alimenta esperanças - faço bico.

- O jeito é vocês conversarem, tentar amenizar a tensão. Tenho certeza que ele vai ficar cheio de vergonha ao falar com você - ele diz e ri com o pensamento.

- Isso vai ser complicado, mas tudo bem - falo e flashes do beijo vem em minha cabeça..

- Como foi? - ele pergunta como se fosse meu melhor amigo gay..

Vai que..

Tô brincando.

- Foi.. Assustador, e agonizante.

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