Capítulo Seis

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        Por Ananda ...

Eu nunca imaginei que algum dia em toda minha vida eu veria tanta destruição e sofrimento juntos, o que era a cidade de Amatrice agora era apenas escombros e estava cercadas de pessoas feridas, mortas e desaparecidas. A dor e o desespero estavam estampados no rosto de cada um dos moradores. Eu fazia de tudo para conseguir ajudar, pelo menos um pouco, a acalmar seus corações aflitos e dar o atendimento médico preciso. Eu dei o máximo de mim para ajudar aquelas pessoas e um mês depois quando finalmente voltei para Roma, algo dentro de mim havia mudado, acho que essa é uma daquelas experiências que muda completamente uma pessoa, te faz enxergar à quão valiosa a vida pode ser e que em menos de segundo você pode perder tudo o que tem é que conhece.

- Ana é sério, você está muito estranha e pensativa... Mais do que o normal - Fran diz e Ellie concorda.

- Eu vi muitas coisas e isso me fez refletir sobre a vida e também me fez sentir ainda mais falta da minha família - eu digo.

- Você não vai voltar para o Brasil, vai? - Ellie pergunta.

- Não, por enquanto não - eu digo - mais acho que preciso sair mais, aproveitar um pouco a vida.

- Deus seja louvado - Fran diz - finalmente! Achei que nunca escutaria isso.

- Você não é a Ana! Clonaram-te - Ellie diz e eu reviro os olhos.

- Tem outra coisa, meu irmão gêmeo vem me visitar em breve - eu digo animada.

- Ui o irmão gatão vai vir - Ellie diz.

- Mal posso esperar - Fran diz se abanando.

- Ah, por favor - eu digo revirando os olhos.

- Deixa de ser chata, não temos culpa de você ter um irmão gêmeo belíssimo - Ellie diz.

- Vamos falar de outra coisa? Ou fazer outra coisa? - pergunto.

- Vamos passear! Podemos comer pizza e tomar sorvete. Você adora - Fran diz - sentimos sua falta.

- E eu a de vocês - eu digo emotiva e nos abraçamos com carinho.

Então depois de nos arrumar e delas brincarem de boneca em mim nós saímos e eu estava um pouco desconfortável, eu não estava acostumada a usar shorts curtos e blusas que me deixavam exposta. Eu tinha tendência a sempre escolher o confortável ao bonito e receber olhares masculinos a cada passo que estávamos dando não me deixava menos do que desconfortável.

- Viu? Eu disse que você faria sucesso - Fran diz toda alegre - estão todos olhando para você amiga.

- Isso é bom? - eu pergunto fazendo pouco caso quando entramos na nossa pizzaria preferida.
-
- Olha só! Ela já está toda esnobe - Ellie diz e nos sentamos à mesa e pedimos nossa pizza de pepperoni é um vinho da preferência das meninas uma vez que eu não entendo bulhufas sobre vinho.

- Não é pouco caso... É só que eu não estou acostumada - eu digo dando de ombros.

- Deveria, você é linda amiga - Fran diz sorrindo e eu posso apostar com toda a certeza de que fiquei mais vermelha que a cor dos meus cabelos - mas mudando de assunto, temos uma festa para ir, no sábado.

- Sério? De quem? - pergunto.

- Da Giovanna - Fran diz - você não conhece, mas ela vai comemorar em uma boate e você vai conosco. Quero ver você se divertindo - ela diz animada.
-
E então nós entramos em um papo animado principalmente porque as meninas pareciam mal se aguentar para sábado finalmente chegar. Depois de comermos a pizza e tomar nosso vinho nós passamos na sorveteria e enquanto tomávamos o sorvete entre risos e brincadeiras eu senti que estava sendo observada. Era uma sensação entranha, principalmente porque olhei em todas as direções e não encontrei ninguém, então apenas decidi que era coisa da minha cabeça e voltei a minha atenção para minhas amigas as aproveitando ao máximo.

A semana passou assim como chegou: calma e sem grandes acontecimentos. Eu estava estudando muito e trabalhando em dobro, mas o lado bom era que minhas ferias estavam quase chegando e eu poderia enfim descansar e quem sabe encontrar o namorado que as garotas tanto cobram de mim. Eu estava animada e muito agitada, acho que pela primeira vez em toda minha vida eu estava indo para uma festa por livre e espontânea vontade e me olhando no espelho e vendo como eu estava bonita eu decidi que eu iria me permitir viver e me arriscar e acima de tudo ser feliz.

Por Beatrice...

Era espetacular ser eu, sou bonita, gostosa, rica e uma marido lindo que é capaz de causar inveja em qualquer uma, no entanto é uma pena que ele seja um tolo que no fundo , por mais que não admita , acredita no amor. Pobre coitado!

Nada no nosso casamento foi obra do acaso, eu planejei cada mínimo detalhe desde o nosso primeiro encontro eu fingi ser doce e gentil para que Giuliano caísse de amores por mim, eu o queria e também vi nele uma oportunidade e agarrei com unhas e dentes. Mais minha farsa não durou muito tempo, eu não suportava fingir que era boazinha, então a cada ano de casamento nos afastávamos mais, não que eu me importasse. Eu tinha os meus amantes e estava feliz com a minha carreira bem sucedida, mais gostava do status que ser casada com ele me trazia.

O problema é que agora Giuliano botou na cabeça que quer se divorciar e eu tenho certeza que seus adoráveis amigos tem algo a ver com essa súbita decisão e desde aquele maldito acidente que me causou um braço quebrado e uma cicatriz horrível na bochecha ele está ainda mais distante e decidido, mais se ele acha que eu vou dar a vadia da mãe e da sua nona de se verem livres de mim ele está redondamente enganado.

Como o juiz de paz mesmo disse.

Até que a morte nos separe.

~*~*~

Oi meninas , o capítulo foi curtinho porque ainda estou sem meu notebook, até semana que vem eu já estou com ele e prometo capítulos um pouco maiores .

Espero que tenham gostado e detestado a Vacatrice,

Um beijo,

Raí Alves.

Seduzido por elaOnde histórias criam vida. Descubra agora