Capítulo 10

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Mas, o que leva à existência de marés no planeta?

As marés são determinadas de acordo com a posição da Lua em relação ao Sol e destes em relação à Terra, e ainda por sua movimentação. Existem duas forças agindo neste evento: a força de atração entre os astros (Lei da Atração Gravitacional, de Isaac Newton, 1686), que diz que “a força de atração entre dois corpos é diretamente proporcional às suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles”. Isto prova que a Lua é o principal astro que mais influencia as marés, pois, apesar de sua massa ser pequena, está muito próxima da Terra; e o Sol, que possui massa muito maior, está a uma distância muito grande, o que diminui muito a sua forca de atração (Lua = 2 vezes mais que o Sol). A outra força é a força centrífuga, gerada pelo movimento da Terra e da Lua em torno de um centro comum.

A atração gravitacional que a Lua exerce sobre a Terra faz com que o nível do mar no litoral mude periodicamente, fenômeno conhecido como maré. O relevo de certos pontos do litoral faz com que as variações do nível do mar, gerados pelas marés, sejam muito grandes.

Explicando melhor: o lado da Terra, que estiver voltado para o astro atrator, irá apresentar maré cheia gerada pela força gravitacional e o lado oposto da Terra irá também apresentar maré cheia, porém originada pela força centrífuga, eventos todos resultantes de um complexo sistema de vetores de força.

Nas noites de Lua nova e cheia, os três astros estão alinhados, a chamada conjunção, proporcionando a soma das forças de atração Lua e Sol, gera marés com grande alcance: as marés de sizígia. Nas Luas crescente e minguante, o Sol e a Lua, formam um ângulo reto em relação à Terra, dividindo as forças de atração. Como conseqüência, temos as marés de quadratura, com as menores amplitudes mensais.

Porém, as marés não sobem e descem todos os dias no mesmo horário porque a Lua leva 27 dias para completar sua volta em torno da Terra e a cada 24 horas, ela caminhou apenas 1/27 de sua trajetória. Então, o dia lunar, compreende um período de 24 horas e 50 minutos pois, a cada dia, a Terra deve girar 50 minutos (1/27 de 24 horas) a mais para encontrar-se na mesma posição (em relação à Lua) em que estava no dia anterior. Então, uma pessoa que observa a Lua exatamente sobre a sua cabeça, de um determinado local, irá observá-la na mesma posição 50 minutos mais tarde a cada dia. Da mesma maneira ocorrem as marés, sempre com 50 minutos de “atraso” em relação ao dia anterior.

O ciclo das marés coincide com o ciclo da Lua, alternando períodos em que existe uma grande diferença entre a maré alta e a maré baixa, no mesmo dia e períodos em que essa variação é menos acentuada. Como a Terra gira em torno de si mesma, a cada momento uma metade está voltada para a Lua. Assim, os mares sobem e descem todos os dias a cada seis horas.

A energia das marés provem da atração gravitacional da Lua e dissipa anualmente no mar cerca três terawatts (trilhões de watts), energia equivalente a produzida por todas as usinas de energia elétrica do planeta. A circulação dessa energia pelos oceanos, ajuda no transporte de calor dos trópicos para os pólos, contribuindo na definição do clima mundial.

As marés também são importantes na região costeira, como fator determinante na distribuição dos seres vivos, cujos limites de ocupação no costão rochoso são fixados pelas marés alta e baixa.

As ondas são definidas como movimentos gerados pelos ventos das moléculas de água na faixa superficial do mar. Nesse movimento, originariamente circular, não há deslocamento horizontal das moléculas nem das massas de água por elas constituídas. Esse tipo de onda que se origina em alto mar recebe o nome de ondas livres ou ondas estacionárias.

Mas a ação das correntes marinhas ou atmosféricas sobre estas ondas faz com que o movimento de umas moléculas de água se sobreponham a das contíguas, acrescentando aos movimentos circulares, um impulso no sentido da força aplicada criando um certo deslocamento na horizontal. As ondas criadas dessa forma são denominadas ondas progressivas ou ondas forçadas.

Quando a onda se aproxima da costa, o movimento circular típico do mar aberto transforma-se em um movimento elíptico pelo atrito com o fundo.

Não apenas os ventos criam ondas, como também fenômenos geológicos como deslizamentos no talude, movimentos sísmicos e atividade vulcânica submarina.

Além de promovem a oxigenação das águas superfciais, as ondas constroem e rodem praias alterando o ambiente costeiro.

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