Capítulo Vinte e Um

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Alqualondë

     A bela noite estava admirável, o clima refrescante de uma suave e agradável brisa de um céu com a lua cheia e estrelas tão brilhantes espalhadas, preenchendo todo espaço. Durante a madrugada, a maioria dos alunos já estavam dormindo em seus devidos quartos, inclusive os nossos superiores e o restante dos funcionários. A Aine e eu combinamos de nos encontrar no portão principal, com a cara e a coragem. Digamos que eu tenha subornado os guardas para liberar a minha saída da escola no sigilo, os jogos de manipulações e articulações haviam começado e faziam parte do plano. Estava com toda a leitura esquematizada em mente, sobre como ir atrás da Aine sem que a mesma percebesse, já que eu havia prometido que não iria. Eu não poderia ser covarde ao ponto de deixá-la seguir uma jornada sozinha até aquela imensa floresta perigosa, onde a mesma poderia necessitar da minha ajuda e companhia.

— Mais uma vez, queira receber os meus francos agradecimentos, Alicia. Os seus auxílios são nobres e de uma pura gentileza vinda de uma grande riqueza, continue com esse bondoso coração. E, não precisa me esperar aqui... vá descansar, pois amanhã cedo você terá aula! Entrarei pelos fundos em uma passagem secreta, assim que eu chegar. – Sua doce voz verbalizava enquanto eu assentia com a cabeça, esperando-a partir. Dentro de segundos, ela simplesmente desapareceu no meio da neblina daquela noite misteriosa.

(...)

Era apenas o que faltava para completar as minhas atrapalhações que nunca davam certo. O que eu mais temia aconteceu... estava perdida naquela profunda escuridão, no meio de uma floresta imensa e obscura, enfestada por animais selvagens e insetos venenosos. Eu havia perdido a Aine de vista, a mesma era silenciosa e veloz em seus passos que adentravam em trilhas estratégicas, cortando o caminho e adiantando o seu destino. Eu estava voando e tive que pousar antecipadamente no meio da mata que me causava calafrios, pois não sabia por onde seguir no percurso correto. Estou sozinha e vulnerável nesse lugar, sem saber se já estou na terra dos bruxos.
     O meu plano em ir atrás da Aine falhou mas agora não posso voltar atrás, tentarei chegar sozinha e sem ajuda, eu preciso achá-la. Refletia sobre o quanto uma bússola faz falta nesses momentos, já que eu não sabia para que lado ficava o sul. Então, peguei impulso no meu voo ágil e alto sobre a floresta, até começar a enxergar, com dificuldade, uns pontos de luzes como se fosse um reino movimentado. Segui adiante e pousei com cuidado e cautela sobre o solo assim que aterrizei.

     O ambiente era gélido, abafado, sombrio e silencioso, não se escutava nenhum som de passos, ruídos ou galhos secos. A esplêndida lua cheia iluminava o caminho por onde eu andava. Aquele lugar energizado me fazia arrepiar a todo segundo e a cada vento que penetrava a pele, bagunçando o meu cabelo.
     O aparelho de comunicação com a escola estava dentro do meu casaco, quase havia me esquecido. Havia deixado uma carta sobre a minha cama para a Lisa ficar sabendo e não se preocupar, pedi a ela em nome da nossa amizade para que ficasse em sigilo durante essa noite.

— Quem é você? – Ouço uma voz feminina ecoar ao me lado, fazendo o meu coração disparar e as minhas pernas bambearem. Maldito susto!

 Maldito susto!

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