Cap. 10 ㅡ Música: Kiss me kiss me parte 3

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And tell me that I'll see you again
'Cause I don't know if I can let you go

Luara narrando:

Não demorou muito e o jogo começou a se tornar tedioso, as pessoas começaram a ir embora e assim que todos saíram Mateus fechou a porta alegando querer paz. Todos já tinham ido embora quando eu vi que meu celular estava descarregado e que não tinha como ligar para o táxi vir me buscar, então a única alternativa era andar e torcer para que não me assaltasse ou fizesse coisa pior. Mateus morava a uns vinte minutos de distância da minha casa de a pé e as ruas escuras e desertas faziam parecer que eu estava em um filme de terror. Um gato saiu correndo de trás de uma árvore que eu estava perto e eu dei um gritinho de medo. Tenho certeza que quando foram distribuir medo eu furei a fila umas dez vezes. Como se não bastasse o gato, começou a ventar um pouco e arrastou as folhas fazendo um barulho medonho. Respirei e voltei a andar torcendo para que o Chucky não saisse de trás de uma árvore e me atacasse com uma faca. Eu tenho que parar de ver esses filmes. Assim que o vento parou eu pude ouvir passos vindo de trás de mim. Olhei disfarçadamente para trás e vi uma pessoa um pouco mais alta que eu com um capuz preto na cabeça e as mãos no bolso do moletom. Ao perceber que eu o olhei ele parou de andar e, pelo modo que inclinou a cabeça, também começou a me olhar.

Podia ser o Chucky mesmo, pelo menos eu podia chutar ele pra longe e sair correndo.

Comecei a andar mais rapido, praticamente correndo e o cara lá de trás fez a mesma coisa. Eu senti que ele estava mais próximo então eu comecei a correr de verdade e ele fez a mesma coisa, virei em uma rua mais clara e, enquanto fazia a curva, escorreguei e cai. Antes que eu pudesse me levantar a silhueta do sequestrador/assaltante/estuprador/ser-desconhecido apareceu na minha frente com as mãos estendidas pra mim. Por conta do capuz e da escuridão não pude ver seu rosto. Eu o chutei na canela e tentei me levantar pra continuar a correr, mas ele segurou meus pés. Comecei a me debater e me preparei pra gritar, porém minha mão derrubou seu capuz e eu pude ver seu rosto. Era Daniel. Depois que o alívio passou a vergonha bateu na minha cara com tanta força que eu fiquei vermelha. Ele deve estar me achando louca.

ㅡ Des-desculpa. ㅡ disse envergonhada ㅡ Eu achei que era, sei lá, um assaltante ou coisa pior. Desculpa ter te chutado. Tá doendo? Eu te machu...

ㅡ Tudo bem. ㅡ deu de ombros ㅡ Você se machucou?

Neguei com a cabeça e me levantei com a ajuda dele. Ele colocou o capuz novamente e me olhou nos olhos. Eu vi nos olhos dele o replay do nosso beijo, ou talvez tenha sido o reflexo dos meus, ou só imaginação mesmo. Ele desviou os olhos e limpou a garganta.

ㅡ Você está indo pra casa, né? ㅡ perguntou e continuou antes que eu respondesse ㅡ Eu te acompanho.

Assenti e começamos a andar.

ㅡ Por que não pegou um táxi? ㅡ perguntou.

ㅡ Porque meu celular descarregou e eu não encontrei ninguém pra me emprestar o celular.

ㅡ Deveria ter ido pedir pro Mateus. Assim você não ficaria com tanto medo de ser assaltada a ponto de fugir de mim. ㅡ sorriu.

ㅡ A culpa não é minha se você parecia um marginal e correu atrás de mim. ㅡ me defendi ㅡ Aliás, por que correu atrás de mim?

Ele desviou o olhar de novo.

ㅡ É que... quando você começou a correr, eu achei... eu achei que não queria falar comigo, por causa... daquilo. ㅡ disse baixo.

ㅡ Por que eu não iria falar com você?

Ele corou.

ㅡ Eu... não sei. Talvez não tivesse gostado ou... ou... ou sei lá.

Como (Não) Conquistar A Minha IrmãOnde histórias criam vida. Descubra agora