I found myself alone just thinking
Daniel narrando:
Eu estava encostado em um pilar no estacionamento massageando minha bochecha. Mesmo tendo passado cerca de duas horas desde que Lua me bateu, parece que foram apenas dois minutos já que eu ainda sinto a ardência dos tapas. Ou talvez seja o efeito do tapa emocional que eu senti quando vi Lua entrar na sala depois do intervalo, entregar um papel para a professora, pegar a mochila e sair sem me olhar. Pode parecer que eu sou egocêntrico, mas eu tenho certeza que ela inventou alguma dor ou doença só pra ir embora e não ter que olhar pra mim de novo. Eu faria o mesmo se fosse ela, porque eu sou um idiota. Se duvidar, sou mais idiota que o Paulo e o Tiago juntos. Ou talvez não, aqueles dois se superam as vezes.
O incrível é que o meu cérebro resolveu que é um bom momento pra exibir um filme com meus momentos com a Lua e, como se não bastasse isso, algum outro órgão ㅡ o rim? O pâncreas? O coração? Nunca saberemos ㅡ ainda faz comentários de cada cena desse filme. Se isso fosse realmente um filme, qual seria o nome? As crônicas de um idiota? O senhor da babaquisse? Daniel Potter e as relíquias trouxisticas? Daniel Jackson e seu lado monstro?
Eu juro que eu to quase procurando um pai de santo que tenha a propaganda "Trago sua dignidade de volta em três dias". Ou me traga de volta em três dias, já que eu não me reconheço mais. A Mel está bem na minha frente, falando de alguma coisa que eu não estou prestando atenção, e tudo o que eu consigo pensar é na Lua.
ㅡ Você está bem? ㅡ perguntou ela ao perceber que eu estava alheio ao que ela falava.
ㅡ Ah, sim. Só ainda não acredito que estamos aqui. ㅡ respondi tentando voltar a ser como era, mesmo que eu ache isso impossível.
Ela sorriu.
ㅡ Eu nunca desconfiei que você sentisse algo por mim. ㅡ disse ㅡ Pra mim, eu era só uma amiga pra você, ou só a tia da secretária mesmo.
ㅡ Ah, mas você nunca foi só uma dessas coisas pra mim. ㅡ eu disse e peguei sua mão em cima da mesa ㅡ Desde o primeiro momento você era algo mais.
Mesmo que talvez não seja mais do que a tia da secretária agora.
ㅡ Que meigo, mas, me diz, sempre foi só eu desde que me viu? ㅡ perguntou se aproximando.
ㅡ Co-como assim? ㅡ gaguejei surpreso pela proximidade dela.
ㅡ Ah, sei lá. Não teve uma outra menina pela qual você se envolveu? ㅡ ela murmurou próxima aos meus lábios.
Eu hesitei, com medo da minha resposta.
ㅡ Nã-não. ㅡ respondi.
E então, inesperadamene, ela se jogou em mim e começou a me beijar. Algo dentro de mim explodiu, e dessa explosão surgiu um fogo que me fez puxar Mel pra mais perto e beija-la como se esse beijo compensasse todos os meses em que passei gostando dela em segredo. Do mesmo modo que essa explosão iniciou tudo isso, ela destruiu. De um minuto pra outro beijar ela não era a coisa que eu mais queria. Não era a coisa que eu mais precisava agora.
Eu me separei dela, mais cedo do que imaginava que seria. Ela voltou para o seu lugar e ajeitou os cabelos que bagunçaram um pouco.
ㅡ Tem certeza de que não tinha outra? ㅡ tornou a perguntar.
ㅡ Desculpe, mas... Sim, tinha. Aliás, ainda tem. ㅡ respondi me sentindo ridículo.
Ela sorriu e se encostou na cadeira, como se ela estivesse esperando essa resposta desde o começo.
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Como (Não) Conquistar A Minha Irmã
Teen FictionDaniel é um garoto problema para quem vê a ficha escolar dele, ele vai para a diretoria por pelo menos três vezes na semana em meio ano. Mas só ele e o melhor amigo sabem que o motivo de Daniel aprontar tanto assim é Melissa, a estagiária responsáve...