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E quando a incerteza surge, é certo que talvez não o quis.

Constança dá por si deitada na cama da sua irmã abraçada ao novo namorado, e de um salto põe-se de pé.

-Hugo, Hugo, acorda! O que é que aconteceu aqui? Eu... Eu não me lembro muito bem!- grita assustada.

-Ei, calma. Aconteceu o que ambos quisemos, meu amor, vem cá! - tenta sossegá-la H.

-O que ambos quisemos? Eu nunca quis isto assim. Eu era virgem e agora simplesmente não me lembro de nada! - Sansa continua assustada.

-Desculpa Tança, eu não queria que achasses que eu te forcei a fazer alguma coisa. - levanta-se e veste todas as suas roupas, dá um beijo na testa de Sansa e sai.

Benedita chega do seu passeio e encontra Constança deitada na cama enrolada numa toalha.

-Então, já estás sóbria? - pergunta num tom sarcástico.

-Não quero falar, sai deste quarto, sai desta casa, sai da minha vida. - e solta uma lágrima.

- Ok. - e Benedita desce até à cozinha.

Sansa permanece imóvel, como se tivesse algum receio de tocar no seu próprio corpo, e perde-se em pensamentos, acaba por adormecer.

Quando Benny sobe para se deitar, encontra a irmã tal e qual como a deixara. Acha estranho, mas não perde o seu tempo a acordá-la.

Na manhã seguinte, quando acorda, vê que Sansa está a chorar e não consegue passar indiferente.

- O que é que se passa? A mãe descobriu a tua aventura e pôs-te de castigo?- ri.

-Não, é bem mais grave do que isso, mas desde que somos pessoas tão distinstas já nem te apercebes de quando há coisas erradas comigo. - responde Sansa com um ar triste.

-Ok, precisas mesmo de desabafar, sou toda ouvidos. - aproxima-se de Sansa.

- Sabes mana, aconteceu... Aconteceu da pior maneira, aqui, ontem, neste quarto, e sabes? Não teve nada de bom, estou tão confusa. Não sei o que fazer!- chora.

- Aconteceu? Com o Hugo? E pelo menos protegeram-se? - pergunta preocupada.

- Não, e eu nem sequer queria, desde aquele dia em que... Nada esquece.- diz e abraça a irmã.

-Vai tudo correr bem, eu estou aqui.- afirma Benny.

Naquele momento Constança ia-se descaindo com o único segredo que escondia da sua irmã, por pouco não aconteceu, sabia que não iria ser bom se ela soubesse, ia magoá-la e mesmo que fossem tão diferentes agora, os irmãos são sempre o que mais queremos proteger.

Hugo depois de sair de casa de Sansa foi para um bar, bebeu até cair e só chegou a casa de madrugada, ainda nem tinha acordado quando recebeu uma mensagem: "Precisamos de falar, o que aconteceu ontem não era para ser assim.", era de Constança.

A resposta deixou Constança ainda mais cabisbaixa, Hugo não foi muito sensível, nem parecia o mesmo da tarde anterior: "Ouve miúda, já não há como desfazer isso agora, topas?". Depois de ler, Sansa deita-se no colo da irmã e chora, até que recebe outa mensagem do namorado: "Desculpa, estava com sono, mas não há nada a fazer sobre ontem, aconteceu e foste maravilhosa, miúda."

As duas irmãs continuam no quarto e Sansa nem sequer responde a H, está arrependida, talvez até de ser sua namorada, tudo aconteceu da forma errada.

Certamente todos os jovens da sua idade esperavam aquilo de outra forma, ou incertamente não.

Talvez, um livroOnde histórias criam vida. Descubra agora