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A certeza chega.
- O que é que se passa? O que é que te contaram? Tu bateste-me!- grita de volta Sansa quando consente o gesto agressivo da irmã.
-Tu e o Santiago? Como é que uma irmã pode fazer isso? Tu és um monstro! – sai sem sequer deixar que a irmã lhe responda.
Constança não sabe o que pensar, talvez tivesse sido Hugo, por vingança, mas ao mesmo tempo sabe que este não seria capaz de a prejudicar perante a sua própria irmã. Nem sequer se põe em causa Salomé, então só pode ter sido o Santiago. Quando esta ideia surge Sansa corre para apanhar um táxi e dirige-se à casa de Santi.
Mal chega, percebe que ninguém está, então liga ao rapaz e diz-lhe que quer imediatamente encontrar-se com ele. Santiago fica contente e confuso ao mesmo tempo, notou na voz de Sansa uma frieza estranha.
Os dois encontram-se perto do centro comercial, quando o avista Sansa corre e dispara logo um montão de acusações:
-Tu não podias ter contado à minha irmã, que ideia foi essa? Achavas que ela se ia afastar?
-Desculpa Sansa, o que é que estás a dizer? Não estou a perceber nada.- senta-se no banco, como forma de a querer ouvir.
-Vais dizer que não foste tu que contaste à Benny que nos beijámos?!- senta-se também.
-Não, não fui eu. Onde é que tu foste buscar essa ideia? Eu posso não estar apaixonado pela tua irmã, mas era incapaz de a querer ver sofrer assim. Pensei que soubesses. – mostra um olhar triste e preocupado.
-Então explica-me como é que ela sabe?
-Isso podias explicar-me tu, eu não contei a ninguém. – acabam a conversa.
Sansa e Santi continuam sentados no banco e fumam um cigarro. Constança volta a sentir um friozinho na barriga, mas para evitar que a situação se repita, despacha Santi e vai para casa.
Chega e percebe que ninguém está, fica preocupada com a ausência de Benny e tenta ligar-lhe, mas sem sorte. À hora do jantar ainda não havia sinal dela.
São exatamente quatro da manhã quando Benny entra no quarto, Sansa ainda estava à sua espera. Então, percebe o estado lastimável em que a irmã se encontra. Para além das lágrimas no rosto, estava bêbada. Sansa não queria acreditar, a irmã, filha, amiga perfeita estava destroçada e tudo por sua culpa. Não diz nem uma palavra, ajuda só a irmã a deitar-se.
Na manhã seguinte Benny acorda com uma enorme dor de cabeça, e apercebe-se que beber não tinha sido solução, continuava tudo igual. Sansa não estava, pois tinha ido ao encontro de Hugo, queria desculpar-se, queria voltar a estar com ele. Sabe que o que sente não é amor, mas pelo menos não magoa ninguém, ou magoa, mas prefere assim.
Hugo estava triste, mas depressa percebe que Sansa está a esforçar-se para ser sincera, então perdoa, mas prefere ser só seu amigo, pelo menos enquanto se lembrar da traição.
Certamente que a traição destrói muitas coisas que eram dadas certas.



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