Capítulo 7

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A cada dia que passa sinto mais necessidade de estar próximo a Antonella, acho que estou mesmo apaixonado, mas depois da nossa briga ela fica me evitando, mas sempre que tenho uma chance tento me aproximar. Às vezes ela corresponde às minhas investidas, às vezes me ignora e me deixa falando, e às vezes é ela quem toma a iniciativa, mas logo parece se arrepender e foge. Não compreendo o que se passa em sua cabeça, percebo que ela também sente o mesmo desejo que eu, mas quer fugir desse sentimento.

Até cheguei a pensar que a falta que sinto da minha família tento suprir com o desejo que sinto por ela. Estou pensando em voltar para o Brasil, lá minha vida era tão simples e descomplicada. Não tinha Antonella nela. Mas ao mesmo tempo fico pensando que vou ficar longe dela e da minha nova família,  que aprendi a amar em tão pouco tempo.

Olhando para o mar calmo e cristalino lembro dos gêmeos, como eles iriam gostar de morar aqui, uma vez meu pai colocou na cabeça que deveríamos acampar na praia, minha mãe ficou louca e tentou de todas as maneiras fazer ele mudar de ideia, mas não adiantou e no fim fomos todos. Montamos uma grande barraca na areia, meu pai fez uma fogueira e minha mãe preparou espetos com marshmallow, sentamos em volta do fogo e ficamos ali conversando e assando os espetos, detesto marshmallow, mas nesse dia nem liguei.

Meu pai contou várias histórias de terror e tarde da noite entramos na barraca para dormir, mas ninguém conseguiu, no fim das contas voltamos para casa e cada um foi para o seu quarto. Sorri com a lembrança, nossa sinto tanta falta deles. Uma lágrima solitária cai de um olho, limpo rapidamente e volto a encarar o horizonte.

Meu avô percebeu que por esses dias ando triste e até chegou a me questionar se não estou gostando de trabalhar na empresa, apesar da falta que faz minha família, não fico mais triste, apenas sinto uma saudade que não tem fim. Na verdade meus sentimentos estão bagunçados.

Ele convocou toda a família para fazer um passeio à praia e vi que ele obrigou ela a vir com a gente. Fico de longe sentado observando como eles interagem, desde quando cheguei percebi que meus avós se amam incondicionalmente, é tão lindo o jeito que um cuida do outro, até meus tios se mostram carinhosos entre eles e com a família, eles me lembram tanto os meus pais.

Apoio meus braços nos joelhos e deito minha cabeça neles, sinto alguém se aproximando e sentando ao meu lado, mas não me movo. Uma mão passa delicadamente em meus cabelos fazendo carinho e sinto novamente aquela corrente elétrica passar pelo meu corpo, toda vez quando nos tocamos é assim.

Continuo na mesma posição aproveitando o carinho que pela primeira vez, depois que transamos, ela me oferece. Lágrimas saem de meus olhos e involuntariamente começo a sacudir meus ombros, rapidamente Antonella levanta meu rosto, limpa minhas lágrimas, cola sua boca na minha e me abraça forte. Sinto um turbilhão de emoções, minha boca seca, minha pele queima com o seu toque e meu coração bate igual bateria de escola de samba.

- Desculpa. - ela sussurra em meu ouvido - me perdoa por ter sido uma vaca insuportável desde quando você chegou e também por ter te chamado de imbecil e mandando você tomar lá e tudo mais... - sorrimos com a lembrança e ela beija de leve meu pescoço me arrepiando por inteiro.

Não respondi nada, apenas puxei ela para sentar no meio das minhas pernas e passo meus braços fortemente em sua cintura, encostando suas costas em meu peito. Deixo um beijo em seu ombro esquerdo, apoio meu queixo nele e ficamos ali agarrados olhando o mar.

Era uma sensação incrível, tê-la em meus braços depois de um mês lutando para que isso acontecesse. Sem querer estragar o momento nenhum dos dois se atreve a abrir a boca. Apenas ficamos nos curtindo em nossa bolha particular.

Depois de alguns minutos ela vira para me olhar, beijo sua boca delicadamente.

- Eu te perdoou Antonella, não consigo ficar bravo com você, mesmo que eu queira. - ela sorri em minha boca e concorda com a cabeça e continuamos o beijo, nos separamos quando falta o ar e sorrimos um para o outro. – Eu só quero você comigo, assim, calma, tranquila, carinhosa... Eu te amo Antonella. - droga, droga, droooga, eu e minha boca grande!!

Máfia: O Herdeiro SartoriOnde histórias criam vida. Descubra agora