Capítulo 5

34 5 0
                                    

A parte da manhã foi bem cansativa, Antonella me explicou com funciona as exportações e o que nós temos que fazer. Como ainda não tenho experiência ela apenas passou alguns relatórios para eu ler e com as informações contidas ali eu teria que alimentar algumas planilhas. Antes de começar falou que eu podia ir almoçar. Levantei indo para a porta.

- Você vem? – perguntei já próximo da porta.

- Mas é claro! – falou sorrindo – que não. – continuou revirando os olhos.

Nem respondi, sai da sala e fui até Theo, saímos junto com Jianna e Kiara e almoçamos em um restaurante próximo á empresa. Conversamos sobre o trabalho na empresa e as meninas fizeram algumas perguntas sobre como é o Brasil. Foi bem descontraído e pelo menos me distrai e não tive tempo de ficar pensado na bipolar que está me enlouquecendo.

Quando voltei para minha sala encontrei Antonella deitada em um sofá que tinha ali, ela estava de olhos fechados e com as mãos nas têmporas. Fiquei observando seu corpo, ela estava com um vestido vermelho sem mangas, bem-comportado, deixando muito para a imaginação.

- Você não tem relatórios para ler? – ela fala ainda com os olhos fechados e me assusto.

- Você está bem? – pergunto me aproximando. Ela levanta rapidamente, vai para sua mesa e começa a mexer nos papeis que estão ali.

- Estou ótima, agora comece o seu trabalho.

- Ignorante – sussurro apenas para eu mesmo ouvir e começo a ler um dos relatórios. Sem tirar os olhos dos papeis em suas mãos, ela bufa e desabafa.

- Olha Matteo, já não basta eu ser obrigada a ficar na mesma sala que você, então, por favor, fale comigo apenas sobre trabalho e nunca mais encoste em mim.

Fiquei parado a encarando, como pode uma mulher tão linda, inteligente e elegante, ser ao mesmo tempo tão ignorante e fria? Porra eu apenas quero o bem dela, percebi que ela não está legal, qual o problema em se preocupar com ela? Mas ok, não abro mais a minha boca para falar com ela, se é isso que ela quer, é isso que ela terá.

O resto do dia passou rápido, li todos os relatórios que ela havia me passado e alimentei inúmeras planilhas. Em alguns momentos sentia que seus olhos estavam em mim, mais fingia que ela nem estava ali.

Lembrei do beijo que trocamos mais cedo, primeiro ela correspondeu fervorosamente, mas quando ficou sem ar, quebrou o momento, me empurrou e deu um soco em meu peito, ainda grito em italiano, toda estressa e raivosa, se ela soubesse como ela fica ainda mais linda quando está brava, seu rosto fica corado, sua testa enrugada e seus olhos levemente fechados. Fico até duro só de lembrar. Ela vai acabar me enlouquecendo desse jeito, aliás já está! Não posso esquecer de perguntar ao Enzo qual o motivo de Antonella ter falado que não temos o mesmo sangue.

Chegamos em casa perto do horário do jantar, voltamos apenas Theo e eu, meu avô falou que eles teriam uma reunião e não viriam jantar em casa. Achei estranho, mas quem sou eu para questionar alguma coisa. Tem momentos que me sinto um intruso aqui, além do que acontece todos os dias na hora que chego para o café da manhã, também tem vezes que eles estão conversando baixinho e quando chego o assunto acaba e também escuto gritos vindo do escritório e todos continuam como se nada tivesse acontecido. Fora os inúmeros seguranças que sempre estão indo e vindo, sempre mudos e sérios.

Depois do jantar, resolvo que é a hora de questionar Enzo, então lanço a ideia de ir para a sala de cinema jogar. Despois de um tempo começo o interrogatório.

- Nossa Enzo, você e sua irmã são tão diferentes, não parecem ser filhos dos mesmos pais, fora que seus pais são super gente boa e ela é insuportável. – ele solta uma gargalhada que preenche o ambiente e Theo me olha confuso. Troco um olhar de fica quieto e ele consente.

Máfia: O Herdeiro SartoriOnde histórias criam vida. Descubra agora