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Muitas latas e garrafas de cerveja estavam espalhadas para todos os lados, sem falar na quantidade de comida que estava sendo servida na confraternização. O ginásio de esportes estava cheio naquela noite: eram jogadores, torcedores premium e familiares.

Quando os jogadores conseguiram dispensar alguns outros torcedores, correram para a mesa em que suas famílias estavam. A família Reus dividia mesa com os Götze, já que eram muito amigos desde que Marco e Mário se conheceram no clube.

Dona Marisa nunca foi de reclamar da aproximação dos garotos, na realidade ela sentia falta de seu filho em casa. Reus mudou-se ao completar vinte anos de idade, para um apartamento mais próximo ao CT. Foi difícil para acostumar-se e mais difícil ainda para os familiares. Sua irmã mais nova, Kim, sentiu-se solitária logo nos primeiros dias, mas nada que algumas visitas não ajudassem. A irmã mais velha Rose, morava com o esposo e Nico — seu sobrinho — desde que haviam se casado.

Já a mãe de Götze, dona Carmen, acostumou-se rápido com a ideia de seu filho mais velho seguir o próprio caminho, e agora o rapaz estava morando em Berlim, porém estava assinando seu retorno para o Dortmund. Ele tinha mais dois irmãos, na qual tinham o mesmo sonho do irmão que sempre incentivava.

— Dona Carmen! — Reus, como sempre cumprimentou a mãe do amigo, com um beijo nas mãos. — Estava com saudades, o Mário não parece nos querer juntos.

Naquele final de semana, o jogador bávaro estava em Dortmund visitando os pais, e consequentemente fora ver o jogo do amigo. Apesar de ter mudado de clube, ainda continuavam muito amigos.

— A questão é que, você sempre ganha o maior pedaço de bolo de cenoura — reclamou o amigo, sentando-se ao lado de Kim.

— Sem exageros — Marco sentou-se ao lado de uma outra garota ainda na mesma mesa. — Cadê os meninos, cara?

— Meus irmãos tiveram uma peça de teatro para ir — explicou o outro. — Tiveram que largar o jogo por hoje.

— E essa? — Reus se referiu a garota, olhando-a intensamente.

— Essa é minha prima, Marco! Eu comentei com você que ela viria da Rússia — a garota abriu um sorriso mínimo.

Marco rapidamente passou o braço em volta do pescoço da garota, que mesmo sem graça tratou de abrir um sorriso tímido. O jogador, por outro lado, gostava de incluir pessoas no grupo e como sabia que ela ficaria ali por alguns meses, sua ideia já era acostumar a ruiva na realidade dos jogadores de futebol.

— Caso você não me conheça, me chamo Marco — o homem olhou para ela. — Mas claro que você me conhece, sou melhor amigo do seu primo — ele revirou os olhos, enquanto Götze jogava-lhe um papel na cara.

— Sim, eu te conheço justamente por isso — ela riu, tirando o braço do jogador do seu pescoço. — Alice Boyarsky-Schubert.

Estendeu a mão para o loiro, que estava um pouco assustado com a dificuldade do seu nome. Não podia culpa-la: ela tinha descendência de dois países com línguas complicadas.

Alice viera de uma família de classe média russa-alemã. Decidiu estudar alemão (além de falar inglês e russo fluentes), e estava ali outra vez, fazendo outro intercâmbio. A faculdade de psicologia, já era concluída; tinha especialização — por incrível que pareça — na psicologia do esporte. Começou a trabalhar em uma associação de pequenos clubes russos, assim que terminou a graduação e o último emprego foi no Zenit.

— Quer beber alguma outra coisa? — a garota ouviu a voz de Reus em seu ouvido soar tranquila.

— Alguma coisa que não seja cerveja, por favor — disse ficando em pé junto ao jogador. — Estou enjoada de cerveja.

IMPEDIMENTO [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora