Extra

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Depois de todo aquele final de semana de novidades conturbadas, Marco achava que teria um mísero descanso em algum dia da semana, mas era um grande engano. A semana foi pior do que ele poderia imaginar.

Na segunda-feira de manhã, recebeu uma ligação do empresário anunciando que depois da fisioterapia ele teria uma sessão de autógrafos com crianças no clubinho do Borussia, próximo ao Signal.

As crianças estavam eufóricas, e quase que os funcionários não conseguiam dar conta. Marco chegou ainda antes do almoço, acabou participando com eles da refeição e durante a tarde parou para chutar uma bola com os pequenos, sem fazer esforço, claro.

Assinou uniformes, bolas de futebol, tirou fotos e quando deu por si, já se passavam das 19h. Não pensou em outra coisa a não ser ir para casa e descansar. Eram pequenos, mas consumiam muita energia dos adultos.

No dia seguinte, Reus fez a sessão fisioterapeutica, mas antes de entrar na sala de Alice, o treinador chamou para uma comitiva particular, que durou cerca de três horas contando com a preparação.

Pensou até em passar na sala da psicóloga, mas desistiu quando sua mãe ligou dizendo que havia feito carne de forno. Era seu prato preferido, e não ia deixar de fora.

Ficou na casa da mãe até tarde, e depois foi para sua casa. Olhou no celular e não tinha se quer uma mensagem da ruiva, mas ele não queria dar o braço a torcer e mandar alguma coisa para ela.

Na quarta, o jogador compareu na fisioterapia mais cedo, voltou para um almoço em casa e depois foi direto ao hospital do câncer. Passou a tarde com as crianças, entregando brinquedos que ele mesmo havia comprado e tirando fotos.

Eles ficavam alegres com simples coisas, e que mal fazia Marco de passar um dia com eles? Conversou sobre futebol, descobriu certas estrelas, tanto para os campos, quanto para os palcos, e aproveitou para fazer uma doação. Eles tinham um futuro e Marco, por sua vez, acreditava que eles sairiam dali completamente curados para curtir como qualquer criança fazia.

Naquela noite, ele chegou a digitar uma mensagem para ruiva e cogitou fazer uma ligação, porém lembrou que ela ao menos havia se importado com sua ausência na semana.

Sua quinta-feira não tinha sido muito diferente dos outros dias. Foi no horário normal para a fisioterapia e não tinha nenhum compromisso. Finalmente conseguiria ver Alice, saber como ela estava, como havia sido a semana, etc.

No entanto alguém tinha que atrapalhar os planos do jogador para aquele dia. Joanne — a tal da Socialite —, resolveu que queria ver o jogador a todo custo naquele dia. Depois de tanto ele ignora-la, e dizer que não queria estar junto, ela parecia não desistir.

No entanto que, ao sair da sala do Guillermo, acabou batendo de frente com Alice e derrubando alguns papéis que ela carregava.

— Hey! — ele abaixou, pegando os papéis.

— Oi.

— Desculpa, estou atrasado! — ele recolheu os papéis, entregando para ela.

— Ah sim — sorriu sem graça.

— Mas nos falamos depois pode ser? — ele piscou, e ela assentiu.

— Não vai ficar para a sessão de hoje? Você não veio a semana toda...

— Queria ficar, liebe — ele sorriu, beijando a bochecha dela. — Mas agora não dá mesmo.

— Ah — chamou atenção do jogador de novo —, podemos almoçar então? Aí a gente conversa.

— Acho que hoje não vai dar, liebe — começou a andar de costas, sem tirar os olhos dela. — Estou atrasado.

E essa foi a única conversa que tiveram na semana.

Marco ainda se sentia mal por ignorar ela para ir conversar com a socialite, mas precisava por um ponto final naquilo ou ao menos afasta-la. Não queria estragar as coisas com Alice, estava realmente gostando de ter algo mesmo que incerto com ela.

— Qual é a sua, hein!? — Joanne perguntou assim que viu Marco saindo do CT. — Por que você bloqueou minha entrada?

— Joanne, a gente precisa conversar, resolver as coisas — Marco coçou a nuca, preocupado com a proporção que aquilo poderia tomar.

— Marco, você sabe que eu gosto de você — ela tentou mais uma vez. — Para de me ignorar, vamos ter alguma coisa. Aliás, vai ser bom para nós dois.

— Mas eu estou com outra pessoa, Jo — pensou em Alice no mesmo momento. — Não dá. Eu já te expliquei que não tem como acontecer as coisas entre a gente, com outra pessoa em jogo.

— Você está apaixonado então? — a mulher cruzou os braços.

— Eu não sei dizer, eu só acho que estou fazendo a coisa certa pela primeira vez — suspirou, abrindo a porta do carro. — Desculpa, mas não dá, Jo.

Na sexta-feira, Marco passou na consulta e logo após pegou um voo particular para Sylt. Precisava liberar a cabeça do caos e aguardar os amigos que chegariam horas mais tarde.

Acabou ficando num hotel depois de alugar uma casa beira-mar para o final de semana. Queria a todo custo preparar uma surpresa para Alice, mas acabou decidindo aparecer somente na festa que teriam no iate.

Comprou algumas flores, pedindo para serem entregues com uma frase de efeito. Ela iria adorar, ele sabia que sim.

Só não sabia o jogador o que estava por vir.

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IMPEDIMENTO [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora