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O dia do grande jogo do Borussia contra o Real Madrid havia chego. A arena estava lotada, mas tinha a vantagem do camarote. Marco estava sentado com alguns jogadores, inclusive com alguns empresários para avaliação, e uma socialite. Puxavam assunto de jogadores, contratações, etc.

Usava a camisa torcedor que tinha o nome do Auba, já que havia prometido usar em uma brincadeira com o nome do amigo para dar sorte. Antes do jogo começar, ele foi anunciado no estádio, onde recebeu uma salva de palmas dos torcedores auri-negros, enquanto a câmera o focava. Como sempre era bem recebido em sua torcida, e bem tratado pelos fãs.

Do outro lado do camarote, Alice estava sentada junto com a família Götze. Havia ignorado a camisa do primo, e prefiriu usar uma simples blusinha branca com shorts jeans e tênis. Pegou uma batata com um dos vendedores, e começou comer, enquanto o jogo começava. Os olhos corriam pela bola, e a cada erro ela comentava consigo mesma uns "que idiota" "era pela direita" "ai imbecil, não, por aí não.

O Real começou o primeiro tempo ganhando, porém aos 43, Aubameyang fez o 1° gol para o clube aurinegro, onde levantou toda a torcida. Foi quando por um descuido, Carmen esbarrou em Alice, que a fez derramar o suco que ela havia comprado, por toda sua roupa branca.

— Desculpa, Alice! — a tia se desculpou, tentando limpar as roupas da ruiva.

— Sem problemas, tia — ela deu de ombros, já que não poderia fazer nada a respeito. — Vou ao banheiro.

Andou por entre as pessoas eufóricas, mas ainda conseguiu ouvir o apito do final do primeiro tempo, o que levou a torcida ainda mais para cima e pessoas saindo de seus lugares. Entrou no banheiro feminino, xingando-se por ter ido no jogo, já que nem deveria ter saído de casa.

Tentou limpar o máximo da sua roupa que infelizmente estava toda manchada de suco de uva, não sairia fácil. Pegou alguns papéis e esfregou, mas de nada adiantou.

Na verdade, a garota estava cansada do dia de trabalho, cansada de tudo que estava vivendo naqueles últimos dias. Tinha o novo emprego, tinha relatórios, fora toda a complicação do intercâmbio. E a saudade dos pais, que era o principal problema que estava a afetando.

Os corredores do estádio estavam mais cheios durante o intervalo, e ela sentou-se em uma bancada. De uma lado, tinha uma grande, onde tinham várias pessoas encostadas dos outros setores procurando algum famoso ou jogador por ali

Olhou para o outro lado, e viu Marco saindo de um dos portões do camarote seguido de uma mulher morena de cabelos pretos até a cintura.

— Não sabia que ele namorava — sussurrou para si mesma.

E com isso, ela voltou para perto dos familiares, mesmo com a roupa suja e algo incomodando sua cabeça.

💛

Não esperava que a casa dos Götze fosse lotar de gente ainda na terça-feira. Aparentemente, a comemoração acontecia do mesmo jeito — empatando ou ganhando com o clube adversário.

Quando chegou na residência ainda na terça à noite, Alice tomou um banho e foi para cama afim de ler um pouco, mas a música alta misturava com a gritaria das pessoas e era impossível continuar a leitura do livro, ou assistir alguma coisa. A porta e a janela estavam trancadas e mesmo assim, de nada adiantava.

Alguém quase derrubou sua porta com murros, mas ela simplesmente ignorou aquele fato. Pegou uns tampões de ouvidos, e colocou-os, teve ao menos 50% da barulheira bloqueada.

Nessas situações, era quando mais sentia falta dos seus pais e de sua casa em Moscou. Nunca teve o que reclamar de Carmen e Nolan, nem dos meninos, mas de Mário...

IMPEDIMENTO [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora