Capítulo 2 - New places, new peoples, a new you.

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S/N P.O.V

Fazia mais de 24 horas que estava sentada na poltrona daquele avião, o que me fez decidir nunca mais viajar para tão longe novamente. Depois de mais algumas horas finalmente chegava no aeroporto de Incheon, pegava minhas malas ao descer do avião e avistava uma plaquinha com meu nome no entanto não esperava ter um alguém me esperando. Me aproximei dele, era um cara jovem com cabelos negros e olhos nem tão puxados, não parecia oriental, talvez mestiço.

-Você é a S/N? -ele perguntou simpático e eu sorria concordando com a cabeça.

-Sim, sou eu. E você é... ?- estávamos conversando em português.

- Chamo-me Mauro, eu vou ser seu meio guia. Vou te levar até o hospital e te ajudar no que precisar. -ele explicou colocando a plaquinha debaixo do braço e se aproximou estendendo uma das mãos na direção de minhas malas - Posso levar?

Dividi as malas com Mauro e pegamos um táxi, no caminho ele me contou sobre o hospital, sobre as aulas de coreano que teria e também falamos de nossas vidas, como pensei ele era mestiço filho de um japonês e uma brasileira, ele disse que era muito desejado no Brasil pelas garotas que gostavam de Kpop, que parece ser um gênero musical popular aqui, ele também gostou da música e decidiu viver aqui trabalhando em uma agência. Foram mais ou menos 3 horas de viagem e muitas informações.


3 SEMANA DEPOIS

Já fazia três semanas que estava na Coréia, especificadamente no hospital de Seul. Eu morava numa ala do hospital que havia grandes quartos onde normalmente eram tratadas pessoas com muito dinheiro e boas posições sociais.

Eu tinha começado os testes nessa semana e era muito monótono, em dias revezados retirava sangue, fazia tomografias e diversos outros exames que não sabia explicar sua finalidade ou pronunciar. Por falar em pronunciar eu já sei falar coreano e somente falar, a parte da escrita ainda estou aperfeiçoando, mas apesar do meu sotaque estrangeiro já posso ter diálogos simples, isso se dá por conta das minhas viagens como modelo, sempre estava aberta para coisas novas. Mas não converso com muitas pessoas além das enfermeiras, dos médicos que me visitam, não costumava ir muito para fora do meu quarto, optava por ler livros na cama e às vezes ouvia minhas playlists para lembrar do Brasil e todos os momentos que tive lá.

Hoje coloquei minha playlist "pesadona", mas nem tão pesada assim, estava tocando "Me deu onda" e eu trocava mensagens com Eduardo e outras colegas da empresa que trabalhava, estava rindo vendo o vídeo de Edu dançando numa festa de confraternização ouvindo a mesma música, como já era tarde da noite ele provavelmente estaria bêbado coisa que era raro de se ver. Então a porta foi aberta e eu levei um mini susto.

-Annyeonghaseyo S/N- era uma das médicas que me visitava.

-Annyeonghaseyo Unnie (Honorífico coreano para mulher mais velha)- ela sorriu e eu desliguei a música me ajeitando na cama.

- Bom o remédio não está tendo muito efeito, nós queríamos que você tomasse um pouco de ar fresco e fizesse exercícios para.. Como digo.. Estimular a eficiência dele em seu organismo. –ela tentava não usar os termos médicos comigo.

-Arasseo arasseo.( Entendi entendi.) - disse sorrindo gentilmente e ela sorriu aliviada

-Komawo S/N - agradeceu e me deu os remédios antes de sair.

Tomava os comprimidos e fui buscar uma blusa de mangas longas mas de tecido fino, como seda, afinal estava sol lá fora. Colocava uma simples sapatilha no pé e ajeitava os cabelos antes de descer. 

"Mas para que tanto fru fru?"  Você deve se perguntar já que só estou indo fazer exercício.

Está na hora de confessar que tem um cara lindo que observei pela janela há alguns dias, o primeiro cara asiático que me chama a atenção. Às vezes ele joga cartas com algumas senhoras, joga xadrez com senhores idosos, joga bola naquela área recreativa com pessoas que parece da sua idade e para completar ele é amigo dos médicos, resumidamente ele deve ser amiguinho de todo mundo nesse lugar.

Mas tento não pensar no assunto, não é como se fosse falar com ele um dia, disse para mim mesma que não iria me aproximar de ninguém. Não tenho provisão de melhorar e na pior das hipóteses vou morrer, então não quero compartilhar da minha triste vida e fazer outras pessoas sofrerem.

Descia com livro em uma mão e uma garrafa de água na outra, fones no ouvido e música tocando. Dei algumas voltas na área verde e depois de alguns minutos me cansava, sentei em um banco debaixo da sombra de uma árvore. Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo, mas não ficou perfeito, bebia minha água e voltei a ler o livro sentindo uma brisa gostosa tocar meu corpo, procurava por alguns minutos uma posição boa para ler, ficando com as costas escoradas no apoio para mão e as pernas cruzadas sobre o banco.

Torcia internamente para não ser perturbada por conta da minha aparência nada asiática e pareceu que deu certo até que vi uma bola de basquete cair  entre o livro e eu, no meu colo. Então olhei em volta para ver quem foi o responsável e lhes digo que foi uma péssima decisão. Quando vi o dono da bola meu coração disparou, acho que nem coreano iria saber falar naquela hora, a brisa sumiu e eu voltei a esquentar, eu não conseguia pensar outra coisa além de: "VAI DAR RUIM!"





X X X X

Desculpe se demorei demais, acho que sim. Não desistam de mim hm?

O jogo que é amor • Jackson WangOnde histórias criam vida. Descubra agora