Capítulo Dezoito

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Eu ainda não estava entendendo aquilo tudo. O homem que tinha acabado de ser socado na cara por Dean, estava rindo ainda deitado no chão. Ele estava rindo! Mesmo sangrando pela boca e estirado no chão, o cara ainda dava altas gargalhadas. Me apressei em saltar do balcão e ir direto para o meu cliente, dei uma rápida olhada para a cara de Dean tentando entender o porque dele fazer aquilo, seu olhar estava focado no loiro. Seu semblante não era nada convidativo.

—Por que você fez isso? –eu gritei pra ele.

Os outros clientes da cafeteria começaram a se levantar e caminhar até aquele alvoroço. Hayley saiu de trás do balcão e começou tentar acalmar a clientela. Dean ainda permanecia parado encarando o homem caído, suas mãos estavam apertadas ao lado de seu corpo e sua respiração estava totalmente rápida. Ele não me respondia.

—Está tudo bem? –eu disse para o homem machucado, enquanto tentava levanta-lo. 

—Está mais que bem. Eu estou vivo! –o loiro levantou rapidamente um pouco tonto e eu pude perceber uma piscada de olho. Espera, ele estava piscando pra mim?

Respirei fundo ainda tentando entender. Dean permanecia da mesma forma, nem sequer mexia.

—Você conhece ele? –perguntei para o homem.

Antes que eu respondesse, Dean entrou na nossa frente e me afastou dele.

—Fique longe dela! –gritou para o loiro, mas ele nem pareceu se importar, porque enquanto ele ajeitava sua jaqueta no corpo ficou me encarando de uma forma estranha. —Daniel! O que você está fazendo aqui?

Daniel? Eu já escutei esse nome.

Alguém pode me explicar o que está acontecendo? –eu perguntei aos dois.

—Extamente! O que está acontecendo aqui? Também quero saber. –a voz de Marie ecoou entre nós. Ela estava muito brava.

Os dois a minha frente se ajeitaram rapidamente, os clientes começaram a voltar para seus lugares, alguns foram até embora e Hayley voltou para trás do balcão.

—Andem, falem depressa! –Marie continuou gritando.

Eu nunca a tinha visto tão brava assim, ela era sempre tão calma e tranquila. O loiro ainda se ajeitava passando a mão no seu cabelo. Dean não conseguia tirar o seu olhar raivoso de cima dele nem por um segundo sequer. Eu realmente não estava entendendo nada, como de costume. Caminhei até Dean e apertei sua mão.

—Não vai me dizer o que está acontecendo? Você se lembrou de algo quando viu esse moço? –consegui cochichar para ele.

Marie ainda esperava por alguma resposta e o homem na nossa frente ainda possuía aquela expressão sarcástica no rosto. Quem era ele?

—Nenhum problema por aqui, minha senhora. –o loiro começou a dizer, com um sorriso irônico. —Esse rapaz que chegou com maus modos, mas eu estou bem, muito mais do que bem. –ele passou os dedos sobre o sangramento no canto de sua boca e estranhamente me deu uma olhada.

Marie olhou diretamente para onde eu e Dean estávamos e cruzou os braços sobre si.

—Quer me dizer alguma coisa? –ela disse pra mim.

—Me desculpa, Marie, mas é que... –antes mesmo que eu conseguisse terminar a frase, Dean me interrompeu e soltou sua mão da minha.

—Perdão, senhora. A culpa foi toda minha, eu vi esse sujeito chegando no balcão e mexendo na jaqueta. Ontem presenciei um assalto e na hora que o vi, pensei que iria assaltar sua lanchonete. –o quê?

The Angels - AnnieOnde histórias criam vida. Descubra agora