[Notas da autora]
Dedico este capítulo a minha amiga @AlyneVic, essa amiga incrível que me apoia sempre e, é claro, que comenta como uma louca! É cada vez mais difícil de acompanhar. HAHAHA
No dia seguinte, os burburinhos dos funcionários da mansão não cessaram. Todos estavam eufóricos e perplexos com o ocorrido da noite anterior. Eu mesma ainda não havia conseguido digerir aquela história por completo. Foi tão repentina a atitude de Dante... Ainda me perguntava os motivos para ele ter resolvido romper naquele instante crucial.
Estava sentada à mesa do café da manhã, deliciando-me com uma suculenta fatia de bolo de laranja. Meus pais resolveram não aparecer naquela manhã; somente Esther estava me fazendo companhia. Não que a companhia dela mudasse o clima monótono instalado no ambiente. Não tínhamos assuntos a compartilhar, logo, cada uma permanecia em seu espaço enquanto fazia a refeição.
Resolvi quebrar o silêncio.
— Como está se sentindo? — indaguei.
Ela arqueou as sobrancelhas, provavelmente surpresa por eu ter demonstrado interesse.
— Se quer saber, eu estou bem. — ela deu de ombros — Só me daria ao direito de sofrer se eu sentisse algo por ele. Claro que ele não precisava ter me ofendido tanto! Mas não é nada que vá prejudicar a minha vida, muito pelo contrário. Já estava chato fingir que era apaixonada por ele.
— "Amor"! — falei, imitando a voz de Esther.
Ela caiu na gargalhada.
— Que falsa eu fui... Alice?
— Sim?
— Fernando vai te deixar no colégio agora?
— Hum... Sim. Por que a pergunta?
— Pode pedir para ele vir falar comigo quando retornar?
— Tudo bem... — queria perguntar qual era o assunto, mas se me intrometesse, Esther sofreria uma mudança drástica de humor. Estava contente por ela estar com uma aura mais leve naquela manhã. Não queria mudá-la.
Despedi-me de minha irmã e segui em direção à saída da casa. Fernando, o rapaz bronzeado e com cabelos levemente dourados, estava me esperando, recostado no carro negro. Ao me avistar, fez uma curta reverência e abriu a porta do banco do passageiro para que eu entrasse.
— Bom dia, senhorita.
— Pode me chamar só de Alice.
— Ah, bem, se prefere assim...
Fernando entrou no veículo, pôs o cinto e deu a partida.
— Escola, correto?
— Sim... Ah, Fernando! Esther pediu para que fosse falar com ela quando retornar.
— Esther...? Claro.
Não podia ignorar o clima estranho que se instalava quando um falava o nome do outro. Desconfiava de qual seria a relação deles dois. Pensara que tinham um caso, mas era estranho imaginar Esther cedendo ao charme de alguém sem posses e prestígio.
Paramos em frente ao portão da escola. Desci do carro, acenei para Fernando e, antes de adentrar a instituição, dei leves batidas em minha saia plissada, que estava um pouco amassada. Estava começando a me acostumar mais com a aparência bizarra e cafona do meu uniforme. Não era como se eu pudesse mudá-lo...
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Escarlate
Misterio / Suspenso"Escarlate - a cor do fogo, da paixão, do desejo e do sangue que escorre por minhas mãos". Alice Middleford, integrante de uma poderosa e prestigiada família, é forçada a se mudar para Turjitown, novo local de trabalho da irmã mais velha e mod...