funeral

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Era o dia do funeral. Não fazia muito tempo, mas em nenhum momento Jackson havia parado de chorar. Sua mãe era sua única esperança de que ele seria aceito por alguém sem ser julgado. Seu pai era uma pessoa maravilhosa, mas Jackson não tinha um laço tão forte com ele como tinha com a mãe; ela sempre fora a pessoa que o entendia, mesmo quando nem mesmo ele acreditava nas coisas que dizia. E agora... bem, agora tudo havia acabado.

No caminho para o cemitério, o pai de Jackson não parecia confuso por Mark ter aparecido no hospital. Estava visivelmente triste, mas não confuso. Pelo contrário, ele parecia decidido.

- Não se apegue a esse seu novo namorado. Logo, vocês não ficarão mais juntos.

- Pai, para com isso - Jackson disse, preocupado. - Ele não é meu namorado. E... como assim, não vou poder ficar com ele? O que você fez?

- Nada, filho, nada. Você sabe que eu te apoio. Mas logo, não estaremos mais aqui.

Jackson entendera o que aquilo queria dizer. Mas era muita informação. Ele não queria pensar nisso.

÷•÷

O funeral passou mais devagar que tudo. A cada minuto, Jackson só ficava mais triste, mas Mark estava lá, o que fez com que a situação melhorasse. Ele havia até pintado as unhas de preto, em sinal de luto.

- Pai, posso ir pra casa do Markie agora? - indagou Jackson.

- OK. Eu não sabia que você estava em condições de fazer isso, mas se você quer...

Jackson não respondeu, só andou abraçado no maior até sua casa, que não era muito longe.

Quando entraram, os pais de Mark vieram imediatamente dar um abraço no moreno, dando seus pêsames. Os meninos subiram para o quarto do garoto de cabelo rosa; lá, Mark sentou-se e fez menção para que Jackson deitasse sua cabeça em suas pernas. Quando Jackson o fez, Mark começou a fazer cafuné no menor, mexendo em seus cabelos e, com a outra mão, enxugando as lágrimas que caíam de seu rosto.

- Markie... - Jackson falou com a voz embargada.

- Jackie, vai ficar tudo bem. A gente vai continuar junto, apesar de tudo.

- Não, amor, não vai. E...

Mark se perguntou o que aquele "e..." significava. Perguntou o que ia acontecer no futuro, como seria a situação que eles passariam. Mas ele sabia que Jackson estava sensível demais para qualquer pergunta. Então o menino simplesmente continuou afagando os cabelos castanhos do menor e fazendo seu cafuné, enquanto Jackson estava pensando como seria se ele tivesse em outro mundo. Um mundo onde só existiria ele e Mark, sem nenhum sofrimento ou dor. Só amor.

painted nails || markson Onde histórias criam vida. Descubra agora