Jackson acordou e ouviu o barulho da porta se abrindo, era Mark. Ele estava com a roupa do trabalho e com aparência cansada. Então tudo aquilo do beco era apenas um pesadelo?
- Mark, você tá bem, amor? - Jackson tocava seu rosto como, preocupado.
- Pra que essa preocupação? Eu tô resfriado, mas tudo OK...
- Eu tive um pesadelo horrível - Jackson disse, triste. - Onde você me disse que estava em um beco, e que eu deveria te salvar.
- Talvez isso signifique que vai acontecer alguma coisa ruim comigo - Mark respondeu, tentando não manter contato visual.
- Para de falar isso, amor, eu fico com medo - Jackson riu de nervoso e bateu fraco no ombro do mais velho.
- Eu tô cansado, só quero dormir. Me desculpa por estar sendo um pouco grosso, o trabalho foi estressante - retrucou o rosado.
- Eu entendo... - Jackson respondeu cabisbaixo.
- Vem dormir comigo, por favor - Mark suplicou, com os olhos manhosos.
Os dois deitaram de conchinha. Era a coisa mais aconchegante a se fazer. E mesmo que Jackson já tivesse dormido o suficiente, ele dormiria quantas vezes fosse só para ficar ao lado de seu amado.
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- Acorda, amor - Jackson distribuía beijinhos pelo rosto de seu namorado.
- Awhn, para - implorou Mark, ainda de olhos fechados.
- Vou fazer o café e hoje não vou para o trabalho, eu vou arrumar uma papelada sobre minha mudança pra cá e os documentos da casa. Eu tenho que arrumar sobre a posse de algumas coisas aqui e...
- Espera mais um pouco... - Mark pediu. - Por favor.
Com a voz rouca, Tuan colocou as mãos por dentro da cueca de Jackson, apertando suas nádegas. Jackson arfou e tirou a mão de seu namorado daquele lugar, sabia que tinha que sair e era importante.
- Vamos deixar isso pra depois, amor - Jackson falou nervoso. - Até mais, te amo.
Ele saiu o mais rápido possível para o estúdio fotográfico, enquanto Mark murmurava em forma de desaprovação.
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- Puppy... - Mark falou, após um espirro. - Eu não estou me sentindo tão bem.
- Markie, tá tudo bem? - Jackson havia chegado do trabalho e guardava seus materiais no escritório.
- Eu tô bem, mas acho que to resfriado... - O mais velho espirrou novamente.
- É melhor te levar no hospital, você tá com uma cara muito pálida e ainda tá com febre - Jack olhou preocupado, segurando a testa de seu namorado e checando a temperatura.
- Não é necessário, eu juro... Eu só preciso dormir.
- Você precisa ir comigo no médico, agora - Jackson puxou a mão do outro e ia direto ao elevador, levando-o rapidamente.
Eles entraram no carro, Jackson estava nervoso; não parecia ser nada grave, mas ele não queria perder seu querido ou deixar que ele estivesse doente de verdade. Ele encostou na coxa esquerda do rosado e sussurrou um “vai ficar tudo bem, eu te amo” antes de entrar num cruzamento cheio, sem prestar a devida atenção.
Não houve tempo para gritos ou pedidos de socorro. O carro que cruzava a pista em alta velocidade veio em direção ao carro, na lateral onde se encontrava um dos dois.
De longe, ouviu-se a derrapada dos carros, o estrondo.
Ouviu-se cada milímetro do vidro se quebrando.
Viu-se o líquido vermelho vivo se escorrendo por todos os lugares imagináveis dentro daquele automóvel.
Viu-se duas vidas, seguradas por um fio.