~ Lisa's point of view ~
Meu despertador tocava novamente, anunciando que passava das 6:30, estava exausta devido aos deveres e provas.
Nesses últimos dias, meu corpo pedia por mais horas de sono, meus braços doiam, minhas pernas bambeavam sem força, parecia que havia me deitado a minutos. Finalmente me levanto e olho o relógio me deparando com o horário, estava atrasada mais uma vez:
- Aish! Vou perder o ônibus novamente- bufo e tentobme apressar, o que resulta em uma tentativa positiva- pelo menos algo bom aconteceu hoje.
Como não tinha muito o que fazer em meu quarto, apenas tomei um banho rápido e pus meu uniforme e desci com minha mochila, a fim de encontrar minha mãe me oferecendo café na cozinha, mas como ja era tarde, minha mãe havia tirado a mesa do café e ido trabalhar, agradeci por isso, já que nao sentia fome ultimamente.
- Ótimo dia Lalisa, ótimo dia.- sussurro para mim mesma, fechando a porta de casa.
(...)
Chego na rua da escola e paro enfrente ao prédio, respiro fundo e adentro o portão branco.
Um garoto veio em minha direção e deu uma risada baixa, o que me incomodou bastante, eu odiava as pessoas daqui, eu odiava quem me zoava por diversão, como se chamar alguém de anoréxica fosse algo engraçado.
Ignoro como sempre e passo por outros apenas me apontando e rindo da situação, eu não sabia ao certo o motivo disto, por conta disso eu so sofria em silêncio e tentava me encaixar no mesmo padrão que eles (sociedade e pessoas ao redor) : sempre com cabelos lisos e longos, corpos com curvas magras e precisas, seios pequenos e juntinhos, e olhos pequenos, eu era o oposto disso, mesmo que minha mãe dissesse que eu estava mentindo, eu sabia que ela não queria ferir meus sentimentos frágeis, somente ela sabia que uma hora eu desabaria de tantas ofensas e que era um peso que eu carregava desde anos.
Sento no fundo mais uma vez, o professor fazia a chamada, meu nome era o próximo a ser chamado:
- Lalisa Manoban - Ele dizia procurando por mim - Responde logo anoréxica - um menino que eu não identificava gritou, fazendo todos da sala rirem.
Lágrimas ameaçavam sair, eu não queria demonstrar sentimentos na frente de todos que riam sem parar, nesse momento minhas lágrimas saíram rapidamente e eu só pude abaixar minha cabeça em modo de não mostrar fraqueza, aquilo sem dúvidas era o começo do meu dia.
(...)
Várias aulas haviam se passado desde aquela, a hora do almoço se aproximava mais e isso me sufocava, eu apenas comia para não preocupar as moças da cantina, já que apenas elas se preocupavam comigo, além de minha mãe, mas eu botava tudo para fora depois.
Já era costume algumas meninas entrarem e rirem:
- Olha lá a idiota com bulimia - Eu me segurava apenas para não gritar, era tanta coisa dentro de mim que eu não aguentava mais, está guardado por muito tempo, me corroendo por dentro e já estava por vir ao lado de fora.
Saio da cabine, e mais risadas foram ouvidas, elas me olhavam como se eu fosse um monstro.
O sinal toca anunciando que deveríamos ir pra sala, eu até agradeceria de não estivesse apressada,corro pra fora o mais rápido possível, tropeço em meu pé no processo, só sinto um par de braços me segurando...
Continua
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My precious girl
Teen Fiction"Desde que Rosé entrou em minha vida, tem sido tudo colorido, tudo faz sentido, até minha existência" {concluida}