As falas.

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- Acorda... Sophie...
- Já acordei.

- Não parecia, você não falava nada.
- Cade a Nat?
- Ela, o Rodrigo e a Alice saíram, você acabou dormindo e eu fiquei.

- Que horas são?
- Devem ser, meia noite, sei lá.
- Por que você não foi para o seu quarto?!
- Da pra falar baixo, Sophie?
- Desculpa.
- Tudo bem.

(Silêncio)

- Porque me acordou?
- Eu não sei... Avisar que eu ainda estava aqui ou...
- Conversar com alguém.

- É.
- Você é estranho, Rafael.
- Eu sei, obrigado.
- Muito estranho.
- Você se acostuma.

- Ou talvez não.
- Eu acho que sim.
- Eu acho que não.
- Eu acho que você devia calar a boca.
- Grosso.
- Falou a delicada!

- Como é?
- Nada não.
- Bom que seja.

- Posso dormir aqui?
- Você meio que não tem outra escolha, porque agora tem monitores lá fora. Deita na cama de baixo ai quando Alice che...
- Mas aí não vai sei aqui. Quero saber se posso dormir aqui. Onde eu estou.

- Você é fofa quando fica com vergonha. - Ele disse.
- Não e-estou com v-vergonha.
- Não? Parece.
- Não é verdade.
- É sim.
- Seu chato.
- Não sou.
- Você sabe que é.
- Talvez eu seja.
- Minhas certezas são os seus Talvezes.
- Isso é bom?
- Porque não seria?
- Você é confusa.
- Você adora.
- Mentira.
- Verdade.
- É, verdade.

- Porque estamos fazendo isso? - Eu perguntei.
- Isso o que?
- Isso. Porque estamos numa cama, bem próximos mas, ainda parece que você está longe.
- Eu estou com sono. Só isso.
- Rafael, você não fala comigo olhando nos meus olhos a dias...

- Se eu apagar a luz, e acender o abajur, eu olho pros seu olhos até dormir.
- Mas como eu vou saber que você está olhando nos meus olhos?
- Não vai. É um teste. Confia em mim?

- Pode apagar as luzes.

Eu penseva que era para sentir apenas os olhos dele em mim, mas quando eu vi, senti que ele me abraçava.

E por que não? Me deixei levar aquela noite.

Cinzas do meu cigarro. #Wattys2017Onde histórias criam vida. Descubra agora