Hazel

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Alasca. Entre todos os lugares do mundo, é óbvio que, com a minha sorte, iríamos para o Alasca.

Foi lá onde eu morri. Para quem não sabe, eu morri na década de 1940, tentando impedir que Alcioneu, um dos filhos de Gaia, voltasse ao mundo mortal. Gaia estava manipulando minha mãe para que eu fornecesse joias e minerais preciosos para ajudá-lo a "renascer". Então eu e minha mãe morremos derrubando a caverna em que ele voltaria a vida, e atrasamos o retorno da Mãe Terra. Nico, meu irmão, me trouxe de volta dos Campos de Asfódelos, para que eu tivesse uma 2ª chance, então me levou para o Acampamento Júpiter, onde descobri fazer parte de uma profecia e ajudei a salvar o mundo. Eu sei, super normal.

Como se ja não bastasse de experiências traumatizantes, voltei para o Alasca à alguns meses com Frank e Percy, para resgatar a Morte, que havia sido sequestrada. Não consigo nem contar quantas vezes nós quase morremos nessa viagem. As vezes eu acho que o mundo gosta de brincar comigo, me fazendo sempre reviver as coisas horríveis que eu passei. Fui tirada de meus pensamentos por Piper.

- Bom.... Alasca. Que ótimo. Tudo o que precisávamos. O que vocês sabem sobre aquele lugar? - falou, me olhando
- É horrível - respondi
- É, explicação muito objetiva - disse Leo - Bem, somos atraídos por lugares horríveis. Isso não é novidade. Vou ajustar o curso - então se dirigiu à parte de trás da embarcação, onde estava o timão. Na verdade, não era só isso. Era muito parecido com os controles do Argo II, mas muito mais evoluídos, por assim dizer.
- Uau - falou o filho de Hefesto - Meu pai caprichou mesmo.
- Tudo bem, depois apreciamos o navio - disse Annabeth - Agora, o Alasca está fora do território dos deuses. Lá é um lugar completamente fora de curso, talvez perdendo apenas para as terras antigas.
- É mesmo muito estranho. Tem hiperbóreos andando por aí como gatos de rua gigantes e azuis. - falou Percy
- Mas mesmo assim, nada pode mudar o fato de que temos que ir para lá. - disse Nico - Pelo o que disseram, a feiticeira está no lugar em que antes foi a prisão de Tânatos, então eu e Hazel podemos levá-los até lá.
- Como? - perguntou Grover - É muito difícil ter qualquer orientação por lá. Nem os espíritos da natureza habitam aquele lugar.
- Podemos sentir Tânatos, o Nico melhor que eu, admito. Mas eu morei lá, então tenho uma noção de localização. Mas não podemos garantir que dê tudo certo. Da última vez, a terra estava tentando engolir a gente.
- Isso é muito animador - murmurou Jason
- Olhem o lado bom - disse Frank - Dessa vez, Gaia não está atrás de nós.
- Não sei se isso é tão bom quanto parece - falou Annabeth, e todos se voltaram para ela - Vocês disseram que encontraram vários monstros, mas que eles não estavam tentando matar vocês, e sim levá-los para algum lugar. E se Gaia estivesse afastando os monstros selvagens, para garantir que teria vocês com vida?
- Nunca havia pensado nisso - falou Percy - E odeio admitir, mas você deve estar certa.
- Perfeito. Isso está cada vez melhor - disse Grover
- Bom, eu ja estabeleci o curso. Estamos do outro lado do país, então eu diria 4 dias para chegarmos lá - disse Leo
- 4 dias?? - perguntou Frank - Não dá para ir mais rápido?
- Acho que não.
- É melhor aproveitarmos. Podem ser nossos últimos dias de paz. - falou Nico - Vamos dar uma olhada nesse navio.

Nós todos descemos, deixando o Olimpic em "piloto automático", opção que Leo acabara de descobrir ser possível de escolher no novo navio. No andar abaixo do convés, haviam 10 quartos. Os 9 primeiros eram destinados à nós, e o último era um quarto de hóspedes. Tenho que admitir que Hefesto é mesmo muito bom. Na porta de casa uma das cabines, exceto da última, havia o símbolo de nossos pais olimpianos, e dentro, a decoração era característica. Estava me perguntando como o pai de Leo sabia que nós seríamos os semideuses (e sátiro) da missão, quando lembrei que ele era um deus, e eles viam lampejos do futuro. Mas bem, isso não vem ao caso, e sim que eu adorei a decoração, por assim dizer. A cabine de Annabeth possuía uma estante cheia de livros, pergaminhos e canetas, além de um laptop em cima da mesa.
- Eu não acredito!! - gritou ela, pegando o laptop na mão, quando entramos em seu quarto, pois decidimos ver tudo juntos.
- Você não havia perdido ele na mochila que caiu no Tártaro? - perguntou Percy
- Sim!
- O que tem demais nisso? - perguntou Jason
- Você vai ver - disse Grover
- Calma, tem um bilhete - disse Annie - "Sua mãe pediu que lhe entregasse, como pedido de desculpas. Tente não perdê-lo de novo". Aahhhh!!! - gritou de alegria o abriu. Instantaneamente, imagens em 3D apareceram, mostrando mapas de cidades inteiras pelo quarto.
- O que é isso??!! - disse Piper
- Ela faz isso o tempo todo. Fazia, pelo menos. Dédalo deu a ela de presente. - disse Percy
- Mas no ano passado, eu o perdi. - falou Annie, sentada na cama. - Perdi ele junto com minha adaga, antes de.... bem, cair no Tártaro.
- Me lembro dele - disse Leo - Como funciona?
- Tecnologia de ponta da Grécia Antiga. Agora, vamos ver os outros quartos.

Praticamente, todas as cabines eram equipadas com o básico de cada um. A de Piper tinha uma escrivaninha, como todas as outras, além de um lugar para sua espada e adaga, um teto com com luminária que produzia estrelas, um espelho e outras coisinhas. A minha tinha um lugar para minha espata, paredes cintilando com pedras preciosas e uma imagem de um cavalo correndo ao lado de minha cama. A de Grover tinha várias plantas dentro e uma cafeteira, que o deixou muito animado. A de Frank tinha um espaço para o arco e a aljava de flechas, e vários animais desenhados nas paredes, como pinturas rupestres. A de Jason era equipada com algumas armas e, ao entrar, percebi que o vento era mais forte ali, além da sensação de eletricidade. A de Leo tinha vários equipamentos de mecânica, e uma pequena lareira. A de Percy tinha uma "pia" no canto, que produzia névoa e um arco-íris. Também haviam conchas nas paredes, um chifre de Minotauro atrás da cama, e um cheiro de maresia encantador. A de Nico era escura, porém, ironicamente, possuía um sol desenhado em um canto, com mais ou menos um palmo e emitindo luz, e logo abaixo, a inscrição "raio de sol", que o fez soltar um autêntico "Fala sério, Will!". Estava na cara que aquele era um pedido especial do líder do chalé de Apollo, e todos caíram na risada.

Quase dava para acreditar que éramos adolescentes normais. Eu disse quase. Essa felicidade não durou muito.

A Arma do Herdeiro - Heróis do Olimpo [PAUSADO POR TEMPO INDETERMINADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora