Depois de mais algum tempo dirigindo, elas chegaram em seu destino.
Lauren soltou o cabelo, os jogando para o lado. Destrancou o carro e saiu, abrindo a porta para Camila que esperava inconscientemente por isso, já que estava tão acostumada, com todos fazendo de tudo para ela.
Mesmo assim, sorriu e agradeceu, descendo do carro e acompanhando Lauren até a entrada do cinema. A mais velha se dirigiu a bilheteria, enquanto a outra continuava hipnotizada com os cartazes pregados nas paredes.
"Qual será a sessão mais próxima, por favor?" Jauregui perguntou para o garoto atrás do vidro. Enquanto ele era interrompido, por Camila.
"Lo, já decidi, já decidi! Esse aqui!"A garota disse apontando para o cartaz do filme, The Delinquents*. Lauren riu com o entusiasmo.
"Agora só a das 19:30, que será em vinte minutos." O funcionário respondeu.
"Duas entradas inteiras, para esse filme, por favor." A psiquiatra pediu, enquanto Camila como uma criança encarava fissuradamente, uma máquina de algodão doce do outro lado da calçada. "Você quer?"
"Pode?" Camz alargou o sorriso, quando a morena assentiu positivamente e correu para atravessar a rua e comprar. "Muito obrigada, Lauren!"
"Some rules were meant to be broken." Disse Jauregui lendo o cartaz, do filme escolhido por Camila. Ela deu o braço para a garota, enquanto elas entravam na sala de cinema, esperando para o início.
Lauren observava Camila, separar pedaços do algodão doce e colocá-los na boca com cuidado. Enquanto suas expressões faciais denunciavam, tudo que sentia quando iniciava um novo trailer.
Seus olhos se arregalavam, suas mãos paravam por alguns segundos e logo depois voltava ao normal.
Lauren sorriu. E então, lembrou-se da razão de estar ali. Precisava arrancar algo de Camila. Mas ao mesmo tempo, não suportaria interromper a doce menina, fascinada com o cinema.
Comprimiu os lábios, se virando para o telão, enquanto o romance começava a ser reproduzido.
22 DECEMBER, 1989
19:31
NEW YORKChristopher saiu de seu quarto, sentando-se no corredor de seu hotel cruzando os braços, enquanto já não se sentia safisfeito apenas com as drogas que havia levado.
A porta ao lado se abriu também, revelando sua recém-amiga, Normani Hamilton. Que sorriu quando o viu.
Ele retribuiu o sorriso, a cumprimentando. Normani era paraplégica, sua primeira amiga com esse tipo de problema. No fundo, sentia-se maduro por não praticar nenhum tipo de piadinha com isso, pelo contrário. Normani era incrível. De longe, uma pessoa digna de pena ou de brincadeiras de mal gosto.
Em pouco tempo, ela havia se tornado sua melhor amiga. Ajudava a preencher metade do vazio, que sentia pela falta de Camila.
"Você está bem?" A mulher perguntou e ele balançou a cabeça negativamente, abaixando a cabeça.
"O que houve?" Como sempre preocupada, ocupava-se em resolver os conflitos dos outros. Para ignorar os seus.
"O que faria se sentisse, necessidade de ajudar alguém. Mesmo não tendo total certeza, que a pessoa.. Não que ela não mereça. Pelo contrário. Mas o que fazer, quando você não sabe, se ela é inocente mesmo?" Ele tentava explicar, sem tentar denunciar a situação real. Não queria que Normani pensasse mal de sua irmã.
"Bom.." Ela começou. "Se sente necessidade é porque no fundo, sabe que essa pessoa não é culpada." Inconscientemente, lembrou-se da sua situação. O maldito acidente. Que lhe tirou, não só as pessoas mais importantes para si. Mas também seus movimentos, tirou-lhe parte de sua vida. Seus olhos lacrimejaram. "Então, se sabe que ela é inocente, o que está esperando?.. Pense sobre isso."
LONDRES
20:45"E então Camzi, gostou do filme?" Lauren perguntou sorrindo. Camila enxugou as lágrimas, devido ao enredo emocionante e assentiu.
"Adorei!"
"Que bom." Jauregui disse, enquanto dava a mão para a garota ao seu lado. Camila sentiu essa parte de seu corpo, em especial, formigar. Mas não disse nada, apenas aceitou o gesto de bom grado e se uniu ao lado de Lauren. "Agora, vamos ao parque de diversões?"
"Vamos!" Ela soltou em forma de grito, fazendo algumas pessoas que estavam na sessão, olharem-na.
Elas saíram do local rindo e entraram no conversível azul de Jauregui.
"Ponha uma música para ouvirmos, Lo." A menina pediu e a mais velha assentiu, ligando o rádio.
Percebendo Camila vibrar com a música, Lauren aumentou o som com um sorriso.
"Não sabia que gostava de rock." Comentou a psiquiatra.
"Não há uma música, que eu não goste." A menina respondeu, enquanto o cabelo se bagunçava com o vento. "Lo.."
"Oi."
"Onde você vai passar o natal?" Camila perguntou comprimindo os lábios.
"Eu vou viajar com a minha colega de quarto." Lauren disse dando de ombros.
"Vocês são muito próximas?"
"Nos conhecemos há algum tempo." Jauregui evitava de encarar os olhos viciantes e perigosos de Camila.
"Eu não disse antes, com medo de ter de fazer terapias de eletrochoque e aquelas coisas loucas, com homens nu.." Aquelas palavras assustaram Jauregui, que diminuiu a velocidade do veículo, virando para olhar a menina, de pernas cruzadas de maneira chinesa, brincando com os dedos inquietamente.
"O que você está tentando dizer?" Lauren perguntou, respirando fundo. Enquanto Camila tentava tirar os fios de cabelo do rosto, em vão.
"Você vai guardar segredo e não irá me obrigar a fazer nenhum tratamento que eu não queira, certo? Apesar que eu quero me tratar Lauren. Todos acham que isso é anormal.. Eu disse a minha mãe uma vez e ela surtou." Cabello dizia gesticulando, de frente para Lauren. Levemente inclinada para a mesma direção.
"Você pode me contar o que quiser, Camzi."
"Eu acho que.." A menina diminuiu o tom de voz.
"Diga." A outra encorajou, já esperando pela resposta.
"Que eu gosto de meninas e meninos."
"Por quê acha isso?" Lauren engoliu em seco.
"Você não vai me castigar, vai?" Ela perguntou amedontrada.
"Não. Nunca.. Camila isso não é uma doença, você não precisa de tratamento e nem terapia." Lauren se sentia indignada. "Você só tem de aprender a lidar com o preconceito." Seu subconsciente se perguntava, se ela dizia aquilo para si mesma ou para Camila. "Nessa sociedade nojenta e manipuladora, na situação em que você está, é melhor guardar segredo. Mas quero que saiba, que não há nada de errado nisso."
"É errado, eu sentir vontade de ser beijada por você, agora?"
*Aqui no Brasil, o nome é Amor Ilícito.
E sobre a playlist, vocês podem ouvir quando estiverem lendo. Por exemplo, viu que eu atualizei, já entra lá para fazer a leitura com a trilha sonora. Eu ouço também, pra escrever, acho que ajuda um pouco na inspiração e tudo mais..
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sweet Misery
FanfictionKarla Camila Cabello é uma problemática jovem de 16 anos, acusada de ter assassinado seu pai. Alejandro Cabello, o dono de uma multinacional bilionária. Porém não se sabe ainda, se ela tem a sanidade mental necessária, para responder por esse crime...