Capítulo 7

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Suspirei alto pela milésima vez naquele dia e milionésima vez naquela semana. O motivo? Fácil. Fábio não tinha aparecido a semana toda no café e isso estava me afetando mais do que gostaria de admitir.

Depois da 'noite desastre', com intitulei ao contar a Nat e Jess tudo que tinha acontecido, Fábio não tinha aparecido mais. O que já era de se esperar, não é? Afinal a louca aqui simplesmente saiu correndo como se ele tivesse alguma doença contagiosa.

Que vergonha Anaju. Meu Deus! Pensei respirando fundo.

Acabei contando a elas toda a minha história. Como sofri com Gabriel e de como a vida tinha mudado, se transformando em algo insuportável. As duas escutaram com atenção e até me consolaram quando as lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto. Era inevitável que isso acontecesse quando me lembrava de tudo que passei, mas ao mesmo tempo um alívio crescia em mim por saber que tudo aquilo tinha acabado. Agora eu tinha uma nova chance.

Acho que for por isso que fiz o que fiz. Fugi de Fábio naquela noite por medo de perder essa nova chance, de ser feliz, como já estava sendo.

No final Jessica e Nataly me consolaram dizendo que ele devia ter algum imprevisto durante aquela semana toda, assim como naqueles dias anteriores a fatídica noite. Podia até ser isso mesmo, ou não, eu não sabia ao certo e aquilo estava meio que me corroendo por dentro.

Será que podia dizer que era um carma na minha vida? As coisas sempre irem para um rumo errado? Dizem que banho de sal grosso ajuda, quem sabe, não custava tentar, não é? Nenhuma ajuda é demais.

— Quer ir para casa mais cedo? — Luiza perguntou chamando minha atenção.

Pisquei algumas vezes desviando os olhos do pano em minha mão. Nem tinha percebido que estava parada ao lado da mesa que acabei de limpar, enquanto viajava em pensamentos e lembranças.

— Porque? — Franzi a testa confusa.

— Você parece cansada. — Confessou me fazendo suspirar baixo.

— Só tive uma semana complicada e tenho um trabalho na faculdade que está me preocupando. — Expliquei dando de ombros.

Não era totalmente mentira. A semana tinha sido bem complicada, por motivos específicos e já citados aqui antes. Além do bendito trabalho que minha professora tinha passado, mas que minha mente andava tão distraída que estava bem inclinada a quem sabe tirar um zero bem redondo.

Não Anaju, isola isso na madeira. Cadê a garota forte e determinada que você é? Não deixe a antiga Ju voltar. Não deixe. Repeti mentalmente.

— Então... Quer ir? Eu e Marcus conseguimos dar conta do café, além de que está quase na sua hora mesmo. — Insistiu tocando meu ombro gentilmente.

— Está tudo bem, relaxa. — Afirmei sorrindo para tranquiliza-la.

Luiza assentiu concordando e seguiu novamente para o balcão enquanto eu voltava a limpar as mesas, agora evitando pensar novamente em todas aquelas coisas.

Quase vinte minutos depois quando terminava de servir uma das mesas ouvi algumas risadas baixas. Já estava voltando ao balcão quando vi os dois homens entrando no café enquanto conversavam animados.

Fiquei parada perto do balcão ainda com a bandeja vazia nas mãos enquanto travava uma luta interna. Um lado da minha mente dizia que deveria ir até eles e pedir por notícias de Fábio, mas o outro lado dizia que não devia fazer isso, porque não tinha motivos.

Por fim respirei fundo e caminhei até os dois homens. Eles tinham acabado de pegar seus copos de café e já seguiam em direção a porta.

— Oi, com licença. — Chamei a atenção deles.

Os dois se viraram e me encararam. Mordi o lábio e respirei fundo reunindo toda minha coragem, que convenhamos não era muita no momento.

— Não queria incomoda-los, mas é que eu precisava falar com o Fábio, amigo de vocês. — Comecei sentindo a garganta secar em ansiedade — Só que ele não apareceu mais aqui e... — Dei de ombros e deixei a frase morrer por ali.

— Ah o Fábio... — Disse um deles e olhou para o outro rapidamente — Ele anda meio ocupado com a mudança.

— Mudança? — Franzi a testa.

— Ele recebeu uma proposta para trabalhar fora do país. — Explicou e assenti concordando.

Então Fábio estava indo embora. Pensar nisso fez meu coração se apertar dentro do peito de um jeito que não esperava.

— Ah, ok. — Sorri levemente, ou pelo menos tentei — Obrigada pela informação.

— Nada. — Negou um deles enquanto o outro pegava uma caneta no bolso do terno.

— Pode me emprestar seu bloco? — Perguntou o que tinha a caneta na mão.

— Claro. — Concordei o entregando mesmo sem entender o porquê.

Ele anotou algo rapidamente e depois o devolveu.

— É o endereço dele, se precisar. — Explicou dando uma pequena piscada.

Encarei o bloco em minhas mãos, onde com uma caligrafia impecável estava anotado o tal endereço.

— Obrigada. — Agradeci.

— Até. — Se despediu e então eles realmente se foram.

Olhei novamente o bloco e não pude evitar que um sorriso surgisse em meu rosto. Eu tinha que tentar. Como conviveria com essa dúvida pelo resto da vida? Não! Não deixaria que fosse assim.

Seja lá o que acontecesse e quais fossem as consequências, eu me arriscaria. Mesmo que fosse para quebrar a cara no final. Preferia isso a me arrepender de nunca ter tentado.

Determinada eu segui até o balcão onde Luiza conferia algumas notas. Ela sorriu assim que me viu, mas franziu a testa quando observou melhor meu rosto.

— O que foi? — Questionou preocupada.

— Ainda está de pé sair mais cedo? — A encarei esperançosa.

Luiza assentiu concordando e um sorriso agradecido surgiu em meu rosto.

Era isso, eu estava decidida!

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