Meu coração estava acelerado enquanto olhava pela janela do táxi. Já era noite e as luzes dos bares e lojas do centro iluminavam quase todo o caminho, chamando a atenção. Pessoas riam e conversavam sentadas nas mesas da calçada, enquanto comiam e bebiam.
— Chegamos. — O motorista avisou e percebi que já estávamos parados.
Agradeci entregando o dinheiro e sai do carro encarando o bonito prédio logo a frente. Várias luzes estavam acessas e contei até o sexto andar vendo uma pequena iluminação em uma das janelas. É, ele estava em casa.
Segui até a entrada encontrando com o porteiro sentado atrás de uma pequena mesa. Ele levantou assim que me viu e veio em minha direção.
— Pois não? — Questionou sorrindo gentilmente.
— Oi, sou Anaju e gostaria de falar com o Fábio, do 602. — Avisei mordendo o lábio em sinal de nervosismo.
— Só um minuto. — Pediu e assenti concordando.
O porteiro se afastou indo até o interfone, discou nele e falou com alguém. Uns três minutos depois ele voltou com um pequeno e discreto sorriso.
— Pode subir. — Avisou abrindo a porta e indicando que eu entrasse no prédio.
— Obrigada. — Agradeci sorrindo.
Entrei no hall e segui direto ao elevador. Para minha sorte, ou não, ele já estava ali no térreo, então apenas apertei o botão do sexto andar e vi as portas se fecharem. Agora era questão de minutos até estar frente a frente com Fábio.
Sinceramente não sei o que diria, na verdade, não sabia nem o que estava fazendo ali, mas sabe quando você simplesmente sente a necessidade de fazer algo? Então, era isso que eu estava sentindo. Precisava ver Fábio, nem que fosse para dizer que o final nada agradável daquela noite não foi culpa dele e sim minha.
Ouvi o bip do elevador avisando que havia chegado e enfim as portas se abriram. Respirei fundo duas vezes e sai dele. Segurei a alça da bolsa de lado com mais força, como se aquilo fosse aliviar um pouco a pequena tensão que se concentrava no meu corpo.
Olhei pelo corredor reparando nos quadros pregados na parede branca e na pequena mesa com um vaso de flores roxas mais ao canto.
Foi quando o barulho de algo abrindo chamou a atenção e me virei vendo a porta de um dos apartamentos agora aberta. Senti um pequeno solavanco no coração quando a sua figura apareceu no meu campo de visão. Fábio me encarava com um misto de surpresa e incompreensão.
— Oi... — Sussurrei ainda parada no meio do corredor.
— Anaju. — Cumprimentou ainda me olhando daquele jeito.
— Espero não estar atrapalhando. — Me desculpei.
Afinal Fábio estava de mudança e devia ter muita coisa para fazer.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Começar De Novo [✓]
RomansaAnaju é uma garota de 19 anos, nova na idade, mas que já passou por muita coisa. Após sair de um relacionamento abusivo de dois anos, decidiu que nunca mais iria se apaixonar, ninguém mais a machucaria. Ela não deixaria. Isso até funcionou por um...