Capítulo 4

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Duas semanas depois...

 Enquanto eu estava relaxando nas águas morna da piscina aquecida do clube e longe das brincadeiras do meu melhor amigo Alan, que já havia voltado para São Paulo, às coisas "pareciam'' estar começando a entrar nos eixos, apenas parecia, porque a minha cabeça estava indo de mal a pior, eram tantas perguntas sem respostas que por um momento eu pensei que estava enlouquecendo.

Um sentimento ruim de abandono ainda me atormentava todos os dias, mas não com a mesma intensidade da primeira semana após a data do meu casamento que não aconteceu, esse sentimento de solidão havia tomado uma proporção gigantesca e eu não tinha mais o controle da situação.

Eu continuava sentindo um vazio dentro de mim, uma tristeza sem fim, parecia que a vida não fazia mais sentido, por mim ela poderia acabar naquele dia mesmo. Eu já não conseguia dormir direito e a fome sumia gradativamente, mas não dei importância a esses detalhes e fingia para todos que estava tudo bem comigo.

Havia combinado com o Alan para ele procurar algum trabalho em São Paulo para mim porque a minha intenção era voltar a morar naquela cidade que tinha me acolhido de braços abertos. E essa seria a melhor maneira de esquecer a Suzie, porque por onde eu andava aqui em Porto Alegre tinha a impressão que ela estava ali zombando da minha cara.

E aquelas sensações de fracasso não saia dos meus pensamentos, eu realmente estava sendo um fraco, ou melhor, a minhas lutas sempre foram pelo os estudos, talvez isso tenha contribuído para o meu fracasso no amor, talvez eu não desse o amor que a Suzie merecia e por isso ela se cansou de mim. Eram tantos "talvez" que pensei na possibilidade de procurá-la para perguntar onde foi que eu errei e pedi-lá desculpas.

Sempre que eu pensava no que eu poderia mudar se pudesse voltar no tempo, eu teria brigado menos com ela, viajado mais e teria prestado mais atenção em cada detalhe do nosso namoro. Porém, aquela era a minha realidade de agora em diante, e eu precisava aceitar que a vida não iria voltar atrás e muito menos não teríamos mais uma segunda chance de ficarmos juntos novamente. Mesmo que eu ainda o amava, mas o meu orgulho também era grande o suficiente para não perdoá-la, o que ela fez comigo não tinha perdão.

Eu acreditava que nunca mais eu iria gostar de alguém como eu amei a Suzie, naquele momento a única coisa que se passava pela a minha cabeça era que jamais eu iria me apaixonar novamente, apesar de ser novo ainda.

E o pior de tudo, talvez nem fosse por não ter dado certo o meu casamento, mas o sentimento de compaixão que as pessoas tinham de mim. Parecia que eu estava nos últimos dias da minha vida para tamanha pena.

A Suzie não casou comigo porque ela não quis ou porque não me amava mais e isso era problema dela. Eu queria dizer isso a todos, mas eu não conseguia e quanto mais eu tentava encontrar uma saída, mais eu me afundava naquilo que eu queria acreditar.

Eu estava tão triste e com a cabeça cansada de pensar em coisas que me carregavam ainda mais para o fundo do poço, de repente o meu celular tocou e era o Alan, ele parecia que sabia as horas que eu mais precisava de um ombro amigo para desabafar.

- Fala Alan! – Falo desanimado.

- Que cara é essa Ben? Não estou te vendo, porém posso sentir. Não venha me dizer que ainda está assim por causa da sua ex? "Cara" esquece essa mulher. Mas não é por isso que te liguei não. – E ele faz um suspense.

- Diga Alan! Hoje eu estou sem paciência.

- Sabe aqueles currículos que enviei para os hospitais daí, então Ben, fui chamado para trabalhar em um deles como fisioterapeuta, não é o máximo? E o celular ficou mudo. - Alô? Você não ficou feliz Ben?

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