Capítulo 7

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 Tentei não ficar focado na gravidez da minha irmã, por mais preocupado que eu estava com ela, a Milla sabia muito bem se prevenir e caiu nessa cilada não foi por falta de conhecimento, agora porém, eu tinha algo mais interessante para me preocupar, e uma delas era visitar a minha primeira paciente.

Eu estava feliz e ao mesmo tempo muito tenso com a aproximação dos dias que eu iria conhecer a Caroline, para mim aquela semana havia demorado uma eternidade para passar, eu contava as horas, os minutos e até os segundos para chegar logo o dia, eu odiava essa minha ansiedade, mas infelizmente isso fugia totalmente do meu controle.

A noite que antecede a minha estreia como fisioterapeuta profissional eu não consegui relaxar direito, passei a noite em claro, a imagem da Caroline não saia dos meus pensamentos, desde o dia do acidente eu sonhava com ela todas as noites. 

Mas, enfim chegou a hora, fui o primeiro a acordar para tomar o café da manhã, coloquei o meu jaleco branco, arrumei os meus cabelos, peguei a minha maleta com alguns equipamentos e sai antes mesmo das sete horas da manhã, eu havia marcado com a dona Beatriz às oito horas, porém eu queria chegar cedo na casa dela para demonstrar que eu estava empenhado em ajudar a sua filha a recuperar os movimentos das pernas, mesmo contrariando o que os médicos disseram no dia do acidente. "Que infelizmente a Caroline nunca mais poderia andar''.

Parei o meu carro em frente ao portão da casa dela, na verdade era uma mansão que tomava conta do quarteirão inteiro, fiquei ali parado uns quarenta minutos esperando dar o horário que havíamos marcado, achei melhor não me precipitar tanto.

E essa espera aguçaram ainda mais a minha ansiedade, as minha mãos suavam frio, e uma aflição tomava conta do meu coração, e ele pulsava descompassadamente, a boca ficou seca, e a respiração ofegante, parecia que a qualquer momento eu iria desmaiar ali em frente o portão da casa da Caroline.

Era a mesma sensação de um primeiro encontro, onde ficamos sem saber o que dizer, como agir, onde colocar as mãos. Como eu queria revê-la, para mim, foi um milagre ela ter sobrevivido e se recuperado tão rapidamente. 

 Desci do carro e demorei uns cinco minutos até criar coragem para tocar a campainha da casa dela.

Enfim, criei coragem e toquei a campainha, em questão de alguns minutos fui atendido por uma mulher elegante, trajando uma roupa social e com certa seriedade.

- Bom dia! Pois não, em que posso lhe ajudar?

- Bom dia, eu... Eu... Eu sou o fisioterapeuta da dona Caroline Bittencourt. Meu nome é Benjamin Fontes. - Quase a voz não saiu.

- A dona Beatriz o aguarda ansiosa na sala. Por favor, me acompanhe. - E seguimos andando até a sala de TV sem falar absolutamente nada.

Eu estava tão aflito, porque era o meu primeiro emprego como fisioterapeuta, nos estágios eu tinha o acompanhamento dos professores, mas agora eu estava sozinho, se a dona Beatriz me pedisse experiência profissional eu estava ferrado, mas eu também não queria omitir isso a ela, eu precisava ser sincero.

Tomara que ela não me pergunte sobre experiência profissional, tomara que ela não me pergunte. - Eu seguia os passos da governanta e falando baixinho comigo mesmo.

- Bom dia doutor Benjamin! - Beatriz fala eufórica.

- Bom dia dona Beatriz. - Falo tímido.

- Ah! Pode deixar de formalidades, pode me chamar de Beatriz, esse negócio de dona eu não gosto, parece coisa de uma senhora de idade. - E sorri.

- Então Beatriz, antes que você me pergunte, eu não tenho experi... Antes de eu terminar a frase, fomos interrompidos pelos os gritos da Caroline que vinha do segundo andar da casa.

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