Capítulo 8

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Caroline Bittencourt

Acordei meio atordoada e antes mesmo de me arrumar se é que isso seria possível porque eu estava  praticamente uma inválida em cima daquela  cama e parecendo uma bruxa com os cabelos todo despenteado.

Eu precisava urgentemente de um dos cabeleireiro mais renomado da atualidade para dar um jeito nessa juba, eu estava me sentindo horrível com essa faixa na cabeça que mais parecia uma múmia e com esse rosto inchado parecendo uma bola de basquete, ninguém merece ficar nessa situação.

Eu não desejava isso nem para o meu pior inimigo que é aquele blogueiro de quinta categoria que publicou no seu blog a foto do idiota que havia  me beijado naquela festa. Eu queria enforcar aquele desgraçado. Aquele imbecil do Theo foi o principal culpado por eu ter perdido o controle do meu carro naquela rodovia e ter provocado aquele acidente de tão dominada pela raiva que eu estava.

E cadê o meu café da manhã que esses "empregadinhos" demoram uma eternidade para trazer? Que povo incompetente! Não aparece uma alma penada para trazer o meu café, eu estou faminta. A única saída era gritar por socorro. - Pensei.
So-co-ro! So-co-ro. Vocês querem me matar de fome? Que povo incompetente! Estou esperando o meu café da manhã há duas horas e ninguém aparece, assim que eu sair daqui vou colocar todo mundo no olho da rua! Ouviram seus incompetentes? - Eu gritava e ninguém parecia não me ouvir ou estava me ignorando.

De repente olho para porta e tive a impressão de ver entrando no meu quarto aquele mesmo rapaz que havia me beijado. Será que os meus olhos estão me enganando? Só pode ser uma miragem, ou isso é apenas um sonho? Esfrego os meus olhos para enxergar melhor e  era mesmo aquele imbecil que me chamou de "magrela sem bunda" e me beijou sem a minha permissão, isso não poderia estar acontecendo na minha vida. Que ódio! - Pensei.

Não bastava estar presa nessa cama sem poder fazer absolutamente  nada, eu ainda preciso olhar para  esse babaca tarado. Esses olhos e essa boca são inconfundíveis, só poderia ser ele. - Pensei.
Que droga! Com tantos fisioterapeutas nesse lugar a minha mãe contrata justamente esse incompetente. Ainda tenta me cumprimentar como se nada tivesse acontecido, eu ignorei mesmo e irei fazer ainda pior com esse idiota, ele não perde por esperar. - Pensei.

O meu dia mal havia começado e a minha vontade era de  voltar a dormir novamente, a  essa hora ele deve estar rindo da minha cara. Toda vez que eu olhava para aquela cara cínica do Benjamin a minha vontade era de repetir o tapa  que dei na cara nele aquele dia na balada.

O dia passou rapidamente e o estranho  era que ele não havia comentado nada sobre esse nosso "encontro" nada amigável, na certa estava com vergonha de me encarar novamente, se é que ele tinha vergonha na cara.
                                        ***
Acordei por volta das duas horas da tarde e não o vi mais, graças a Deus Benjamin havia desaparecido.

- Mãe? - E ninguém me respondeu. Onde será que todo mundo se escondeu? - Pensei.
De repente a minha mãe surge na porta com um pedaço de bolo de brigadeiro e um copo de suco de laranja, como ela sabia que era o meu passatempo preferido? Já que nunca se importou comigo, com certeza perguntou alguns dos empregados, porque jamais ela descobriria isso sozinha.

Olha o que eu trouxe para a minha princesa mais linda desse mundo, o seu lanchinho preferido. - Ela fala sorrindo.
- Credo mãe! Eu não sou mais uma criança para ser tratada assim. Eu odeio essas idiotices. Aff!
- Você é muito careta Ca, seja mais leve! Você implica com tudo. Eu vim trazer um lanchinho que eu mesma fiz e é assim que você me trata?
- Às vezes você me irrita mãe. Fica me tratando como se eu tivesse cinco anos de idade, você sabe que eu odeio esses tipos de coisa! Por que não fez isso quando realmente eu tinha cinco anos de idade? Agora você não acha que é tarde demais? - Falo irritada.
A minha mãe era daqueles tipos de mães que nunca foi presente, às suas viagens estavam sempre em primeiro plano, ao contrário do meu pai que cuidava de mim, contava histórias para eu dormir e me buscava no colégio. Ele me fazia uma falta enorme.
Desde quando o meu pai se foi naquele acidente de helicóptero, a minha vida nunca mais foi a mesma. 
O meu pai  era uma pessoa alegre e muito divertida, e é claro, sempre fazia as minha vontades.
Enquanto eu viajava em meus pensamentos,  olhei para os lados e como não tinha mais visto o Benjamin resolvi atormentar a minha mãe.

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