CAPITULO TRÊS Ao sair do escritório da presidência, Maríaolhou o corredor e ficou aliviada em descobrir que a maioria da equipe defuncionários já havia ido embora. Com passos rápidos chegou ao elevador,levando a bolsa e a jaqueta no braço. Estava a ponto de entrar quando Nemos ainterceptou.- O sr.Petrakos mandou que eu a levasse em casa - informou o segurança grego. - Ocarro a está esperando na entrada lateral.- Não,obrigada, prefiro ir sozinha - murmurou ela, relutante. Assim que a porta doelevador se abriu, ela entrou rapidamente. María voltou a respirar comtranquilidade apenas depois que saiu do edifício. Sabia que nunca mais iria àsindústrias Petrakos. No ônibus, durante todo o percurso até em casa, foi atormentadapelas lembranças na suíte de Estevão. Não sabia se sentia pena ou raiva de simesma.O queacontecera para que se comportasse daquele jeito? Oferecer seu corpo a um homemque era quase um desconhecido!Nove anoshaviam se passado desde a primeira vez que viu Estevão Petrakos. Tinha apenas14 anos quando ele havia visitado sua irmã, Suzy, no hospital.Aos 22 anos,enquanto recebia severas críticas da mídia pelo estilo de vida boêmio emulherengo, ironicamente, Estevão doava, em silêncio, uma quantidadeconsiderável de tempo e dinheiro à causa das crianças com doenças terminais.Apesar de ternascido em um mundo de luxo e privilégios inimagináveis, Estevão sentou-se aolado de Suzy e conversou com ela como se fossem bons amigos. Ao descobrir quea menina idolatrava o vocalista de uma famosa banda de adolescentes, levou orapaz ao hospital onde Suzy passou suas últimas semanas de vida, realizando,assim, o maior sonho dela. Suzy havia ficado tão emocionada que não parou defalar do encontro com o vocalista até os últimos minutos de vida.
María nunca esqueceu a felicidade que ele proporcionara a sua única irmã. No entanto, reconhecia, agora, que havia idealizado um Estevão quando, na verdade, ele sempre fora um estranho. Ao perceber que ele se sentia atraído por ela, ficou envaidecida. Estevão era uma tentação incrivelmente selvagem.
Apenas nomomento em que se deitou, lembrou do acidente com o preservativo, eempalideceu, temerosa. Ela só podia esperar que Estevão estivesse certo e quenão haveria consequências. María achava deplorável que pudesse estar grávidapor ter dormido com alguém que jamais aceitaria ser pai de seu filho. Os diaspassaram devagar para María. Estava nervosa, preocupada e infeliz. A paz foiinvadida por uma perturbadora agitação interna. Cada vez que o celular tocava,atendia rápida e desesperadamente. Era a agência de empregos ou o supermercadoonde estava trabalhando nos fins de semana. Quando percebeu que não fazia nadamais que esperar uma chamada de Estevão, sua raiva de si mesma aumentou. Eradolorosamente evidente: havia sido usada e descartada como se não valesse maisque um jornal velho.No sábado,alguém bateu à porta. María prendeu o cabelo despenteado e a abriu, levando umsusto ao ver o chefe da segurança de Estevão.- O sr.Petrakos quer que almoce com ele - anunciou Nemos. - Ele vem buscá-la em umahora.María fitava osegurança enquanto tentava absorver a mensagem tão inesperada. Não era bem umamensagem, soara mais como uma intimação da realeza, refletiu, observando ospassos de Nemos descendo a escada, sem esperar por resposta. Estava claro queninguém recusava um convite de Estevão Petrakos.María fechou aporta e se apoiou nela. Uma onda gigante de incredulidade a abateu. Por umasemana Estevão havia ignorado sua existência e agora dava um ultimato, na formade um almoço de última hora, como se fosse um imperador e ela, sua serva. Nãoiria, de jeito nenhum!Porém, por umafração de segundos, sentiu uma imensa satisfação por saber que ele não a tinhaesquecido completamente. Mas não podia ser ingênua e se contentar com tãopouco. Como ele tinha a coragem de agir como se ela fosse sua escrava, à suatotal disposição?A culpa eradela, pensou, por não ter se dado o respeito naquele dia no escritório. Doíater de admitir que havia se comportado como uma qualquer. E, agora, ele atratava como tal, sem qualquer consideração. E se entrasse no jogo, acabariaainda mais machucada.Pelo menoshavia aprendido a lição, concluiu, com pesar. Trocou de roupa e se preparoupara ir para cumprir seu turno no supermercado. Quando bateram à portanovamente, já estava pronta para sair. Antes que Nemos tivesse tempo de abrir aboca, ela o cortou:- Eu não irei.Não vou voltar a ver seu chefe nunca mais. Depende de você como vai explicaristo a ele.Nemos não podiaacreditar no que ouvia. Fez uma cara de consternação e enrijeceu os traços jáfortes do rosto. Parecia furioso, o que surpreendeu María, porque achava queNemos fosse um homem plácido e de bom temperamento. A campainha tocou pela terceiravez e ela impertigou-se, impaciente. Abriu a porta com agressividade.Era Estevão.Sua presença a espantou, pois acreditava que seria Nemos.Pelo visto, omagnata grego estava esperando na limusine.Com seu olhardevorador, Estevão fitava obsessivamente os vívidos olhos verdes e a bocarosada, carnuda e suave de María. A pele branca e os cabelos caídos até oombro o atraíam. Durante toda a semana, sempre que relaxava e conseguia nãopensar em trabalho, María aparecia em pensamentos eróticos. Pessoalmente, afeminilidade extravagante dela era ainda mais estimulante. Mesmo sem maquiageme superprodução, era um espetáculo.Aproveitando adistração dela, abriu a porta suavemente e entrou na casa. A primeira vista,ficou assombrado com os móveis velhos e feios do pequeno cômodo. Havia muitotempo não tinha tido contato com tanta penúria. A distância entre as classes sociaisnunca estivera tão clara. Mas Estevão estava onde queria e nem mesmo umaavalanche o tiraria dali.María, por suavez, estava espantada com a presença dele. O ritmo do coração foi aumentandoestridentemente em seus ouvidos. Desde o cabelo castanho até os olhos cor debronze, o queixo perfeito, ele a atraía, por completo.Com um ternocinza de grife, ele era a personificação da elegância impecável. Bonitodemais. María lembrou-se das noites maldormidas por causa dos sonhos proibidose passionais que tanto queria esquecer. Era intensa a mortificação que sentiapelo significado de seus pensamentos.- Nemos nãosoube explicar o porquê de sua ausência - disse Estevão calmamente.O tom de vozforte e profundo e o sotaque carregado despertaram María de seu estado de perplexidade.Surpresa ao notar que o estava comendo com os olhos, ergueu o queixo em umângulo desafiador.- Precisa deuma explicação? Pois lhe dou: eu não quero almoçar com você.Desde o início Estevãoapreciou a beleza daquela ruiva pequenina à sua frente, mas a fala simples e afalta de afetação aumentavam sua atração por ela.Agora, umaimpaciência sensual corria por seu corpo. Não entendia o comportamento dela.Sabia apenas que queria levá-la para a cama de novo. A agonia do desejo por elahavia se acumulado durante aquela semana atribulada de reuniões e viagens.- Eu falei quenão queria que me ligasse - falou María com as mãos fechadas, tensa.Os olhosescuros de Estevão desceram lentamente, esmiuçando com cuidado a boca rosada ecarnuda de María.A pele claracorou e María baixou os cílios espessos para disfarçar os olhos quedenunciavam seu desejo.- O queaconteceu entre nós foi um erro.- Que bobagem,glikia mou - disse Estevão, insolente. O tom de voz refletia a convicção tãoinstintiva quanto sua incapacidade de aceitar recusas.A confiançaarrogante dele irritou María.- Foi umabobagem minha!Estevão ergueuas sobrancelhas espessas e escuras.- Por acaso temnamorado?- Não! Senamorasse, jamais teria me comportado daquele jeito.- Não teriatanta certeza disso. As mulheres sempre são infiéis quando encontram umpartido melhor - provocou Estevão, cínico.A raiva adescontrolou e ela quase o atacou.- Só se for asmulheres que você conhece. Eu não sou assim.- Talvez. Foipor isso que me deu o prazer e a honra de ser o seu primeiro homem?Aquelaconstatação a deixou em estado de choque. Ainda mais da forma como fora dita.Era quase uma humilhação. A atitudepetulante dele só fazia aumentar o arrependimento de María em ter se entregadocom tanto ímpeto e se exposto daquele jeito.- Não querofalar sobre isso. Posso garantir que não é orgulho para nenhuma mulher terrelações com um homem tão insensível como você!Estevão jáestava acostumado a que lhe chamassem de insensível, mas apenas sutilmente ousussurrado ao ouvido. E sempre que uma mulher ficava triste, ele a satisfaziacom sexo pleno e tudo ficava bem. Era a primeira vez que questionava suashabilidades de amante inveterado.- Está bravacomigo porque não liguei para você? - murmurou ele. - Sou muito ocupado, e nãodevo desculpas por isso.A entonação queele usou soou como uma provocação para María, que já estava bastante exasperada.Cada sílaba tocava-lhe os nervos. Os olhos verde-esmeralda brilharamintensamente e as bochechas coraram ardentemente.- Vejo que nãoestá acostumado a pedir desculpas. Obviamente, as pessoas permitem que vocêseja grosseiro, agressivo e arrogante.- Não esqueçado insensível - acrescentou Estevão Petrakos, enquanto os olhos dourados edebochados a observavam com genuína surpresa. Nenhuma mulher jamais haviaousado criticá-lo ou insultá-lo daquela forma. Estava afrontado e não conseguiaacreditar que ela realmente estivesse falando com ele com tanto desrespeito.- Sim, issotambém! - disse, ofegante, deixando que toda a raiva acumulada fosse liberada.- De repente,você manda um de seus funcionários para me informar que tenho um almoço comvocê... sem se importar se quero ou posso ir. Depois manda que venham mebuscar. Tudo isso como se estivesse me fazendo um favor. Está tão acostumado ater as mulheres aos seus pés que acha que sou igual?Ele seaproximou de María com um movimento decidido e intimidador. Com uma das mãosergueu seu queixo para que não pudesse desviar dele o olhar.- Você fez poronde, glikia mou.O aroma exóticodo perfume dele inebriou María. Presa ao olhar fixo dele, surpreendeu-se com asensação de prazer sexual em seu corpo. Os mamilos enrijeceram, pressionando otecido do sutiã, deixando-a tensa e insegura.- Eu...- E o desejoque sente por mim ainda está presente em cada olhar que me dá, porque o sexofoi fantástico - falou Estevão enfaticamente.A memóriasuscitou bruscamente a vívida imagem do corpo esbelto e forte de Estevãoembalando-a, a dor da iniciação, que foi seguida por ondas de prazer. O queacontecera realmente havia sido fantástico. Porém, não era exatamente o que elasonhara na infância, pensou, frustrada. Faltavam outros ingrediente, maisduradouros e plenos.- E isso é tudoque quer, não é? Sexo e nada mais. Estevão tocou suavemente os grandes cachosde María e falou em voz baixa e firme:- Quero você.Farei tudo o que for preciso para ter você.Com grandeesforço, María se desvencilhou, afastando-se, e respirou fundo. Mal conseguiadisfarçar o tremor.- Por quantotempo?Estevão fez umalonga pausa, refletindo como poderia responder a tal pergunta. Maríaobservava, admirada com a atitude sofisticada e tranquila dele. Era lindo, umaobra de arte masculina e forte. Era demais para ela. Como diria uma colega detrabalho: "Muita areia para o seu caminhãozinho." Já sabia que aquelahistória não teria futuro. Se a tratava assim agora que estava fortementeatraído por ela, imagine quando começasse a perder o interesse, quando eladeixasse de ser novidade. O orgulho e o bom senso finalmente voltaram à mentede María.- Não dariacerto... já começou mal - argumentou com segurança.O cinismoiluminou os traços bronzeados e sensuais do rosto dele.- E isso é umproblema? Acha, mesmo, que vou pensar mal de você só porque mostrou que temtanto furor e ímpeto sexual quanto eu?María o olhoudesconfiada.- E não pensa?Quer dizer, você costuma tratar todas as mulheres assim?Pego desurpresa, Estevão respondeu com um olhar sedutor, mas de nada serviu, pois aover as horas María ficou aflita.- Não pode ser!Vou chegar atrasada ao trabalho!- Trabalho?Você trabalha nos fins de semana também?- Sim. -Pegando a bolsa e a jaqueta, María abriu a porta. - Tenho de ir - anunciounervosa.Estevão saiu ese virou para observá-la fechar a porta.- Ondetrabalha?- Em umsupermercado aqui perto.María desceu asescadas em tempo recorde. E Estevão a seguiu.- A que horassai?Já na rua, Maríaavistou a limusine preta com janelas blindadas, e um homem bem vestido deóculos escuros esperando, atentamente. No instante em que Estevão saiu daportaria do prédio, dois outros homens do outro lado da rua ficaram em alerta.Estevão era protegido em todos os lugares aonde ia. Ele não vivia uma vidacomum como os demais mortais.- María? Vairesponder à minha pergunta? - perguntou Estevão secamente.- Às seishoras. Mas por que quer saber? Homens como você não saem com garotas como eu!Uma hora depoisde chegar ao supermercado para trabalhar recebeu flores. Um buque glorioso derosas amarelas e brancas. Nunca havia recebido flores, e a princípio achou queocorrera um engano. Apenas quando viu o nome no envelope convenceu-se e leu ocartão."Escolhias rosas pessoalmente. Nos vemos às seis horas, Estevão."O riso inicialdeu lugar a uma expressão de tristeza, logo após ler a mensagem. Apesar datentação de ficar com ele, já tinha planos para aquela noite. Porém, ele erapersistente, e ela adorava isso em um homem. Lembrou do gesto carinhoso quetivera para com sua irmã e que, apesar dos muitos defeitos, não era um homemruim. Longe disso.Será que eletinha razão? Ela estava com raiva porque ele não havia ligado ou a procuradoantes?No entanto, aarrogância dele a irritava. E não conseguia esquecer da culpa que sentia porhaver tido relações sexuais com ele de forma tão carnal e obscena. Além disso,Estevão não escondia o fato de que o interesse por ela era exclusivamentecarnal. Um relacionamento não se mantinha sobre uma base tão frágil - pelomenos não o tipo de relacionamento que ela queria. Então, por que permaneciatão interessada em Estevão? Por que as rosas haviam mexido tanto com ela?Meia horadepois de chegar em casa, Estevão voltou a bater em sua porta.- Nuncaperguntei como você descobriu meu endereço - comentou María, inquieta com apresença desconcertante dele.- Tudo tem seupreço. Toda informação pode estar disponível em troca de um favor ou de umaboa recompensa.Para María, aafirmação era exemplo de um mundo e de um modo de pensar contrários aos seusprincípios, o que a incomodava.- Olha, mesmoque quisesse, não posso sair com você, hoje - avisou, tentando encerrar aconversa o mais rápido possível.- Como assim? -indagou ele, semicerrando os olhos, desconfiado.Ela nãodemonstrou que lamentava ou se arrependia ao explicar que já tinha prometidofazer companhia à vizinha idosa, que morava no andar de baixo. A filha, queficava o dia inteiro com a senhora, contava com María para poder sair um poucoe se divertir.- Queadmirável, glikia mou. - Um sorriso de aprovação surgiu nos lábios de Estevão.- Mas, com certeza, vou achar alguém para substituir você.- Não, não podefazer isso. Não prometi sair com você hoje, e mesmo que quisesse, pois nãoquero, jamais desapontaria meus amigos, muito menos na última hora - rebateu María.- Quando prometo algo, cumpro. A sra. Evans ficaria muito desapontada se fossedeixada com um desconhecido. Você está sendo muito egoísta.- Não meinsulte de novo. Não vou tolerar isso! - Enfatizou o grego com um tom de vozfrio e irritado.Maríaempalideceu e tentou se concentrar nas rosas que tinha arrumado em uma jarrade plástico. Suas emoções estavam desconexas e os olhos começaram a arder derepente.- Somos como aágua e o azeite.- Na cama,somos como dinamite. Envergonhada, María ficou ruborizada e evitou olhar nadireção dele.- Você tem deir agora. Preciso ir para a casa da sra. Evans.- Por acasoisso é uma piada? Está testando meus limites? - perguntou Estevão, comarrogância. - Tenho de me ausentar de Londres amanhã bem cedo.Relutantementeela voltou a erguer a cabeça e encarou-o.- Não é umapiada.Comtranquilidade, Estevão acariciou o longo e cacheado cabelo ruivo dela, a maisteimosa e sensual mulher que conhecera.O toque suavedas pontas dos dedos dele a paralisou, de início, e em seguida a fez esquecertodas as razões por que não queria e não deveria ceder aos encantos dele.Ele inclinou acabeça e, involuntariamente, ela levou uma das mãos até o rosto dele,acariciando-o, subindo a mão até o cabelo preto e sedoso de Estevão. Era aprovocação de que precisava para que ele entrasse em ação. Apossou-sedos lábios de María como uma tormenta de paixão e a colocou contra a parede como corpo ágil e forte.- E, então, oque é isso? - perguntou ele, provocando-a.- Loucura -murmurou ela, enquanto ele levava as mãos até as nádegas exuberantes dela,agarrando-as e erguendo-as para que María se encaixasse nele. Colados um aooutro, ele foi até a cama e se sentou com ela entrelaçada na cintura.- Quanto tempotemos? - perguntou ele, sôfrego. Ela se sentia completamente dominada por ele,sua voz, seu cheiro, seu toque. Era uma sensação incrivelmente sexy. O sutiãestava apertado sobre os peitos fartos e os mamilos, rígidos e sensíveis.Enquanto o corpo estava cada vez mais vacilante, o coração acelerava deansiedade. Inclinou-se, descansando o rosto no ombro forte e quente dele eanalisou freneticamente a loucura que estava fazendo. Tentava controlar osimpulsos da carne.Estevão alevaria para a cama de novo se permitisse. Estava realmente tão apaixonada porele? Valia à pena se arriscar naquela aventura perigosa?O embate deemoções a deixou perturbada, e com um movimento abrupto de negação afastou-sedele.- Nãopodemos... não, absolutamente não. Precisamos nos conhecer melhor. Preciso deum tempo para não me arrepender depois. - A voz parecia falhar e soouhesitante.Estevãolevantou da cama, impaciente e perplexo, e foi para a janela. Estava excitado.Uma frustração incontrolável misturada à incredulidade o deixou rígido. Nãoestava acostumado a passar por situações como aquela. Não se lembrava da últimavez que uma mulher o tinha rejeitado. A intensidade do desejo que sentia por Maríao enervava. Era ela quem dava as cartas, agora. Curiosamente, tal desafio oestimulou. Ela possuía princípios e um caráter forte. E ele gostava dessasqualidades.María sentiu-setonta e precisou apoiar-se na mesa para não perder o equilíbrio. Jamais haviase sentido assim antes. Ficou petrificada ao considerar uma possibilidadeassustadora para o seu estado. Seria possível que estivesse grávida? Será queos sintomas apareceriam tão cedo? Infelizmente, levaria mais uma semana atéque pudesse acabar com a dúvida inquietante.- Estarei emMarrocos durante a semana. Tenho uma casa nas montanhas. Lá encontro aprivacidade e a paz que mereço - falou Estevão calmamente. - Por que não vem epassa uns dias comigo?- Marrocos? - Maríaficou aturdida com o convite.- Disse quequer me conhecer melhor, glikia mou - ressaltou Estevão delicadamente. - Essaseria a oportunidade perfeita. - Ele deixou o cartão pessoal na mesa. - Aquiestá o número do meu celular, caso queira entrar em contato.
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Amor sem fim
RomanceMaría idolatra Estevão Petrakos, um milionário que doou uma fortuna para a instituição de caridade que cuidava da irmã gêmea de María. Além de generoso e rico, Estevão é tão bonito que chega a ser um pecado. Quando María é contratada para um emprego...